Outubro Rosa: UFSJ promove discussão e reflexão sobre o câncer de mama

Publicada em 24/10/2018 - Fonte: ASCOM

O câncer de mama é um dos que mais mais acometem as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse é o tipo de câncer mais comum entre elas no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. O Inca estima quase 60 mil diagnósticos de câncer de mama, somente neste ano, no Brasil.

Este ano, a Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Progp) e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae) desenvolvem ações para debate e reflexão sobre o câncer de mama. Com o objetivo de conscientizar sobre prevenção ao câncer de mama, o Setor de Apoio ao Servidor da Progp (Seaps) distribui, em todos os campi, laços rosas em alusão à Campanha Outubro Rosa e cartões com lembrete para que mulheres realizem o exame de mamografia - principalmente a partir dos 40 anos, como garante a Lei 11.664/08

Além disso, as fachadas dos campi Santo Antônio, Dom Bosco e Tancredo Neves também foram iluminadas com a cor da campanha, aderindo, assim, à mobilização mundial. Já o Núcleo de Promoção da Saúde e Qualidade de Vida lançou cartilha que analisa mitos e verdades sobre a relação entre alimentação e câncer de mama (veja aqui). E alunos e professores do curso de Medicina participam de eventos promovidos pela Secretaria da Saúde de São João del-Rei.

A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae), por sua vez, tem promovido a campanha “UFSJ pela Vida - Outubro Rosa”, com rodas de conversas sobre “Saúde, sexualidade e empoderamento feminino” nos campi Dom Bosco e Tancredo Neves, com o objetivo de estimular a criação de grupos de trabalho sobre o tema para atuar, de forma articulada, com o Conselho de Mulheres de São João del-Rei. A ideia é realizar as rodas de conversa nos demais campi ao longo dos próximos meses. Veja aqui a programação.

A professora do curso de Medicina do Campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO/UFSJ) Lecticia de Siqueira Ribeiro Rios explica que, por meio de campanhas como essa, “a gente consegue conscientizar o maior número de pessoas para fazer os exames e, assim, ter diagnósticos mais precoces e mudar a realidade da mortalidade do câncer de mama, que é ainda tão alta”. O exame físico anual com o médico, explica a professora, deve ser feito por todas as mulheres a partir dos 35 anos. “Em relação à mamografia, a gente tem a recomendação de realizar a de base entre 35 e 40 anos e, se não tiver nada, fazer o exame anual de mamografia a partir dos 40 anos. Isso levando em consideração a população de baixo risco - como aquela mulher que não tem histórico familiar de câncer de mama ou de ovário”, detalha.

Ainda no mês de outubro, o site de notícias da UFSJ publicará entrevista completa com Lecticia e mais dados sobre o tema.

Foco na prevenção

A prevenção à doença é um dos mais importantes fatores para diminuir os índices de câncer de mama no País. Entretanto, as estatísticas vão na contramão de iniciativas de conscientização - como a Campanha Outubro Rosa.

A Secretaria da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que, no período de janeiro a julho de 2018, foram realizadas 183.762 mamografias de rastreamento na faixa etária de 50 a 69 anos nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso abrange apenas 18% do público-alvo desse tipo de procedimento, voltado ao público feminino mais suscetível a desenvolver a doença - é desejado que mais de um milhão de mulheres na faixa etária realizem o exame em 2018. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, recomenda que o índice alcance 70%.

Equipamentos

Para atingir a recomendação da OMS, a SES-MG ressalta que “tem atuado no fortalecimento dos prestadores fixos de mamografia de forma complementar, para aumento da oferta dos exames, por meio de processo de doações de mamógrafos fixos aos municípios”, além de fortalecer os serviços que atuam na prevenção ao câncer de mama.

Atualmente, há 154 mamógrafos fixos prestando serviço para o SUS em Minas Gerais. De acordo com a SES, isso atende a proporção de um mamógrafo para cada grupo de 240 mil habitantes, estabelecido na Portaria Ministerial nº 1.101/2002.

Além disso, a Secretaria possui o Programa da Unidade Móvel de Mamografia (UMM), composto por sete unidades que circulam pelos municípios de Minas Gerais. O objetivo é atuar de forma a complementar à oferta dos exames de mamografia, principalmente nas regiões que apresentam baixíssimos índices de realização do exame.

Em São João del-Rei, há apenas um mamógrafo na rede pública - que fica no Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) Viva Vida -, além de três na rede particular - sendo que um deles, da Santa Casa de Misericórdia, possui uma cota mensal de 100 atendimentos para o SUS.

Em 2017 e 2018, foram realizadas 2.497 mamografias para a faixa etária de 50 a 69 anos na cidade - no total da população, foram 2.880 exames. “Apesar do trabalho constante das Unidades para manter a cobertura, ela tem permanecido baixa devido à falta de regularidade no repasse do recurso de custeio estadual nos últimos anos, o que tem impactado negativamente a realização dos exames de rastreamento no CEAE Viva Vida, onde está instalado o mamógrafo”, afirma a Secretaria da Saúde de São João del-Rei, em nota.

Leia mais: Outubro Rosa - Das formas de encarar o câncer de mama com mais leveza.