Andifes reafirma compromisso pela democracia e defende sistema eleitoral brasileiro

Publicada em 28/07/2022

Reitoras e reitores da Andifes – Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – reafirmaram nesta quinta, 28, em Brasília, a confiança no sistema eleitoral brasileiro por meio do uso da urna eletrônica. A manifestação conjunta aconteceu durante audiência do pleno da associação com a presença do presidente do TSE – Tribunal Superior Eleitoral, ministro Edson Fachin.

A reitora em exercício, professora Rosy Ribeiro, que representa a UFSJ no encontro, ressalta que o posicionamento é fundamental num tempo em que o país vive um clima conturbado por manifestações que visam perturbar a ordem democrática: “temos que assegurar os mecanismos democráticos, todos, sem exceção. Não é possível duvidar de um sistema em vigor há 25 anos e que vem sendo estudado, copiado e elogiado por outros países. Vivemos momentos de grandes embates políticos, muitas vezes travestidos e agudizados por manifestações extremistas que, a todo tempo, tentam desestabilizar a nossa jovem democracia. A UFSJ se alinha às demais instituições de ensino superior e reafirma o seu compromisso de luta pela democracia”, afirmou.

Resposta aos negacionistas eleitorais e fascistas
No encontro com os dirigentes da Andifes, Fachin voltou a criticar aqueles que colocam em dúvida o sistema de votação brasileiro, perguntando a quem interessa o ataque às urnas e ao processo eleitoral. Essa semana, em reunião com um grupo de juristas, o presidente do TSE foi taxativo: "Não toleraremos violência eleitoral, subtipo da violência política. A Justiça Eleitoral não medirá esforços para agir, a fim de coibir a violência como arma política e enfrentar a desinformação como prática do caos", referindo-se, sem citar nomes, aos negacionistas eleitorais e àqueles que, a todo momento, atacam o sistema e o próprio Tribunal, flertando com práticas fascistas.

Num tom firme em defesa da democracia, Fachin fez uma digressão histórica para alertar como o sistema tem sido alvo de ataques nos últimos anos de grupos fanáticos e de extrema direita. Citou o livro da ex-secretária de Estado norte-americana no governo Clinton, Madeleine Albreight, Fascismo – um alerta, que relembra como regimes totalitários liderados por Hitler e Mussolini tiveram sua ascensão no mundo. Num dos capítulos, a autora, também professora da Universidade Georgetown, em Washington, relembra a fala do ex-presidente Truman que soa como advertência:"O fascismo não morreu com Mussolini. Hitler está liquidado, mas as sementes espalhadas por sua mente doentia estão solidamente enraizadas em um número muito grande de cérebros fanáticos."

Cooperação pela democracia
Na semana passada, a Andifes, em conjunto com a ABRUEM – Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais e o CONIF – Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, manifestou, por meio de documento oficial, apoio ao sistema eleitoral e ao processo democrático brasileiro. As três entidadesrepresentam todas as instituições de ensino superior público do Brasil, com mais de 150 organizações federais, estaduais e municipais, presentes em mais de mil municípios. “O processo educacional é indissociável do exercício democrático. O ato do livre pensar, basilar para ensinar, aprender e transformar, ancora-se na capacidade de escolher livremente, princípio fundamental de uma sociedade democrática. As Instituições públicas de educação brasileiras, ao se dedicarem ao ensino, pesquisa e extensão, formam não apenas profissionais, mas também cidadãos e cidadãs”, ressalta o documento.

Outra iniciativa das entidades foi a assinatura de um termo de cooperação e adesão ao Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, que tem por objetivo conter a proliferação de notícias falsas que contaminam o processo democrático brasileiro.Rosy adiantou que o reitor Marcelo Andrade, que ainda está em férias, mas tem acompanhado as ações da ANDIFES, já deliberou pela UFSJ ter um papel protagonista frente a esse compromisso. Segundo Marcelo, “a universidade sempre esteve e estará atenta aos compromissos com as instituições e com a sociedade civil na defesa intransigente da democracia e do estado democrático de direito. Enquanto educadores, produtores de ciência e tecnologia, extensionistas, cidadãos e cidadãs, nosso compromisso segue firme nesse sentido. É nosso dever também não deixar que notícias falsas desestabilizem, ameacem ou descredenciem o processo eleitoral de 2022, um dos mais importantes do período republicano no Brasil”, garantiu o reitor.

Trabalho infantil
Na parte da manhã, reitoras e reitores receberam a visita da procuradora do Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal, Ana Maria Villa Real, para a assinatura de um Acorde de Cooperação Técnica para o combate ao trabalho infantil. Segundo Rosy, será feito um levantamento das ações que já existem para o enfrentamento desse problema, que ainda é flagrante no Brasil, para uma posterior sistematização do trabalho conjunto a ser desenvolvido pelas instituições de ensino superior.

 

Luciene Tófoli
Assessoria de Relações Institucionais e Corporativas