Onça-pintada em perigo

Publicada em 10/02/2017 - Fonte: ASCOM

Artigo publicado na Scientific Reports por diversos pesquisadores, entre eles professor da UFSJ, propõe ações para conservação

A onça-pintada, maior predador da Mata Atlântica, espécie que ocorre da Argentina ao norte do México, está ameaçada de extinção. Esta preocupante constatação motivou o estudo de um grupo de pesquisadores de diversas universidades da América, com a proposta de recomendar ações de manejo para as unidades de conservação da onça-pintada. Dentre os cientistas está o professor Fernando Azevedo, do Departamento de Ciências Naturais da UFSJ (DCNAT). O artigo A biodiversity hotspot losing its top predator: the challenge of jaguar conservation in the Atlantic Forest of South America foi publicado no final de 2016 na Scientific Reports, do grupo Nature, e trata da conservação da espécie nas regiões de Mata Atlântica.

A população da onça-pintada nesse bioma é provavelmente inferior a 300 indivíduos espalhados em pequenas subpopulações. Hoje em dia, as maiores causas do declínio da onça são a caça - geralmente próxima às áreas de criação de gado - e a destruição de seu habitat natural. Um exemplo de ações de conservação é, nos casos de grandes fazendas, confinar o gado, fazer rotatividade nos pastos cercados e evitar pastagem próximo às florestas.

Em Minas Gerais, o professor Fernando Azevedo também pesquisa onças-pintadas numa área de Mata Atlântica localizada no Parque Estadual do Rio Doce. Segundo ele, a maior causa, em Minas, para o desaparecimento das onças, é a destruição da Mata, ainda que existam áreas de preservação ambiental como o próprio Parque. Fernando explica que a conservação do felino é fundamental para o equilíbrio do ecossistema da Mata Atlântica. O carnívoro está no topo da cadeia alimentar e faz o controle populacional de animais menores, evitando superpopulações e  a consequente eliminação de outros animais que competem pelo mesmo espaço e alimento.

No âmbito acadêmico, este trabalho representa a inserção da UFSJ nos cenários nacional e internacional dentre as instituições que atuam na pesquisa e conservação de grandes carnívoros silvestres. Atualmente, o projeto de pesquisa tem como parceiros o Ministério Público de Minas Gerais, que desde 2015 é o principal apoiador financeiro do projeto, o Instituto Estadual de Floestas, que fornece apoio logístico, e a UFMG, a partir do Programa Ecológico de Longa Duração, que também apoia financeira e logisticamente as atividades do projeto.