A reutilização de materiais e reciclagem do vidro

Publicada em 07/06/2019


No dia 5 de junho, celebra-se o Dia do Meio Ambiente. Em tempos de preocupação acirrada com os impactos ambientais, a UFSJ apresenta uma série de matérias especiais sobre o tema durante esta semana. Hoje, abordamos a importância da reutilização de materiais e da reciclagem de vidro [veja aqui https://ufsj.edu.br/noticias_ler.php?codigo_noticia=7536 matéria de ontem abordando a coleta de vidros pela Ascas em São João del-Rei]. Confira.

Você já ouviu falar nos “3Rs”? Trata-se de uma estratégia de redução de impactos ambientais pautada primeiramente na redução do consumo, depois na reutilização e por fim na reciclagem. Em consonância com essa preocupação, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010) orienta que todo resíduo produzido por atividades domésticas e comerciais seja encaminhado para destinação final somente quando não for possível seu reaproveitamento, seja pela reciclagem, reutilização, compostagem ou geração de energia. Se não houver nenhuma utilização viável do material, então ele deve ser destinado a aterros sanitários.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, de todo lixo produzido no Brasil, 30% têm potencial para ser reciclado, porém apenas 3% desse total são efetivamente reutilizados. A reciclagem é uma alternativa para a questão de resíduos sólidos urbanos, uma vez que consegue englobar a preservação ambiental, o aspecto social e o desenvolvimento econômico. Um dos calos da reciclagem ainda é o vidro: os dados disponíveis no país são imprecisos e variam entre 45 a 49% de índice de reciclagem do material, o que ainda é inexpressivo diante da quantidade produzida anualmente.


Na terça, 4 de junho, a UFSJ publicou em seus veículos de comunicação oficiais que a Associação de Catadores de Material Reciclável de São João del-Rei, a Ascas, agora coleta vidros. Essa conquista pode ser comemorada pela população local, pois o vidro é um material 100% reciclável e seu ciclo de reciclagem é contínuo, ou seja, ele pode ser reciclado inúmeras vezes e sem haver perda de material, uma vez que é feito de minerais como areia, barrilha, calcário e feldspato. Quando se agrega o caco nesta fusão, diminui-se a retirada de matéria-prima da natureza.
Além disso, reutilizar o vidro na produção de novas embalagens consome menor quantidade de energia e reduz significativamente a emissão de resíduos tóxicos decorrentes da produção e dessa forma, contribui para a preservação do meio ambiente. Com a coleta seletiva do vidro, o impacto no descarte de lixo também é bastante considerável e reflete uma maior vida útil dos aterros sanitários.


Só em São João del-Rei, a Ascas recolhe cerca de 30 toneladas de material reutilizável variado mensalmente. São 16 catadores que abrangem a cidade toda. Renato Oliveira Costa, um dos trabalhadores da Associação, considera o trabalho realizado por ele e seus companheiros de grande impacto na sociedade: "muito importante, muito essencial! Melhora o bem-estar das pessoas, melhora a saúde das pessoas e o próprio lixão, que se utiliza menos".
Antes de poder processar o vidro coletado, o carro-chefe da Ascas ainda era o papelão. "Antigamente não tinha pra quem vender, pra quem comercializar o vidro, então a gente jogava fora. Aí eu comecei a buscar, aprofundar mais nas bases, nas redes que vendem vidro. Aí eu comecei a acompanhar eles, sempre entro em contato", relembra a presidente da Associação, Zulmeia Dias.