Desenvolvimento infantil é avaliado por instrumento inédito no país

Publicada em 25/01/2021 - Fonte: ASCOM

O Inventário Dimensional de Avaliação do Desenvolvimento Infantil (Idadi) foi lançado, em dezembro do ano passado, inaugurando uma nova forma de acompanhar o crescimento das crianças durante a primeira infância. Inédita no Brasil, a obra é um instrumento multidimensional de avaliação, que foi elaborado com base nas características de meninos e meninas de quatro meses a seis anos, das cinco regiões do país. Voltado a profissionais das áreas de Saúde e Educação, o Idadi está disponível para aquisição no site da Editora Vetor.

A UFSJ está presente na elaboração do Inventário, sendo representada pela professora do curso de Psicologia, Mônia Aparecida da Silva, que assina o livro juntamente com a professora Denise Ruschel Bandeira, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Euclides José de Mendonça Filho, da MCGill University, localizada na cidade canadense de Montreal. Os três pesquisadores vão debater o tema do desenvolvimento infantil durante a segunda edição do Pensar em Psicologia, nesta terça, 26, como noticiamos nesta página.

Amplas possibilidades avaliativas
O conteúdo apresenta sete domínios para avaliar os marcos do desenvolvimento infantil: Cognitivo, Socioemocional, Comunicação e Linguagem Receptiva e Expressiva, Motricidade Ampla, Motricidade Fina, Comportamento Adaptativo. Tais dimensões possibilitam a medição de habilidades relevantes da primeira infância, podendo ser utilizadas para monitorar a efetividade ou eficácia de intervenções implementadas para promover o desenvolvimento. O Idadi possui duas versões de aplicação e correção, disponibilizando os formatos lápis e papel e on-line, ou seja, o preenchimento pode ser realizado de maneira presencial ou remota.

De acordo com a professora Denise Bandeira, antes desse Inventário Dimensional de Avaliação, instrumentos internacionais eram utilizados para avaliar o desenvolvimento infantil das crianças brasileiras, mas os padrões de comparação eram falhos, por se basearem em resultados de análises realizadas em outros países. “Por ter sido elaborado totalmente do Brasil, o Idadi respeitou a cultura do nosso país, trazendo para seus parâmetros a nossa diversidade cultural. Dessa forma, o desenvolvimento de uma criança avaliada será analisado de acordo com a cultura e a realidade de meninos e meninas em situação semelhante”, detalha.

A professora Mônia Silva explica que a construção do Inventário levou seis anos, e contou com a participação de mais de duas mil mães de todo o Brasil, que responderam à pesquisa aplicada em formato presencial e virtual. “Por ser construído no contexto brasileiro, o Idadi se constitui como uma medida válida e precisa na avaliação do desenvolvimento infantil”, pontua.

Análise detalhada
Outro diferencial do Idadi foi a utilização de uma análise estatística moderna na sua elaboração, realizada em conjunto com a University of Nebraska-Lincoln, da qual a pesquisa recebeu financiamento. A técnica aplicada possibilitou a geração das curvas do desenvolvimento que expressam graficamente a evolução da criança. Segundo o professor Euclides Mendonça Filho, os dados obtidos pelo Idadi permitem diversas formas de interpretação. “O Inventário inclui os escores padronizados, que possibilitam comparar as crianças com seus pares e traçar perfis, e o escalonamento comportamental, que fornece uma descrição detalhada das habilidades que a criança já conseguiu, e as que ainda vai desenvolver. Já as curvas do desenvolvimento permitem acompanhar longitudinalmente o desenvolvimento e monitorar a trajetória da criança ao longo do tempo”, considera.

Versão on-line
A seguir, os autores irão lançar também o Idadi-Breve, uma versão on-line e gratuita do instrumento, que permite classificar se a criança tem risco ou não para atrasos no desenvolvimento. O conteúdo vem sendo adaptado na plataforma VOL, da Editora Vetor, para permitir que os interessados conheçam a nova opção. Assim, a iniciativa possibilita que a pesquisa se volte para a comunidade, contribuindo com a democratização do conhecimento.