Andifes se reúne para discutir corte no orçamento das federais

Publicada em 30/04/2021 - Fonte: ASCOM

O reitor da UFSJ, Marcelo Pereira de Andrade, que participou ontem, 29, da 141ª reunião extraordinária do Conselho Pleno da Andifes (Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), salientou a importância de os reitores se unirem para reivindicar do Governo Federal a recomposição do orçamento das universidades para este ano. Marcelo destacou que isso é fundamental para as instituições não paralisarem suas atividades. O orçamento aprovado para 2021 cortou R$ 1 bilhão, o que pode inviabilizar o funcionamento das federais.

As tabelas com os cortes finais na UFSJ ainda estão sendo estudadas pela equipe da gestão. Segundo o reitor, apesar de uma previsão inicial de corte, o cenário tem mudado constantemente, sempre com um novo decréscimo no volume de recursos. Como foi destacado pelo reitor da UFJF, Marcus David, a aprovação do orçamento de 2021 bateu recorde em tempo, algo que nunca havia acontecido, uma vez que já estamos no final do quarto mês do ano.

O reitor Marcelo Andrade conversou, durante a construção do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), e ao longo do seu processo de aprovação, com os deputados das regiões nas quais a UFSJ tem os seus campi, e chamou a atenção para o fato de que o corte orçamentário vai redundar na redução de contratos de prestação de serviços e de concessionárias de água, energia, telefone, insumos e bolsas, o que representa a perda de empregos e de renda para a própria comunidade e a paralisia o ensino, a pesquisa e a extensão.

Ainda na reunião da Andifes, Marcelo falou sobre a importância de ações coletivas dos dirigentes. “Temos que ser estratégicos enquanto conjunto. Eu proponho uma nota unificada, que o próprio Florplad (Fórum Nacional de Pró-reitores de Planejamento e Administração) já começou a redigir, e deixar a situação clara para a comunidade acadêmica e externa: o que representam esses cortes, bem como nossa articulação para a projeto de lei que recomponha nosso orçamento”, propôs.

O reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Alfredo Gomes, concordou com a proposta de Marcelo e sugeriu, ainda, que essa divulgação seja feita pelos meios de comunicação das próprias universidades, além de os dirigentes irem a Brasília, pessoalmente, para tentar reverter os cortes. Alfredo destacou que seria um movimento respeitando todas as normas de segurança contra a Covid-19.

Marcelo lembrou, ainda, que, além dos cortes estabelecidos em relação ao ano de 2020 - uma redução de 19,5% dos valores totais -, e, agora, o bloqueio 13,8% sobre os 60% do orçamento discricionário que ainda está contingenciado, as universidades ainda vão enfrentar os cortes nos recursos repassados, no ano passado, para as ações de combate à pandemia da Covid-19. “Com a redução no orçamento do ano passado, se tivermos que voltar presencialmente, hoje, não conseguiremos. Se essa situação perdurar em 2022, é a paralisia de todas as universidades”, destacou.

Outra questão são os cortes que também afetaram o Ministério de Ciência e Tecnologia, que é um duro golpe na Ciência Brasileira, disse o reitor. Ao final da reunião, os dirigentes das federais concordaram em se encontrar, novamente, na próxima semana, quando aprovarão as estratégias da instituição para este momento tão severo para as Ifes.

 

Luciene Tófoli
Assessoria de Relações Interinstitucionais