Live discute revolta de escravos em Carrancas

Publicada em 13/05/2021

A Revolta de Carrancas, episódio marcante na história da escravidão no Brasil, ocorrido há 188 anos, será o tema da live que acontece nesta sexta, 14, às 19h, com transmissão neste link, que pode ser acessado pela página do Laboratório de Imagem e Som, do Departamento de Ciências Sociais da UFSJ (Decis).

Para debater o tema, os convidados são o professor Marcos Ferreira de Andrade, desse Departamento, que pesquisa a Revolta de Carrancas, e o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Marcus Joaquim Maciel de Carvalho. A mediação ficará por conta do professor Alfredo Nava Sanchez, também do Decis. Está prevista a emissão de certificados aos participantes.

A Revolta
A Revolta de Carrancas foi um confronto sangrento, que teve repercussão na história da escravidão no Brasil. Na tarde de 13 de maio de 1833, na zona rural de Carrancas (MG), um grupo de escravos da abastada família Junqueira, armado de enxadas, foices e paus, iniciou uma ação pela liberdade de forma violenta na Fazenda Campo Alegre, matando o filho do proprietário, deputado Francisco Junqueira, que se encontrava no Rio de Janeiro quando a revolta começou. De lá, o grupo seguiu para a fazenda Bella Cruz, juntou-se aos demais escravos e atacou, de surpresa, a sede dessa outra propriedade, matando todos os moradores, num total de oito membros da família Junqueira. À noite, os revoltosos rumaram para a Fazenda Jardim, onde o levante foi sufocado e o líder do movimento, Ventura Mina, assassinado a tiros, juntamente com mais quatro escravos.

As lutas resultaram na morte de nove membros da poderosa família de latifundiários do Sul de Minas e de cinco escravos. Os revoltosos sobreviventes fugiram, sendo capturados dias depois. No processo penal, foram indiciados 31 escravos. Dos 17 condenados à pena máxima, 16 foram enforcados. A sentença foi executada em São João del-Rei, no bairro do Bonfim, uma vez que Carrancas na época era distrito do município. O episódio marcou a política do Governo Imperial e a relação das elites com a escravatura, resultando na origem de uma lei de exceção, aprovada em 1835, que punia com mais celeridade e exemplaridade a rebeldia escrava. Trata-se da maior condenação coletiva e efetivamente aplicada na história da escravidão brasileira.

 

Legenda: pintura de Jean Baptiste Debret (1768-1848)