"O racismo está no imaginário coletivo"

Publicada em 16/12/2021

Primeira mulher negra a comandar uma universidade federal no Brasil, a professora Joana Angélica Guimarães da Luz lamenta o fato de sua trajetória ser algo raro no país e enfatiza o trabalho pela inclusão e a diversidade.

Aos 63 anos, é tomada por um sentimento dúbio quando perguntada sobre o fato de ser a primeira reitora negra de uma universidade federal no Brasil. Ao mesmo tempo em que se vê como estímulo para outras pessoas, ela sente “tristeza” por saber que uma trajetória de vida como a sua ainda é notícia no país.

Joana está à frente da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) desde 2018, tendo participado da construção do projeto político-pedagógico da instituição, focado na inclusão e na diversidade. “Trabalhamos para que um dia seja normal uma mulher negra reitora no Brasil”, disse a educadora.

Filha de trabalhadores rurais apaixonados pela leitura, Joana nasceu em Itajuípe, na zona cacaueira da Bahia. Graduada em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), ela tem mestrado em Geoquímica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutorado em Engenharia Ambiental pela Cornell University e pós-doutorado na Brown University — as duas últimas nos Estados Unidos.

Disposta a utilizar essa bagagem na construção de uma sociedade mais justa e plural, a educadora lamenta que o racismo ainda esteja tão entranhado entre os brasileiros. “Outro dia, em uma live, uma pessoa meio que tomou um susto e disse: eu não sabia que você era negra, olha que coisa!”

Leia os principais trechos da entrevista, concedida ao jornal Correio Braziliense, no site da Andifes.