UFSJ estimula o cuidado dos homens e a prevenção ao câncer de próstata

Publicada em 13/11/2018

Desinformação e preconceito. O câncer de próstata ainda é envolto de muitos tabus entre os homens. Mas esse é um assunto que precisa ser amplamente discutido, pois é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para este ano, são estimados mais de 68 mil novos casos da doença no País.

Para conscientizar a respeito da necessidade de prevenir a doença, foi criada a mobilização Novembro Azul. E a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) também faz parte dessa causa, com a distribuição de cartões lembrando os homens a cuidar da saúde. Eles são distribuídos tanto aos servidores da instituição, como para as mulheres que trabalham nos campi, pois, muitas vezes, são as que têm a iniciativa de buscar o atendimento médico aos maridos, pais, companheiros e filhos. O objetivo é promover o cuidado consigo e com os outros.

A ação é promovida pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progp), por meio do Setor de Apoio ao Servidor (Seaps) e do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass). Para contribuir com a mobilização global, a fachada do campus sede da UFSJ, em São João del-Rei, foi iluminado com a cor azul.

A Fundação de Apoio à UFSJ (Fauf) também promove uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. De acordo com a Fundação, a campanha no Brasil surgiu Brasil no ano de 2008, em ação do Instituto Lado a Lado Pela Vida (LAL) por meio da campanha “Um Toque, Um Drible”, cujo objetivo era promover uma mudança de paradigmas em relação à ida do homem ao médico.

Luta contra o câncer

Foi justamente o desconhecimento dos sintomas da doença que levou João Maia de Souza, 68 anos, ex-funcionário do Sindicato dos Servidores da UFSJ (SindsUFSJ), a demorar para buscar atendimento com um especialista. O principal sintoma na época: a diminuição da libido.

Ao comentar o fato com um professor e amigo, recebeu a recomendação de procurar um especialista o mais rápido possível. “Estava com 6,5% de PSA (exame de sangue feito verificar se há sinais de câncer na próstata). Dentro de um mês, em julho de 2005, fiz a cirurgia. Tive que tirar a próstata todinha”, afirma.

A notícia mobilizou toda a família. “Ficamos arrasados! Mas ele pedia para que a gente não chorasse. A gente saía do consultório, o médico falava que ele ia morrer. Então ele chegava aqui em casa e os três filhos (um rapaz e duas mulheres) todos esperando e chorando. E falei: tem que fazer a cirurgia, vamos entregar nas mãos de Deus’”, conta a esposa Maria Trindade (Neném), servidora aposentada da UFSJ.

Após uma cirurgia de risco, com 8h30 de duração total, dificultada pela obesidade, o resultado foi melhor que o esperado. Entretanto, em razão do aparecimento de novas células cancerígenas próximas da região da próstata tempos depois, foi preciso João Souza se submeter a sessões de radioterapia e, agora, faz um acompanhamento periódico para monitorar a saúde.

Para os outros homens, ele recomenda que se deixem preconceitos de lado e se busque a prevenção. “Não tenha vergonha!”, defende. Apesar da apreensão que envolveu o diagnóstico, a família tira uma lição positiva: “parece que aproxima mais, a gente fica mais apegado um ao outro”, comenta Neném.