Reitor propõe ação conjunta para recomposição do orçamento

Publicada em 11/05/2021

O corte no orçamento das universidades federais para este ano e o bloqueio de parte dos recursos deram a tônica da reunião da Andifes (Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) com o secretário executivo do MEC, Victor Godoy Veiga, e o subsecretário de Planejamento e Orçamento, Adalton Matos, realizada na última semana.

O reitor Marcelo Pereira de Andrade fez um relato da situação da Federal de São João del-Rei e externou sua preocupação com o corte imposto às universidades e com o bloqueio de parte dos recursos, que estão condicionados à liberação de deputados e senadores. Segundo Marcelo, a UFSJ perdeu R$ 10 milhões em relação aos valores de 2020 e ainda tem R$ 6 milhões bloqueados. “Nas duas últimas semanas, discutimos o orçamento com a equipe. Nós tememos ter que fazer cortes, como a demissão de pessoal e cancelamento de bolsas”, explicou.

Diante da situação, Marcelo sugeriu que o coletivo de reitores e o MEC possam trabalhar juntos, para tentar sensibilizar deputados e senadores, a fim de liberarem os recursos que estão condicionados e que só podem ser disponibilizados por meio de PLN - Projeto de Lei do Congresso Nacional. “Eu tive a chance de trabalhar com parte da bancada mineira e nós explicamos a nossa situação, o que causaria esse corte no orçamento e esse bloqueio, tanto no que diz respeito aos terceirizados quanto às bolsas dos alunos. Ano passado, para que viabilizássemos o ensino remoto, tivemos que investir parte dos nossos recursos para aquisição de equipamentos. Para os que vão ingressar agora, não teremos essas bolsas”, salientou. Segundo o reitor, 25% dos alunos são beneficiados por políticas de ações afirmativas e dependem das bolsas para frequentarem as aulas.

Marcelo lembrou que as instituições federais de ensino têm tido um papel importante nesse momento difícil pelo qual atravessa o mundo diante da pandemia da Covid-19. “As universidades e institutos federais mostraram sua importância na produção de conhecimento científico. As vacinas que estão sendo aplicadas e aquelas que estão sendo desenvolvidas tiveram a participação de fundações e universidades no seu desenvolvimento. É motivo de preocupação, ainda, os cortes no Ministério da Ciência e Tecnologia e na Capes. Se a situação persistir, para reerguer a ciência brasileira, precisaremos de várias décadas”, finalizou.


Luciene Tófoli
Assessoria de Relações Interinstitucionais