Pesquisa da UFSJ busca desenvolver bioherbicidas e biopesticidas

Publicada em 04/07/2019

Estudos realizados pela professora Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima, do curso de Farmácia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), por alunas e ex-aluna da instituição, apontam caminhos para o desenvolvimento de bioherbicidas e bioinseticidas de menor custo e mais saudáveis para o meio ambiente e o ser humano em relação aos produtos tradicionais. A pesquisa já rendeu publicações em revistas científicas e livro internacionais.

Luciana é orientadora dos Programas de Pós-Graduação em Biotecnologia e Ciências Farmacêuticas da UFSJ, realiza pesquisas visando ao isolamento, elucidação estrutural e avaliação de atividades biológicas de compostos ativos a partir de plantas. Para entender as potencialidades das plantas, a professora, juntamente com outros pesquisadores da UFSJ e UFMS, está estudando espécies dos gêneros Smilax, Solanum e Tecoma, que são plantas usadas na medicina popular, mas que ainda precisam ser mais investigadas quanto à sua constituição química e atividades biológicas.

A docente pontua que a pesquisa sobre o gênero Smilax é importante, especificamente em relação à espécie Smilax brasiliensis, “porque estamos fazendo o estudo fitoquímico e avaliando suas atividades biológicas, com o objetivo de encontrar compostos bioativos que possam ajudar em melhorias na agricultura e no meio ambiente.”

O estudo teve início com a aluna de iniciação científica Juliana Fonseca e a ex-aluna de mestrado Myriam Almeida, que avaliaram as atividades antioxidante e alelopática das folhas. Posteriormente, a mestranda Izabela Silva iniciou o estudo fitoquímico e a avaliação de atividades biológicas dos galhos dessa espécie, que segue em andamento.

O intuito é, a partir das pesquisas com a espécie Smilax brasiliensis, encontrar compostos que possam ser fontes de bioherbicidas e bioinseticidas para o controle de ervas daninhas, pragas nas lavouras e insetos, mas que sejam de menor custo, mais biodegradáveis e menos tóxicos para os seres humanos e o meio ambiente que os herbicidas e inseticidas sintéticos, utilizados atualmente.

Com o avanço nas investigações, a doutoranda Paula Amado está desenvolvendo o trabalho “Avaliação da atividade alelopática e dos efeitos citotóxico, genotóxico e antigenotóxico das folhas de Smilax brasiliensis Sprengel (Smilacaceae)”, o qual rendeu à professora Luciana, uma bolsa de produtividade em pesquisa, nível 2/CNPq. Os primeiros resultados do estudo com essa planta renderam quatro artigos nas revistas South African Journal of Botany e Natural Product Research, e um capítulo no livro Phytochemicals: Plant Sources and Potential Health Benefits da editora Nova Science Publishers Inc - confira links ao final do texto.

Maior biodiversidade do mundo

O Brasil é considerado um dos países com maior biodiversidade no mundo, com uma ampla variedade da fauna e flora. Estima-se, segundo o Ministério do Meio Ambiente, que mais de 20% de todas as espécies biológicas do mundo encontra-se em território brasileiro. Porém, apenas 8% das espécies de plantas da flora brasileira foram estudadas em relação a sua bioatividade.

Resultados do estudo

Chemical composition, antioxidant and cytotoxic activities of extracts from the leaves of Smilax brasiliensis Sprengel (Smilacaceae)

Phenolic compounds: antioxidant and larvicidal potential of Smilax brasiliensis Sprengel leaves

Phytotoxic and antioxidant effects of dichloromethane fraction of Smilax brasiliensis Sprengel

Antioxidant and allelopathic activities of Smilax brasiliensis Sprengel (Smilacaceae)

Allelopathic, Cytotoxic, Genotoxic and Larvicidal Effects of Smilax brasiliensis Sprengel Leaves

 

Essa reportagem faz parte de uma iniciativa de divulgação científica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Prope)