Campanha na UFSJ incentiva doação de médula óssea

Publicada em 21/08/2017

Iniciativa começou no Centro Acadêmico de Zootecnia, que pretende ajudar garoto com imunodeficiência primária<br /><br /> <br /><br />

Oitocentos e cinquenta: esse é o número, segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Médula Óssea (Redome), de pessoas em busca de um doador compatível de medula óssea que não seja da própria família. Entre elas, encontra-se o menino Eduardo da Costa Teixeira, filho do professor Alexandre de Oliveira Teixeira, do Departamento de Zootecnia da UFSJ. Dudu, como é conhecido, tem imunodeficiência primária combinada grave e motivou a campanha “Calouro Sangue Bom”, do Centro Acadêmico do curso de Zootecnia.

Além de promover um trote solidário, em que os novos alunos do curso de Zootecnia vão se cadastrar no banco de doadores voluntários de medula óssea, a iniciativa também motiva a sociedade em geral a realizar o cadastro. A ideia, que nasceu de conversas entre a coordenadoria e o pai da criança, já tem engajado diversos alunos, inclusive em outro Campus da UFSJ, como o de Sete Lagoas.

De acordo com o professor Alexandre, isso mostra que “a universidade não se faz apenas com o aprendizado de sala de aula, mas também com essas experiências extracurriculares. É comovente ver que as pessoas compartilham desse momento. Um ato que não dói nada e salva vidas”.

Pela importância que a doação assume ao salvar vidas, a Universidade Federal de São João del-Rei resolveu mostrar a você como agir para ajudar pessoas que necessitam de transplante de medula.

Como acontece a doação de medula óssea?

Para integrar o grupo de doadores, o candidato precisa ter entre 18 e 55 anos, boa saúde e não apresentar doenças infecciosas ou hematológicas. O cadastramento ocorre em hemocentros públicos, como a Fundação Hemominas, onde será feito o preenchimento do “Formulário de Identificação” e do “Termo de Consentimento”. No ato também será recolhida uma amostra de sangue destinada ao exame HLA, responsável por definir as características genéticas do doador e verificar a compatibilidade com os pacientes.

Entre pessoas não aparentadas, a possibilidade de encontrar alguém com medula óssea compatível é de 1 entre 100 mil indivíduos cadastrados – daí a importância de buscar o maior número possível de doadores. Se isso acontecer, o candidato é consultado novamente para resolver sobre a doação. O transplante de medula óssea, em muitos casos, é a única esperança para portadores de inúmeras doenças, como leucemia e algumas
imunodeficiências primarias.

Em São João del-Rei, o cadastro para doadores de medula óssea pode ser realizado na Fundação Hemominas, situada na Rua Prefeito Nascimento Teixeira, 175, bairro Segredo. Você pode obter mais informações pelo telefone 3322-2900.

Imunodeficiência primária: o que é?

Sabe-se que o corpo humano tem um complexo sistema de defesa contra invasores, como vírus, bactérias e fungos, denonimado sistema imunológico. Pessoas com Imunodeficiência Primárias (IDPs), como é o caso do garoto Dudu, não têm o perfeito funcionamento desse sistema, deixando o corpo sem defesa.

As primeiras manifestações costumam ocorrer na infância e, em muitos casos, a doença é genética e hereditária. Os pacientes, normalmente, sofrem com constantes infecções, como pneumonia e estomatite, o que possibilita o diagnóstico. O tratamento varia de acordo com a gravidade e requer cuidados com a higiene domiciliar e, às vezes, como o Dudu, transplante de células hematopoiéticas (da medula óssea).

Dez sinais de alerta para a Imunodeficiência Primária

1. Duas ou mais pneumonias no último ano
2. Oito ou mais otites no último ano
3. Estomatites de repetição ou Monilíase por mais de dois meses
4. Abscessos de repetição ou ectima
5. Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia)
6. Infecções intestinais de repetição/diarreia crônica
7. Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune
8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por microbactéria
9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada à Imunodeficiência
10. Histórico de Imunodeficiência na família

Fonte: Associação Nacional dos Portadores de Imunodeficiência Primária Congênita (Anpic)