Ex-aluno da UFSJ coordena primeiro voo de novo caça da FAB

Publicada em 20/05/2020

O ex-estudante da UFSJ e engenheiro de Ensaios em Voo da Embraer, Denner Cunha, coordenou, em abril, o primeiro voo dos brasileiros com o Gripen NG, o novo caça da Força Aérea Brasileira (FAB). Denner faz parte do departamento de flight test do Projeto Gripen, firmado em 2013 entre FAB e a sueca SAAB, que selou a compra de 36 novos caças de combate para reequipar e modernizar a frota brasileira. O projeto vai envolver 350 brasileiros; 15, dos 36 caças adquiridos, serão montados no Brasil.

Graduado em Engenharia Mecânica pela UFSJ, Denner ingressou na instituição em 2013. Durante a graduação, fez parte do grupo PET - Materiais e Inovação Tecnológica (ligado ao projeto Trem Ki Voa Micro), além de estágios na Hochschule Merseburg, na Alemanha, e na Embraer. O jovem engenheiro considera que seu engajamento na equipe Trem Ki Voa, tetracampeã brasileira em aerodesign, foi fundamental para definir seu caminho profissional. Mesmo a UFSJ não possuindo curso de Engenharia Aeronáutica, não foi empecilho para difundir os conhecimentos da área, nem para as conquistas da equipe em competições nacionais e internacionais. ‘‘Posso dizer com propriedade que o aerodesign mudou minha vida, exercendo papel fundamental em minha formação acadêmica e futura inserção na indústria aeronáutica’’, declara.

Após o sucesso do primeiro ensaio de voo, os treinamentos com o Gripen continuam. A previsão é que o primeiro caça chegue ao Brasil em 2021, e o restante das aeronaves, até 2026.

Projeto Gripen
Superando empresas americanas (Boeing) e francesas (Dassault), o caça sueco Gripen NG foi escolhido para modernizar e reequipar a frota de jatos militares supersônicos da Força Aérea Brasileira. O acordo, negociado desde 2006, selou a compra de 36 novos caças de combate, a transferência total de tecnologia e acordos de compensação e participação da indústria nacional. O caça sueco é considerado uma das aeronaves de combate mais modernas do mercado, e deverá ser o último jato adquirido pelo governo brasileiro de um fornecedor externo.

O contrato firmado, no valor de 16,8 bilhões de reais, entre FAB e SAAB, prevê que quase a metade das 36 unidades encomendadas sejam fabricadas no Brasil, nas versões Gripen E (um tripulante) e Gripen F (dois tripulantes). O caça deverá ser, pelas próximas três décadas, a aeronave de superioridade aérea operada pela FAB.