Violência contra a mulher em debate no CCO/UFSJ

Publicada em 18/10/2016

O Programa de Residência em Enfermagem na Atenção Básica/Saúde da Família promoveu, em Divinópolis, evento que abordou a violência contra a mulher e suas interfaces. A mesa-redonda aconteceu no dia 7 de outubro, no Auditório do Campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO/UFSJ). 

O assunto é urgente. No Brasil, a população feminina ultrapassou 103 milhões de mulheres em 2014, e os números são alarmantes: uma em cada cinco mulheres considera já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência por parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”. A violência contra a mulher, ou violência de gênero, ocorre tanto no espaço privado quanto no espaço público, e pode ser cometida por familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo domicílio (violência doméstica); ou por pessoas sem relação de parentesco e que não convivem sob o mesmo teto.

Para apresentar as perspectivas de cada setor que trabalha com a mulher em situação de violência, participaram da mesa a delegada de Mulheres e Proteção à Família, Maria Gorete Rios; a psicanalista voluntária da Delegacia de Mulheres e Proteção à Família, Maria Denisa dos Santos; o enfermeiro obstetra, Elson Arantes; e a psicóloga da Rede Municipal de Saúde (Semusa), Arlete Marchiori. Após as apresentações dos convidados, foi aberto espaço para discussão e questionamentos, estimulando a interação entre os participantes.

Residência

A Universidade Federal de São João del-Rei/Campus Centro-Oeste (CCO) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis/MG, criou em 2010, o Programa de Residência em Enfermagem na Atenção Básica/Saúde da Família. Dentre as disciplinas do Programa cursadas nesse semestre, estão as Práticas Integrativas à Mulher. Diante disso, foi proposto a realização de um evento que contemplasse, de algum modo, aspectos relacionados à saúde da mulher. Dessa forma, foi escolhida, pelo grupo de residentes, a temática da violência contra a mulher. A justificativa da escolha do tema recai encontra respaldo nos dados epidemiológicos disponíveis no país sobre o tema.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado severamente a preparação dos profissionais de saúde para o enfrentamento da violência contra a mulher. Os dados oficiais, embora assustadores, são ainda menores do que a realidade, já que, muitas vezes, são subnotificados, ocultados ou não documentados. A relação da violência com diversos problemas de saúde e o maior uso dos serviços de saúde por parte dessas mulheres aponta para a necessidade da preparação dos profissionais e organização focada em lidar com mulheres em situação de violência.

Colaboraram: Giannina Marcela Chávez (RESENF) e professora Luciana Netto