Fórum aproxima universitários da UFSJ e o mundo corporativo

Publicada em 09/12/2019

A equipe Robocap, formada por alunos da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), no Campus Alto Paraopeba (CAP), e a Sotreq, empresa que oferece soluções tecnológicas e especializadas para outras empresas do ramo de construção, mineração, energia e petróleo, dão um grande exemplo do potencial do ecossistema de inovação de Congonhas para unir os meios acadêmico e corporativo.

Durante o Fórum de Negócios de Congonhas (FNEC) 2019, que se ocorreu em setembro, no estacionamento coberto de um supermercado em Congonhas, alguns dos 36 membros de desta equipe deixaram seu estande e foram até o da empresa para propor uma parceria, que está em franca evolução.

Estudante de Engenharia Mecatrônica da UFSJ do Campus Alto Paraopeba, Wellington Lourenço Oliva de Paula, capitão da Robocap, explica que a busca de parcerias é um dos objetivos da equipe no Fórum e que a principal é mostrar que a universidade está trabalhando para contribuir com o desenvolvimento da sociedade. Depois sim, outra missão durante o FNEC – 2019, é firmar esta parceria para construir robôs, levá-los para competições, representar bem Congonhas, Ouro Branco e região e mostrar o valor da UFSJ.

Participam dessas competições robôs de até 27 kg. “Este robô de 1.36 kg é o maior que conseguimos fazer, devido ao custo mais baixo, em torno de R$ 3 mil. Temos dois projetos na categoria de 454 gramas, que seguem no papel por falta de dinheiro ainda. Existe também o seguidor de linha, de nível bem compatível à nossa realidade financeira. Para desenvolvê-lo, nos baseamos em projetos de outras equipes, aperfeiçoando-os em alguns aspectos após conversar com nossos professores.

Fomos atrás de teorias de controle e microprocessadores mais novos e o robô ficou orçado em R4 1.071,00. Por meio de editais, a UFSJ nos forneceu Kits Lego, nos quais já foram investidos R$ 5.550,00. Esta é uma categoria muito competitiva e fácil de montar. Todo ano levamos um robô desses às competições. Nossa categoria carro-chefe no quesito desenvolvimento é o Futebol Simulação 2D, em que programamos um time e colocamos para jogar contra equipe de outra unidade de Robótica.

Em 2018, conseguimos três troféus de 3º lugar no na Winter Challenge, em São Paulo; no Instituto Anatel, em Santa Rita do Sapucaí; e na Competição Latino Americana de Robótica, em João Pessoa-PB. Em 2014, levamos este time para o Mundial de Simulação 2D e ficamos em 8º lugar, sendo a primeira equipe brasileira de Robótica a ficar entre os 10 primeiros lugares”, conta.


Equipe Robocap foi 3º lugar na categoria Simulação de Futebol 2D no Winter Challenge 2018. Alguns dos alunos da UFSJ foram ao estande da Sotreq juntamente com a professora Rina Dutra, co-fundadora da equipe e uma de nossas orientadoras, e mostramos nosso primeiro plano de patrocínio. Para o estudante, o que chamou atenção da Sotreq nos projetos que sua equipe apresentou foi o fato de, em algumas categorias como a Treking, o robô tem de ser capaz de detectar e contornar obstáculo e alcançar o objetivo, como se fosse um caminhão fora de estrada, que atua, por exemplo, na área da mineração. “Então eles devem ter visto na gente um potencial para colaborar nesta e em outras áreas da empresa”, considera.

Para Wellington, “o Fórum de Negócios de Congonhas aproxima o meio acadêmico do mercado. Então estamos sendo bastante beneficiados. Vale à pena investir em fóruns como este. Como vale à pena para estudantes de todas as idades, novos e antigos empreendedores e grandes empresas virem e participar. Todos os cursos do CAP contemplam esta área de inovação [química, bioprocessos, telecomunicações, engenharia civil] e apresentam estas inovações para a sociedade”.

Sérgio Paranhos, consultor técnico da Sotreq, diz que a equipe Robocap mostrou para a empresa que desenvolve o mesmo tipo de tecnologia com que a empresa está completamente envolvida. “Vimos a capacidade deles ao analisar cada projeto. Então, consideramos interessante receber o currículo desses jovens para oferta de estágio. Algo de novo que eles possam trazer pode agregar e muito ao nosso produto. A Sotreq trabalha com sistema de rádio, topografia 3D e automação de implementos de máquinas. Isso vai ao encontro do que nos foi oferecido pelos estudantes. Analisaremos os currículos para, possivelmente, abrir uma parceria com a universidade e com eles e oferecer-lhes o mundo de tecnologia com a qual já trabalhamos”, adianta.

O consultor técnico da Sotreq diz que um dos principais produtos da empresa surgiu da ideia de um conjunto de soluções, criado para o processo de descaracterização de barragens [retirada do rejeito, sem a necessidade de pessoas envolvidas diretamente no processo estar na área de risco potencial]. “Possuímos vários conjuntos tecnológicos e percebemos a necessidade de trazer jovens para aperfeiçoar ainda mais produto como este e seguirmos em pleno desenvolvimento”, finaliza.

“Fico feliz de ver essa interação acontecendo. Esse é um dos objetivos do nosso trabalho. Gerar oportunidades novas a toda uma geração que está nas instituições de ensino e que precisa ter uma cultura empreendedora para enfrentar os desafios da economia atual”, comenta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia da Prefeitura de Congonhas, Christian Souza Costa.