Desenvolvida no CCO, tecnologia para diagnósticos de lesões poderá ser comercializada

Publicada em 24/10/2019

Pesquisadores da pós-graduação em Biotecnologia do Campus Centro-Oeste Dona Lindu da UFSJ (CCO) desenvolveram dispositivo que melhora o diagnóstico de lesões orais e dermatológicas. A tecnologia foi patenteada e licenciada, e agora pode ser produzida e comercializada. O contrato de licenciamento, assinado com a empresa Mattron Tecnologia, permite que o dispositivo seja colocado no mercado.

A patente que originou o contrato de licenciamento foi desenvolvida na UFSJ durante o mestrado em Biotecnologia de Sérgio Araújo, sob a orientação do professor Fernando Varotti. Durante a pesquisa, os co-inventores avaliaram pacientes com câncer bucal. “Foi quando Sérgio percebeu que havia uma dificuldade de identificação correta, precisa e segura das lesões orais detectadas, porque os equipamentos eram todos improvisados”, detalha Varotti. Surgiu, então, a ideia de criar um kit para medição mais apropriada das lesões.

Por realizar medições precisas, o dispositivo desenvolvido auxilia o médico a classificar as lesões do câncer bucal de acordo com o sistema TNM (tumor, nódulos e metástases), que segue padrão internacional. Serve também para medir qualquer lesão oral, e até mesmo dermatológica, e não somente câncer.

Outra vantagem da tecnologia que despertou o interesse de empresas é o baixo custo de produção. Isso torna o kit acessível tanto para clínicas particulares quanto para o Sistema Único de Saúde. De acordo com Varotti, haverá avanços no que diz respeito à própria Universidade. “Chegando ao mercado, o produto vai gerar royalties para a UFSJ. No atual cenário da ciência brasileira, pode ser uma fonte de recursos aplicada na continuidade da pesquisa”, ressalta o co-inventor.

O Núcleo de Empreendedorismo e Inovação Tecnológica (Netec) fez a intermediação entre pesquisadores e empresa. Antônio Henrique Polastri, chefe do Setor de Inovação e Propriedade Intelectual (Seipe) do Netec, explica que, após demanda para proteção da pesquisa, o Núcleo analisou a anterioridade da patente e procedeu ao registro. Em seguida, assessorou o procedimento de licenciamento. “Nós analisamos o nível de maturidade da tecnologia e abrimos o edital, chamando empresas que se interessassem. Depois que uma empresa se manifesta, fazemos toda a negociação das condições para se licenciar o produto”, descreve Polastri.

O atual contrato de licenciamento do dispositivo prevê prazo de dois anos para o início da comercialização. Dos royalties destinados à UFSJ, um terço vai para os inventores, e dois terços, para a própria instituição. Valores que serão aplicados em fundos de pesquisa, estímulo à inovação e despesas com a proteção da propriedade intelectual.

O licenciamento de tecnologias desenvolvidas na UFSJ possibilita, ainda, que a sociedade usufrua de forma concreta dos resultados da produção científica da instituição.