UFSJ vai nomear comissão para debater dados do mapeamento institucional

Publicada em 23/06/2020 - Fonte: ASCOM

Em reunião realizada nesta segunda, 22, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proen) da UFSJ apresentou aos membros da Congregação os dados estatísticos referentes ao mapeamento das condições de saúde, segurança e acesso digital de sua comunidade. Os questionários, dirigidos a alunos, professores, técnico-administrativos e terceirizados, estiveram disponíveis para preenchimento no período de 2 a 14 de junho.

Por via remota, com tradução em Libras dos intérpretes Pedro Ernesto e Oswaldo Vinícius (Proex), os resultados preliminares da pesquisa foram transmitidos via Google Meet e YouTube, o que possibilitou à comunidade acadêmica acompanhar a reunião, conduzida pela pró-reitora, professora Elisa Tuler, e pelo pró-reitor adjunto, professor Vicente Leão. “Os dados coletados servirão de ponto de partida para o debate sobre o rumo de nossas atividades letivas e administrativas, levando em conta a complexa realidade que caracteriza o cotidiano da Universidade, num cenário no qual o mais importante é a preservação da vida”, destacou a pró-reitora.

Assim, o encaminhamento proposto foi a criação de uma comissão ad hoc, consultiva, com representantes dos três segmentos, na busca de alternativas viáveis para aprofundar a análise dos dados e embasar uma retomada segura. Nas palavras do pró-reitor adjunto, “as melhores respostas virão coletivamente, sendo fundamentais nesse momento em que a democracia se encontra ameaçada no país.” A Proen vai divulgar a composição e a agenda desta comissão.

Números
O mapeamento é parte importante do diagnóstico inicial da situação geral da UFSJ, servindo como ferramenta para o enfrentamento à Covid-19. No segmento docente, foram 593 respostas, de um total de 856 professores. 92% possuem computador e 97%, impressora. Setenta e cinco por cento têm acesso à internet o tempo todo, com conexão considerada aceitável (57%). Sobre a retomada das atividades acadêmicas de forma remota durante a pandemia, 50% concordam parcialmente e 11% discordam totalmente, sendo que 78% (461 docentes) declararam a necessidade de alguma capacitação para realizá-las. Em relação à Covid, a maioria pode adotar o isolamento social (477), mantendo-se elevados os níveis de estresse e ansiedade.

Entre os alunos, o engajamento foi de 50,89% , totalizando mais de seis mil respostas. São jovens: 71% está na faixa etária de 16 a 24 anos, oriundos de famílias com renda mensal per capita na faixa que vai de 0,5 a 1,5 salário mínimo, ou acima. Majoritariamente, estão matriculados na graduação, recebem algum tipo de bolsa ou auxílio (78%), trabalham, formal ou informalmente, o que lhes garante acesso a computadores (80%), celulares (98%), fones de ouvido (86%) e câmeras (92%), embora a conexão em rede móvel apresente limites de dados na franquia entre 58% dos usuários. Trinta e oito por cento consideram ótima sua condição de acesso à internet para realizar atividades de ensino mediadas por tecnologias digitais, ao passo que 33% a avaliam apenas como aceitável. O isolamento, com níveis aumentados de ansiedade e estresse, tem afetado também a saúde física e mental do alunado.

Das 429 respostas enviadas pelos técnicos, 29% são de servidores terceirizados da UFSJ. Ambos conectados, em patamares semelhantes aos outros dois segmentos: 97% possuem celular, numa condição de acesso à internet tida como aceitável ou ruim em iguais proporções (48%) para atividades de ensino mediadas por tecnologias digitais. Sobre a retomada remota das atividades acadêmicas, quase metade concorda parcialmente (47%), ao passo que 14% discordam completamente, não havendo necessidade de capacitação para 356 respondentes. A dificuldade para desenvolver o trabalho de forma remota está na falta de equipamentos de apoio multimídia em casa, como impressora, scanner e outros (19%), no manuseio de documentos (11%) e sistemas específicos (6%). Nas questões de saúde, o distanciamento social (que 310 técnicos puderam cumprir), tem afetado a saúde física e mental, refletindo-se no aumento da ansiedade, embora o nível de estresse permaneça próximo à marca anterior à pandemia.

São números representativos, que traduzem, na opinião da professora Rejane Correa da Rocha, do Departamento de Matemática e Estatística (Demat), e coordenadora do Núcleo de Educação a Distância da UFSJ, um nível de confiança altíssimo para o início das discussões institucionais sobre a adoção ou não do ensino remoto emergencial. “Do ponto de vista da análise estatística, os que não responderam têm 99% de chance de não mudar o resultado da pesquisa.”

Os resultados do Mapeamento UFSJ estão publicados na página da Proen