Trinta anos esta noite

Publicada em 25/04/2017

Ex-dirigentes da UFSJ são homenageados em solenidade no Teatro Municipal de São João del-Rei

As comemorações dos 30 anos da Universidade Federal de São João del-Rei culminaram com a entrega da Medalha Tancredo Neves, na noite do dia 20 de abril, aos ex-dirigentes que fizeram parte de sua bonita trajetória. Sessão solene do Conselho Universitário, a cerimônia, que teve lugar no Theatro Municipal da cidade Del Rey, foi marcada pela emoção. No palco, diretores executivos, reitores e vices evocavam, perante nossos olhos, momentos singulares de uma história que metaforiza a ambição dos que produzem e compartilham ciência e conhecimento.

Víamos ali reunidos homens e mulheres condecorados com a mais alta honraria da UFSJ e pensávamos: as ideias têm seu vigor, sua imprevisibilidade, imponderabilidade, uma certa inquietude; e cabelos brancos. Tudo isso nos contavam os professores Helvécio Luiz Reis, João Bosco de Castro Teixeira, Mario Neto Borges, Frederico Ozanan Neves, Maria do Carmo Narciso Silva, Magda Mara Assis, Valéria Kemp, Sérgio Augusto Araújo da Gama Cerqueira [foto], nosso atual reitor, condecorado por ter ocupado a Vice-Reitoria na gestão da reitora Valéria Kemp, a quem sucedeu.

O reitor Sérgio Cerqueira deu início à solenidade secundado por sua equipe e convidados, que tinham assento na mesa de honra: Marcelo Pereira de Andrade, vice-reitor da UFSJ; Écio Antônio Portes. pró-reitor de Ensino de Graduação; André Luiz Mota, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação; Ivan Vasconcelos Figueiredo, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários; Gustavo Melo e Silva, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento; Vera Lúcia Meneghini Vale, pró-reitora de Administração; Josiane Nogueira, pró-reitora de Assuntos Estudantis; Geonice Tinoco Scola, pró-reitora de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; e Paulo Barone, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu/MEC). Membros docentes, técnicos-administrativos, discentes e da comunidade, integrantes do Conselho Universitário, tomaram assento na plateia do Teatro Municipal, em destaque para pró-reitor adjunto de Ensino de Graduação, Professor Valdir Mano, o Pró-reitor interino de Assuntos e Estudantis, professor Camilo Chaves e o pró-reitor o adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Roberto Calazans, sendo anunciados pelo cerimonialista, Sérgio Murilo Sotero Sbampato (Ascom).

Em seu pronunciamento, nosso reitor se disse honrado por estar à frente da UFSJ no momento em que a comunidade universitária “que escreveu a história de nossa instituição é homenageada numa data tão simbólica.” Balzaquiana, a Federal de São João del-Rei soube equacionar angústias, sonhos e desejos, abraçando os desafios de sua criação, expansão e consolidação. A UFSJ faz valer o ideal inconfidente que inspirou sua fundação. “Entramos na História quando assumimos os desafios da expansão, ampliando as boas vagas que oferecemos no ensino de graduação e na pós-graduação”, frisou.

Uma Universidade que nasceu pequena, numa cidade ledora, de tradição pedagógica, é hoje sede de uma instituição que se transformou profundamente na última década, estando enraizada em quatro importantes regiões do Estado de Minas Gerais, a partir das quais gera impacto econômico e social de alcance nacional, nas diversas áreas em que oferece formação profissional e acadêmica. Uma Escola de Educação Superior que, nas palavras do vice-reitor Marcelo Andrade, “forma espíritos para a liberdade, não subjugados a nenhum domínio”, como apenas educadores podem fazer, amparados numa confluência de ideais que abrange docentes, técnicos, alunos e colaboradores. “Nosso bem mais precioso são as pessoas; as que aqui estão e as que já partiram, pois souberam transpor em ações a essência mesma da Universidade, que é de lutas”, destacou.

“Vocação não se encerra”
João Bosco de Castro Teixeira, primeiro dirigente da então Fundação de Ensino Superior de São João del-Rei (Funrei) que, em 2002 seria, finalmente, elevada ao status de Universidade Federal, falou em nome de seus colegas agraciados com a Medalha Tancredo Neves. Mestre da palavra, destacou o privilégio de estar entre os cidadãos que o sucederam (o que credita à sua carreira como educador no serviço público) e levaram adiante o que de início se configurava como aventura e desafio. O bom resultado, o comprovam os 30 anos da UFSJ, marcados por vocações que não se encerram, ali simbolizadas, esplendidamente, por aquela homenagem.

Em semelhante direção caminhou a fala do professor Paulo Barone (SESu), honrado em participar de cerimônia que traduzia à perfeição cada passo das três décadas de existência da Federal de São João del-Rei. Para o secretário, é fundamental valorizar o trabalho dos dirigentes que escreveram história tão merecidamente celebrada, ainda mais quando se vivem períodos instáveis, nos quais se torna imprescindível lançar alicerces que sustentem universidades fortes como antes. “Estamos num momento de repensar nossa atividade, estimulando a reflexão e incentivando a criatividade, para que encontremos respostas aos desafios que este país nos impõe”, avaliou.

Encerrando a reunião solene do Conselho Universitário nos 30 anos da Universidade Federal de São João del-Rei, os presentes foram brindados com performances de alunos do curso de Música, uma das joias do cardápio das graduações que a UFSJ oferece. Viola e chorinho vieram representar a secular tradição musical da cidade, que lastreia um curso que nasceu sob os auspícios de profissionais de todo o país, e cuja ressonância já ultrapassou fronteiras. Thobias Lieven, violonista e compositor, trouxe canções populares icônicas do instrumento que conquista adeptos na velocidade em que se difunde, seguidas de execução inusitada. O Trio de Chorinho composto por Rick Vargas, Francisco Domingueti e Marlon Wesley, ligados ao Programa de Extensão Música XXI, foi a chave de ouro para o soneto que escreveremos ao longo deste ano de celebrações. Pena que faltou à repórter a sábia cumplicidade do colega Mauro Lovatto, jornalista e músico (hoje no Centro de Referência Musicológica José Maria Neves - Cerem), para que se pudesse detalhar nestas linhas toda a riqueza da mais soberana das artes.