Por uma educação "mais mão na massa"

Publicada em 16/03/2018 - Fonte: ASCOM

UFSJ está no Desafio da Rede Aprendizagem Criativa 2018 com projeto sobre tecnologia, arte e ciências cognitivas

Colaborativa, significativa e lúdica. Essas são as características de uma educação “mais mão na massa”, teoria conhecida como “maker”, que procura resgatar a essência da aprendizagem por meio da prática e da experimentação. A mesma que tantas crianças vivenciam nos primeiros anos escolares entre massinhas e tintas e que se perde no amontoado de provas, tarefas e aulas teóricas dos anos seguintes.

Para transformar esse ideal em realidade para a educação brasileira, professores, escolas e universidades estão se unindo. Entre elas, a UFSJ, que teve um projeto aprovado entre os oito selecionados em nível nacional para o Desafio da Rede Aprendizagem Criativa 2018. Uma iniciativa da Fundação Lemann em parceria com o MIT Media Lab, o laboratório de inovação do Massachusetts Institute of Technology (MIT) dos Estados Unidos.

Esse Desafio tem a missão de identificar, conectar e apoiar indivíduos brasileiros a desenvolverem projetos inovadores de caráter “mão na massa”, principalmente em escolas públicas e ambientes de aprendizagem não formais, com potencial de transformar a educação do país por meio de tecnologias, produtos ou serviços.

A participação da UFSJ

Cerca de 213 propostas, ao total, foram enviadas para a seleção de 2018. A UFSJ será representada por um projeto conjunto do Grupo de Pesquisa em Tecnologias e Promoção Humana, do Núcleo de Robótica e Tecnologias Assistivas da UFSJ (CyRoS) e do Laboratório de Pesquisa em Saúde Mental (Lapsam), denominado “Ciências Cognitivas e Artes Aplicadas à Promoção e Desenvolvimento de Tecnologias para Educação Inclusiva”.

Esse projeto atua dentro dos campos de robótica educacional, artes, ciências cognitivas, tecnologia e áreas afins, sendo coordenado pelos professores Eduardo Bento, do curso de Engenharia Elétrica, e Marco Alvarenga, do curso de Psicologia, que já trabalham juntos há três anos por esse propósito.

Durante um ano, a iniciativa pretende acompanhar 64 crianças com dificuldades de aprendizagem e comportamento, dislexia ou TDAH atendidas pelo Centro de Referência em Educação Inclusiva de São João del-Rei (Cerei) nos laboratórios da UFSJ, criando espaços “makers”, e capacitar até 100 professores de escolas públicas para lidar com recursos alternativos que envolvam arte e tecnologia.

“Ser selecionado representa o fruto de um grande empreendimento que envolveu debates, estudos, captação de recursos, dialogia e, especialmente, a compensação por ter buscado uma forma de retornar à sociedade demandas tão necessárias a ela”, comenta o professor de Psicologia, Marco Alvarenga, que se sentiu humanamente enriquecido com os resultados do trabalho.

Desafio da Rede Aprendizagem Criativa: cronograma e eventos

A agenda de atividades do Desafio já começa em março, com capacitações presenciais no Brasil e nos Estados Unidos, marcadas pela convivência entre os participantes e a equipe organizadora. Esse contato será constante e auxiliará na tomada de decisões coletivas para a melhoria de todos os projetos.

Para o professor Eduardo Bento do curso de Engenharia Elétrica, esse é o principal retorno da participação da UFSJ no evento: “Um dos propósitos do Desafio é o compartilhamento de informações em rede, que nos permite enriquecer o que já é feito pela UFSJ, refletindo em mais ações para a sociedade local como capacitações e atendimentos mais didáticos”.

Além das etapas formativas, os selecionados também terão a oportunidade de visitar o MIT Media Lab e o Festival de Invenção e Criatividade da Universidade de São Paulo (USP) e de apresentar seu trabalho na Conferência Scratch Brasil, contribuindo para a implementação de práticas mais lúdicas e tendo os gastos com transporte e acomodação cobertos pelo MIT.

Um pouco sobre os projetos da UFSJ

Interdisciplinaridade é um dos critérios envolvidos na construção de práticas educativas “mãos na massa”, por isso alunos e professores de três projetos da UFSJ participam em conjunto no Desafio da Rede de Aprendizagem Criativa. Você sabe quais são?

- Núcleo de Robótica e Tecnologias Assistivas da UFSJ (CyRoS): Fundado em 2011, ele atua em projetos de tecnologias assistivas, robótica educacional e inclusiva, internet das coisas, automação e controle e outras tecnologias voltadas ao desenvolvimento humano.

- Laboratório de Pesquisa em Saúde Mental (Lapsam): Por meio de pesquisas na área de saúde mental, dos trabalhadores e distúrbios do desenvolvimento humano, o laboratório trabalha a ideia do avanço global de cada ser humano.

- Grupo de Pesquisa em Tecnologias e Promoção Humana: Desenvolver sistemas auxiliares para a promoção da acessibilidade humana é a ênfase do grupo de pesquisa, que une conhecimentos diversos para a elaboração de produtos que atendam tanto o campo da saúde quanto do trabalho.