Projeto da UFSJ leva estudantes de escolas públicas à Olimpíada Brasileira de Robótica

Publicada em 11/07/2011

Alunos de São João del-Rei e Barroso obtiveram excelentes resultados na OBR

A “inclusão digital de forma prazerosa” é o lema do Projeto de Extensão financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), “A Robótica e a inclusão digital: uma visão extensionista”, que é coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFSJ, Márcio Falcão Santos Barroso. Alunos dos ensinos fundamental e médio da Escola Estadual Iago Pimentel e Governador Milton Campos, de São João del-Rei e Escola Estadual Cônego Luiz Giarola Carlos, de Barroso, atendidas pelo projeto, comemoram os 2º e 4º lugares na etapa mineira da Olimpíada Brasileira de Robótica, realizada em junho no campus da UFLA.
A iniciativa busca oferecer noções de robótica a estudantes de escolas públicas. Com recursos da Fapemig, foram adquiridos 12 robôs, modelo Lego Mindstorms, além de notebooks e um Data Show usado em sala de aula. “A escolha deste modelo de robô se deu pois ele é um dos mais didáticos do mercado e seu uso tem assimilação rápida entre crianças”, diz a bolsista Gabriela Lígia Reis, estudante de Engenharia Elétrica. Além dela, o projeto conta, também, com a participação dos bolsistas do mesmo curso, Maurício Vieira de Souza e Vitor Marques de Oliveira, e dos professores Erivelton Geraldo Nepomuceno e Gleison do Amaral, ambos do Departamento de Elétrica (Depel).
Após a aquisição dos equipamentos, os bolsistas Gabriela, Maurício e Vitor desenvolveram apostilas para uso dos alunos das escolas estaduais no mini-curso sobre robótica, que acontece desde agosto de 2010, no Laboratório do Grupo de Controle e Modelagem (GCoM) da Universidade. Eles tiveram módulos sobre Informática, Matemática e Lógica Computacional, Introdução à Robótica e Programação de Robôs. Este último módulo do curso coincidiu com a etapa mineira da Olimpíada Brasileira de Robótica, que aconteceu na Universidade Federal de Lavras, e da qual 15 destes alunos participaram.
A vice-diretora da Escola Estadual Iago Pimentel, de São João del-Rei, que conquistou o segundo lugar nos níveis I e II (para ensino fundamental e médio ou técnico, respectivamente), Rita Miranda, diz que muitos são os projetos para os quais os alunos da Iago Pimentel são convidados. Entretanto, o da UFSJ foi o primeiro a, realmente, despertar o interesse dos alunos. “Já tivemos projetos que começaram com 300 estudantes e terminaram com 15. O da robótica foi muito elogiado pelos alunos e eles adoram; todos que começaram terminarão”, conta ela. Patrícia Carrera Diniz, professora de português da escola, também aponta avanços em sala, graças ao projeto. “Tínhamos um aluno com muitas dificuldades que, depois do projeto, mostrou melhoria no pensamento lógico e matemático” conclui. Além desta, a Escola Estadual Cônego Luiz Giarola Carlos, de Barroso, conquistou o quarto lugar no nível II da competição.
O projeto existe há um ano e meio, com previsão de término para o fim de 2011. O também colaborador, professor Eduardo Bento, já aprovou novo projeto na Fapemig, e formou um grupo de pesquisas na área de Robótica denominado Uaibots, no qual dará continuidade ao ensino da robótica a crianças. Segundo Gabriela, estes projetos são muito importantes para a formação dos engenheiros. “Na Olimpíada, aprofundamos conhecimentos que temos na graduação, além de conhecer novos softwares importantes para a formação”, conta.
 

OBR
A Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) é uma iniciativa apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que visa despertar nos jovens o interesse pelas carreiras científico-tecnológicas, além de descobrir novos talentos e atualizar processos de ensino-aprendizagem no Brasil. Anualmente, a OBR elabora e gere a aplicação de provas teóricas e práticas em todo o Brasil, utilizando a robótica como tema. Há, então, a seleção dos melhores de cada estado, que competirão numa etapa final, de nível nacional.
A etapa estadual apresenta desafios como reconhecer linhas, desviar de obstáculos e resgatar vítimas, que são divididas nos níveis I e II – para ensinos fundamental e médio ou técnico, respectivamente.