Biologia requer curiosidade sobre a natureza

Publicada em 04/09/2020 - Fonte: ASCOM

"O profissional da área de Biologia é de suma importância no mundo atual, pois pode atuar em inúmeras frentes de trabalho. Pode realizar atividades que envolvam o meio ambiente, atividades laboratoriais. O biólogo faz a diferença na investigação, conservação, manejo e proteção dos recursos naturais, nas áreas de microrganismos, inovação tecnológica, produção de alimentos, saúde, entre outras". É o que explica o professor do Departamento de Ciências Naturais (DCNAT), Fernando Cesar Cascelli de Azevedo.

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UNB), onde também cursou o mestrado em Ecologia, Fernando é doutor em recursos naturais pela Universidade de Idaho, nos Estados Unidos, e pós-doutor pela Universidade de São Paulo (USP). Com anos de trabalho, docência e pesquisa, o professor afirma que a profissão pode ser do interesse de diferentes tipos de estudantes. "Como a profissão é muito ampla e multidisciplinar, os perfis de quem atua na área de biologia são também diversos. Na minha perspectiva pessoal, a pessoa precisa ter uma inclinação pela curiosidade sobre os padrões naturais, tanto ambientais, quanto os dos seres vivos em geral". O pesquisador acredita também que os principais desafios enfrentados pelos profissionais da biologia estão ligados aos problemas do país, "onde há escassez de empregos com remuneração justa e com possibilidades de crescimento na carreira".

Mamíferos carnívoros

O professor Fernando Azevedo pesquisa mamíferos carnívoros há muitos anos. "Atuei em diversos lugares do Brasil investigando a vida destes animais, principalmente tentando entender os conflitos entre animais silvestres e domésticos", relembra. Atualmente, ele desenvolve um projeto com carnívoros silvestres no Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, no qual são monitoradas onças-pintadas, onças-pardas e outros mamíferos. Nesta pesquisa, são investigadas as relações ecológicas destas espécies, assim como é feito o acompanhamento de casos de predação de onças sobre animais domésticos, buscando minimizar os impactos sobre as propriedades do entorno do Parque.

No ano passado, Fernando foi um dos integrantes da "força-tarefa" montada para capturar uma onça pintada que apareceu na cidade de Juiz de Fora (MG). "Nós acompanhamos todos os movimentos dela na cidade, até que foi necessário capturá-la e translocá-la para uma área de floresta maior, onde tivesse condições de se manter de forma segura e saudável", relembra. A equipe multidisciplinar de captura do felino reuniu biólogos, veterinários, bombeiros, policiais militares, representantes das universidades Federais de Juiz de Fora e de São João del-Rei, Instituto Estadual de Florestas, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, entre outros profissionais. "O papel dos biólogos foi fundamental para realizar a captura, contenção e deslocamento seguros da onça-pintada", comenta Azevedo.

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