UFSJ presente no Encontro Continental de Estudos Afro-Latino-Americanos

Publicada em 12/07/2024

A professora do curso de Jornalismo da UFSJ, Filomena Bomfim, participou do Terceiro Encontro Continental de Estudos Afro-Latino-Americanos do ALARI, da Universidade de Harvard, que aconteceu nesta semana, na USP, celebrando o mês da Mulher Negra e Caribenha.

No evento, Filomena coordenou o painel Educomunicação e Letramento Racial: estratégias interdisciplinares afro-latino-americanas, e também lançou o livro Educação e Comunicação: abordagens interseccionais em pesquisa, no qual é uma das organizadoras.

É a primeira vez que a conferência continental é realizada na América do Sul. O encontro visou refletir criticamente sobre a pauta das diversidades e as questões étnico-raciais e de gênero, em colaboração com uma grande rede de pesquisadoras e pesquisadores.

O Instituto de Pesquisas Afro-Latino-Americanas da Universidade de Harvard (ALARI) é pioneiro nos Estados Unidos no estudo da história e da cultura das pessoas afrodescendentes na América Latina e Caribe. O ALARI estimula e patrocina pesquisas a respeito dessa experiência, oferecendo um fórum onde acadêmicos, pesquisadores, ativistas e funcionários públicos podem debater e trocar conhecimento.

Educomunicação e Letramento Racial
O painel apresentado no Encontro foi organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Educomunicação da UFSJ (GEPEducomufsj), certificado no CNPq desde 2015.

Com a coordenação da professora Filomena Bomfim, se apresentaram os professores da UFSJ: Maria José Netto Andrade (DFIME), que falou sobre Letramento Racial e Identidade: uma parceria entre a filosofia e educomunicação na infância; Orlando José de Almeida Filho (DECIS), com o tema Imagens e representações do negro no livro didático: a educomunicação como estratégia de pensar a cultura a partir da história em sala de aula; e Márcio Carneiro dos Reis (DCECO), autor de O papel da educomunicação no combate à insegurança alimentar entre os afrodescendentes no Brasil.

O objetivo foi analisar a aplicação da educomunicação em processos de letramento racial, destacando sua importância no contexto afro-latino-americano, com ênfase na relevância de estratégias interdisciplinares na representação política, no governo e na elaboração de políticas públicas. Outra frente é a possibilidade de refletir sobre como aquela teoria pode ser utilizada para empoderar comunidades afrodescendentes e fomentar uma participação política mais ativa e representativa.

Educação e Comunicação: abordagens interseccionais em pesquisa
Com organização das professoras Filomena Bomfim (UFSJ) e Rosângela Malachias (UERJ-FEBF), a publicação reúne textos decorrentes de um encontro virtual ocorrido em novembro, mês da Consciência Negra.

A partir de uma perspectiva de letramento antirracista, a necessidade de questionar estereótipos e produzir discursos textuais, imagéticos e digitais, capazes de descolonizar mentes, mobilizou docentes, estudantes da graduação e da pós-graduação das instituições envolvidas (UFSJ, UERJ, UFRRJ, UNOESTE), de forma multi e transdisciplinar. Foi o Núcleo de Pesquisa sobre Mulheres Negras, Cultura Visual, Política e Educomunicação em Periferias Urbanas (AFRODIÁSPORAS), sediado na UERJ de Duque de Caxias e que também atua no Programa de Pós-Graduação em Educação Contextos Contemporâneos e Demandas Populares da UFRRJ, que assumiu o compartilhar desse exercício espiral, no sentido de movimento histórico-cultural das periferias do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo.

O livro pode ser comprado no site da Editora Kobo.