Sinds e Reitoria dialogam sobre segurança dos técnicos na pandemia

Publicada em 14/07/2020

O reitor da UFSJ, professor Marcelo Pereira de Andrade, reuniu-se hoje, 13, com a Diretoria do Sinds-UFSJ. Segundo o coordenador do Sindicato, Denílson Ronan de Carvalho, o objetivo do encontro, requisitado pela categoria, foi o de externar ao dirigente as preocupações dos técnicos com relação à discussão sobre a possível retomada das atividades acadêmicas remotas emergenciais, que está sendo feita pela Comissão de Análise de Atividades Acadêmicas Emergenciais UFSJ Covid-19.

Segundo o sindicalista, há pontos específicos a serem considerados no caso de uma volta remota, como: necessidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s); normas de biossegurança para aqueles que precisarem estar presencialmente nos ambientes da Universidade; equipamentos, como computadores, para aqueles que não dispõem das ferramentas em casa; e a própria disponibilidade de internet, de modo a sustentar os trabalhos a serem feitos. Denílson chamou a atenção para o fato de que é necessário redefinir fluxos administrativos antes mesmo da adoção do trabalho letivo remoto.

Marcelo tranquilizou o coordenador do Sinds em relação a vários aspectos. O reitor disse que computadores, por exemplo, podem ser emprestados pela instituição aos técnicos que não dispõem das ferramentas necessárias; no que diz respeito aos EPI’s, a Universidade está aderindo à ata de registro de preços da Unifesp para aquisição desses equipamentos; o álcool gel está sendo produzido, comprado e distribuído pela própria UFSJ, que recebeu doação de termômetros de não-contato.

Com relação ao protocolo de biossegurança, o mesmo está sendo desenvolvido pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19, presidido pela vice-reitora, Rosy Ribeiro, que conta com representantes de todos os segmentos da comunidade universitária e técnicos de segurança do trabalho da UFSJ.

Denílson demonstrou estar mais tranquilo diante das respostas da Reitoria e ressaltou que “a nota que a gente soltou no dia 2 sinaliza que a gente é favorável, sim, à atividade remota emergencial, com algumas condicionantes que, até para ajudar o debate nos setores, quando acontecer, a gente vai aprovar algumas bases, que você já sinalizou, como a defesa da vida e o princípio da acessibilidade para a maioria dos técnicos.” O sindicalista disse, ainda, que outros aspectos discutidos na reunião já tranquilizaram a direção do Sindicato, como a possibilidade de empréstimo dos equipamentos.

Outra questão importante discutida no encontro, mencionada não só por Denílson, mas pelos outros diretores presentes, Marina Resende e Ana Flávia de Abreu, foi a reivindicação dos técnicos em se ter maior representatividade nos conselhos e instâncias de discussão da UFSJ. Marcelo disse que a gestão está solidária à reivindicação dos técnicos. “Na gestão democrática é que as categorias vão se apresentando e vamos tendo a consciência do papel de cada um de nós. Eu trabalhei na Proen e aprendi muito com os técnicos, que foram e são importantes no desenvolvimento do meu trabalho e na minha formação.”

Questionado, ainda, sobre a representação do Sindicato nas instâncias de decisão da Universidade, Marcelo relembrou toda sua trajetória de luta sindical no campo progressista, desde quando morava em São Paulo. “Nós entendemos os papéis dos sindicatos e os papéis que tem a gestão superior. Respeito o distanciamento entre a instituição e as entidades, justamente para o não questionamento sobre aparelhamento. Estamos dando conta de um debate que deveria ter sido iniciado em março, mas começamos em maio, quando tomamos posse. Quando convidamos Sinds e ADUFSJ para participar dos debates é pelo respeito e pela própria história que temos no sindicalismo”, acentuou.

Técnicos de laboratório, prazos e avaliação
O técnico de laboratório e diretor do Sinds-UFSJ, George Dias, chamou atenção para o fato de que esses servidores têm questões muito específicas no desenvolvimento de suas atividades. George lembra que o assunto foi discutido na semana passada com a pró-reitora de Ensino de Graduação, Elisa Tuler, o que de certa forma os tranquilizou. Marcelo garantiu que todas as especificidades serão consideradas, que ninguém será colocado em risco: nem os técnicos, nem os alunos, nem os professores. “Nosso objetivo é defender sempre a saúde e a vida das pessoas. Tem coisa que acontece na ponta e que não ficamos sabendo, mas vamos fazer campanhas de conscientização para que o técnico não seja exposto", destacou o reitor.

Finalizando a reunião, Marina Resende, vice-coordenadora do Sinds, indagou sobre a questão dos prazos colocados pela comissão especial que discute a retomada das atividades e que ela, como sindicalista, considera exíguos. A pró-reitora de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Conceição Santos, que também participou da reunião, explicou que tudo foi pensado tendo em vista o prazo que o MEC estabeleceu para a adoção de atividades remotas: 31 de dezembro de 2020. “Não se trata de atropelo da gestão”, afirmou a pró-reitora, lembrando que, quando assumiu o cargo, foi surpreendida por várias providências que deveriam ter sido tomadas e não foram. Um dos exemplos foi o preenchimento do Siorg, sistema do Governo Federal que vai, entre outras, cruzar dados com o Sigepe. “O prazo terminava em 24 de maio de 2020, e nada havia sido feito até a nossa posse, em maio. Começamos a gestão sendo atropelados pelo tempo e por prazos.”