Nota sobre as práticas médicas

Publicada em 28/08/2019

Em resposta à comunidade, a UFSJ informa que enfrenta dificuldades em firmar convênios com instituições que recebam os estudantes do curso de Medicina para realização de estágios de prática hospitalar na região de São João del-Rei. O impasse atinge algumas áreas da Medicina, entre elas Obstetrícia e Ginecologia, nas quais não estão sendo oferecidas vagas para a formação profissional dos graduandos.
A Universidade esclarece que esta realidade acontece porque os valores pedidos por hospitais da região são incompatíveis com a situação orçamentária das instituições federais de ensino com os cortes na Educação. O Governo Federal repassa à Universidade menos de ⅓ do montante cobrado por aluno pelos hospitais para o exercício do estágio. Para garantir a experiência prática dos estudantes, a UFSJ pagava o restante do valor com os recursos de custeio da instituição. O corte de 40% aplicado pelo Ministério da Educação nestes recursos, em 2019, impactou diretamente na disponibilidade da UFSJ em custear esta diferença.
Outro fator que influenciou foi o aumento do número de alunos que alcançaram o período do curso para realização da prática hospitalar. O quantitativo mais que dobrou no primeiro semestre de 2019. O planejamento financeiro deste ano previu o início do estágio por novos estudantes. No entanto, a ação foi comprometida também pelo corte no custeio.
Com intuito de solucionar o impasse, a UFSJ está revendo os valores dos editais, reduzindo o montante pago por aluno às instituições hospitalares. As novas quantias estão sendo avaliadas por várias entidades que se recusaram anteriormente a receber os estudantes da Universidade para realização de estágio.
De acordo com assessor-especial para Desenvolvimento para o Ensino em Saúde, Rodrigo Penha, é importante registrar que os valores pedidos pelos hospitais da região são incompatíveis com a atual realidade orçamentária das instituições federais de ensino e não apresentam justificativas que sustentem os custos de treinamento de estudantes.
Para reforçar a importância de resolver a situação, o movimento estudantil se uniu ao Departamento de Medicina na busca por alternativas que solucionassem o impasse. A pedido da Reitoria, um grupo de trabalho foi formado, sob coordenação da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (PROEN), que inclui a coordenação de curso e o departamento, para busca de soluções em curto, médio e longo prazos para o estágio dos cursos de medicina.
Em relação à greve dos estudantes, a UFSJ informa que respeita o direito de manifestação e reafirma o seu empenho na busca de soluções sustentáveis que promovam a formação adequada dos alunos e atendam às boas práticas da administração pública.
Segundo o reitor da UFSJ, Sérgio da Gama Cerqueira, “a Universidade está buscando parcerias com hospitais, mesmo distantes, visando o atendimento das demandas imediatas dos estudantes. Essa solução não nos satisfaz no longo prazo, já que ao instalarmos o curso de medicina em São João del-Rei tínhamos como preocupação a melhoria da saúde na cidade e região. Continuaremos a buscar soluções locais que sejam compatíveis com as disponibilidades orçamentárias da UFSJ".