UFSJ e Janeiro Branco: a importância da prevenção para evitar o adoecimento mental

Publicada em 28/01/2020

322 milhões de pessoas sofrem de transtorno depressão no mundo e 264 milhões sofrem com ansiedade, de acordo com relatório da OMS. E essas doenças possuem altos índices no Brasil: 5,8% da população tem depressão e 9,3%, ansiedade.
 
Devido a esse cenário, a campanha Janeiro Branco surge para destacar a importância da saúde mental e bem-estar na sociedade, com o lema “Quem cuida da mente, cuida da vida”. O projeto tem como objetivo impulsionar debates que abordem o tema da saúde mental e emocional e ações que previnam o adoecimento.
 
A Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) vêm realizando atividades para conscientizar sobre a importância de cuidar da saúde mental. A Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Progp) realiza palestras e oferece orientação psicológica aos professores e técnicos administrativos da Universidade. Já a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae) oferece aos alunos plantão psicológico e atendimento individual por agendamento.
 
De acordo com Ráfel Maciel, psicólogo da Progp, para prevenir o adoecimento mental dos profissionais nas instituições, é preciso que haja uma boa rede de saúde e condições de trabalho dignas, como liberdade no que fazem e carga horária justa para evitar esgotamento mental. “A classe docente, comparada à população geral, tem estatisticamente mais chance de desenvolver transtornos mentais devido às condições específicas de seu trabalho. É o que a gente chama de Síndrome do Esgotamento Profissional, ou Síndrome de Burnout”, explica.
 
O psicólogo aponta ainda algumas causas do esgotamento mental dos professores, como a preocupação em ser referência para os alunos, necessidade de estar sempre crescendo academicamente e competição constante entre colegas de profissão. Além desses fatores, Ráfel completa: “Um professor dificilmente consegue se desvestir dessa função, pois é facilmente reconhecido por alunos fora da sala de aula que continuarão a tratá-lo como professor”. Dessa forma, a esfera profissional pode roubar a esfera social, afetiva e pessoal.
 
Os técnicos administrativos também estão propensos ao adoecimento mental fruto do trabalho. “Na relação hierárquica de poder de uma instituição, os técnicos são a ponta mais frágil”, afirma Ráfel. Segundo ele, observam-se como problemas nessa classe uma rede de apoio fraca, sentimento de desprazer,  falta de autoeficácia e, em alguns casos, visão distorcida de subordinação aos professores. 
 
Confirmando as estatísticas do País, as licenças médicas mais frequentes na UFSJ são causadas por transtornos depressivos ou ansiosos. Por isso, torna-se cada vez mais necessário discutir e promover ações em prol da saúde mental e do bem-estar de profissionais.