"Os sinos falam": Urbe lança seu oitavo programa

Publicada em 19/10/2018 - Fonte: ASCOM

Documentário exibido no Centro Cultural UFSJ aborda os sinos de São João del -Rei e fomenta uma rica discussão sobre patrimônio e identidade cultural

Na última quinta-feira, 18, o Centro Cultural UFSJ foi palco do lançamento do oitavo programa do projeto de extensão “Urbe - Olhares sobre São João”, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). O documentário “Os sinos falam”, traz como tema a linguagem específica dos sinos da cidade e sua importância cultural e histórica.

Conhecida como a “cidade dos sinos”, São João del-Rei é marcada, culturalmente, por suas práticas religiosas seculares e pela linguagem própria do instrumento, que só é executada localmente. Esses fatores fazem com que o sino seja um importante elemento cultural, que está diretamente ligado à formação identitária da cidade. Nesse episódio do Urbe, moradores trazem relatos pessoais, relembrando fatos e memórias ligadas a estas tradições são-joanenses.

O lançamento teve participação da equipe do projeto, de participantes retratados no documentário e de demais interessados. Após a exibição do documentário, foi aberta uma roda de conversa com o público, com abordagem de temas como: a importância do registro das tradições para sua legitimação e manutenção; a linguagem dos sinos e o fato de São João del-Rei ser uma cidade única nesta tradição; a continuação da tradição, visto que muitas crianças se interessam pelo assunto e vão às igrejas aprender os toques; o interesse e admiração dos turistas; o repúdio daqueles que vêm de fora para morar na cidade, pelo barulho causado pelos toques, principalmente durante a noite e a madrugada.

A bolsista do projeto de extensão, Camila Sottani, ressaltou os pontos importantes do lançamento do oitavo episódio do projeto. Para ela, este programa pode ter sido o mais construtivo em relação ao debate. “Mesmo com a chuva, houve presença de pessoas de fora e, ao final do programa, quando a gente sempre conversa e comenta alguma coisa com os presentes, aconteceu um bate-papo bem legal, uma conversa muito construtiva.” Camila explica que esse é o maior objetivo do programa, “que não é só de apresentar para as pessoas baterem palmas e irem embora. É conversar sobre o que foi visto ali e o que as pessoas têm a falar sobre isso.”

A professora de história Rosimeire Aparecida de Oliveira, residente na cidade de Lavras (MG), está em visita pela cidade e participou da roda de conversa realizada após a exibição do documentário. “Sou professora e tenho percebido a falta de identidade das pessoas com sua história, sua origem, de onde vem, sem entender o que ele é, pois desconhece o processo anterior. Acho importante o resgate, para poder entender o que está se perdendo, por que isso se perde e o que fazer para não se perder. Manter viva uma identidade, um entendimento de quem nós somos”, comenta. Para a professora, a falta dessa identidade tem trazido muitos problemas, “desde problemas familiares que identifico lidando com adolescentes, assim como outros problemas, como não entender o papel do cidadão na sociedade.”

Urbe

Completando três anos de existência em 2018, o projeto de extensão Urbe procura trabalhar com a valorização da cidade, de instituições, pessoas, lugares e culturas que são pouco mostradas pela mídia tradicional. O projeto atualmente conta, além da presença do professor Francisco Brinatti e da bolsista Camila Sottani, com a atuação de estudantes voluntários na produção dos documentários, que cursam diferentes períodos do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFSJ.

Para quem quiser acompanhar as ações do projeto é só acessar sua página no Facebook. Os episódios já produzidos estão disponíveis na internet no canal do Urbe no Youtube.

Mais informações no site do Comunica Extensão.