UFSJ promove oficinas circenses em escola do Tejuco

Publicada em 21/07/2017

A Escola Iago Pimentel, localizada no bairro Tejuco, em São João del-Rei, recebe às terças e sextas-feiras o projeto Circo - Teatro para Todos, da UFSJ. São realizadas atividades circenses como malabarismo e trapézio. O programa de extensão trabalha com pesquisa, aprendizado, aperfeiçoamento e aplicação na prática. As oficinas são para os alunos do Ensino Fundamental I. A ideia é que, a cada semestre, de dois em dois meses, as ações alcancem outras escolas.

O Programa promove, ainda, todas as quartas-feiras, na praça de Matosinhos, encontros de circo que envolvem tanto alunos quanto moradores interessados em aprender ou apenas observar. Conheça mais as ações:

Na escola

Os envolvidos nas atividades das escolas consideram gratificante o trabalho realizado. Júlio César, estudante do curso de Teatro e há dois anos participante do Programa, destaca: “Na primeira semana, para os alunos, era tudo fantástico, novo. Eles brincavam e se divertiam, não com a consciência de fazer exatamente o movimento certo, mas até mesmo fazendo de qualquer jeito com vontade de aprender. Conforme a gente vinha mais vezes, nas outras semanas, eles começaram a entender o que era esse projeto, o que eles estavam fazendo, o que eles poderiam aprender", descreve. Júlio César ressalta que o projeto"está em um bairro periférico que sofre financeiramente e estruturalmente, mas a gente consegue transformar aqui também”.

De acordo com Fernanda Diniz, estudante do Teatro, o mais interessante das oficinas é que "levam a gente a aprender como o outro aprende. Você descobre, por meio do outro, coisas em relação às quais tinha dificuldade. Então, além de você estar dando aula, também está se envolvendo”. Fernanda comenta ainda que, no início, os alunos têm medo para ao menos tentar realizar as atividades propostas, mas, ao longo do tempo, esse medo é superado. “Eu lembro que eu fiz a bandeira com uma criança, a cortagem muito simples. Depois que ela conseguiu, pediu para a professora tirar foto e gritou: 'Ah. Eu estou conseguindo!'. Eu vi que, para a criança, era um grande avanço", conta, arrematando: "vejo isso em quase todas as crianças. Quando elas conseguem, é um ganho da confiança. E isso ajuda a acreditarem em si mesmas”.

Outro ponto destacado pelos bolsistas é a importância de se levar as atividades aos bairros periféricos da cidade. O também estudante do curso de Teatro, Henrique Ribeiro, destaca o fato de o Tejuco ser abandonado pelo Poder Executivo e, consequentemente, ser distanciado do restante da cidade. Sobre isso, afirma: “a gente vê uma supervalorização do centro histórico turístico, enquanto os outros bairros estão abandonados. A cultura fica muito centralizada, então a gente precisa ir a outros bairros. São João é uma cidade que tem dez distritos e esses são mais carentes de arte, cultura, literatura. Temos que descentralizar mais, chegar no distrito, zona rural. Por lá tem vários jovens, idosos que deveriam ter práticas de artes mas não têm.”

Na praça

Sobre as apresentações circenses na Praça de Matosinhos, Fernanda Diniz ressalta que a ideia era fazer "um palco aberto com ênfase em circo e que dialogasse com o ambiente. Então, de repente a gente se vê em uma posição de ter um retorno do que você está fazendo, das pessoas falarem 'nossa você está bem, gostei muito!' Isso é gratificante", comemora, e complementa: "Essa troca é uma das coisas mais importantes que tem, até para o nosso desenvolvimento como artista”.

Henrique Ribeiro concorda, e afirma: “É interessante ter esse retorno que não é somente acadêmico. Quando a gente vai até a comunidade externa, esse retorno é totalmente diferenciado, porque a gente vê que a nossa arte está afetando, qual diferença que faz na vida dela, qual a intervenção que faz no seu cotidiano."

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