UFSJ na luta nacional contra o racismo

Publicada em 20/11/2018

O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado hoje, 20 de novembro. A data, primeiramente estabelecida como parte do calendário escolar em 2003, foi oficializada nacionalmente no ano de 2011. A escolha do dia foi motivada por ser a mesma data atribuída ao assassinato de Zumbi dos Palmares, um dos grandes símbolos da luta e da resistência do povo negro.

O dia objetiva reconhecer a importância dos afrodescendentes na construção da sociedade brasileira. De acordo com dados do IBGE, em 2016, pretos e pardos corresponderam, juntos, a 54,9% da população.

Ainda que pretos e pardos sejam, numericamente, maioria no país, o grupo é minoria quando considera-se sua presença na política ou como parte da população mais rica do país. Em 2019, pessoas que se autodeclaram negras serão 24,4% da Câmara. Essa representação é menos da metade do seu número na população geral.

Em contrapartida, quando se trata de violência e defasagem escolar, negros aparecem em destaque como o grupo mais prejudicado. A taxa de analfabetismo entre negros e pardos é de 9,9%, quase o dobro entre os que se autodeclaram brancos (4,2%). Pretos e pardos representam apenas 16% dos professores universitários, e quanto maior o grau de escolaridade do professor, menor é a representação negra dentro do grupo. Os alunos que se autodeclaram negros também são minoria: representam apenas 12,8% do ensino superior.

Segundo a campanha “Vidas Negras”, feita pela ONU em 2017, a cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil. Caso esse número não mude, a previsão é que entre 2015 e 2021, dentro da faixa etária de 12 a 18 anos, o número de adolescentes e jovens negros mortos seja três vezes maior que o número de brancos. O número de homicídios de mulheres negras é 71% maior que o de mulheres não negras.

O Brasil é considerado mundialmente um país de diversidade racial, mas a população preta e parda brasileira ainda é vítima constante do racismo instaurado e velado na história do país. 60% dos negros afirmam já terem sofrido racismo no ambiente de trabalho. Quando se trata de crimes cibernéticos, foram registradas mais de 35 mil denúncias de crimes raciais em 2016.

A Assessoria de Comunicação da UFSJ alerta para a importância da defesa da liberdade e de todos os direitos que garantam a cidadania, não aceitando qualquer forma de discriminação ou de violência. Como celebração à luta do povo preto e pardo, começamos hoje uma série com cinco personagens que ilustram a importância da história dos negros no Brasil e de sua resistência, começando por Zumbi. Acompanhe no nosso facebook. www.facebook.com/ufsjbr