Estudante da UFSJ é premiado por pesquisa de Segurança do Trabalho

Publicada em 29/08/2019

Estudante de Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Federal de São João del-Rei, Diego da Silva Mégda, conquistou o 2º lugar na premiação da revista "Proteção" por Pesquisa em Saúde e Segurança do Trabalho (SST). Ele concorreu na categoria acadêmica com o artigo "Proposta de Redução dos Índices de Incidentes e Acidentes do Trabalho em uma Marcenaria Através da Implantação de um Programa de Redução de Desperdícios". O evento aconteceu entre os dias 7 e 9 de agosto, na cidade de São Paulo.

Orientado pela professora Daniela Cristina Souza Afáz, o trabalho de Diego focou na realidade das micro e pequenas empresas, considerando as especificidades das relações de trabalho nesses locais. Em seu estudo de caso, ele analisou o processo de confecção e desmontagem de embalagens em uma marcenaria. Para realizar sua pesquisa, o estudante obteve detalhes do processo de produção e contou ainda com informações fornecidas pelos trabalhadores e supervisores da empresa.

O primeiro passo da pesquisa foi identificar que o principal risco à saúde desses trabalhadores está na área de desmontagem das embalagens, onde havia placas de madeira com pregos espalhadas pelo chão. "Constantemente eles pisavam nesses pregos, que às vezes atravessavam o sapato de segurança e furavam os pés", contextualiza o pesquisador. Para descobrir as condições que determinam os incidentes, Diego baseou-se na metodologia da Análise de modos de falha e efeitos (FMEA, na sigla em inglês). Isso significa não apenas analisar o espaço de trabalho, mas a produção como um todo, em busca dos processos com maior desperdício de material.

De acordo com os dados que o FMEA forneceu, o excesso de transporte e produção eram as causas do problema. O primeiro diz respeito à posição da caçamba de rejeitos, o deslocamento da empilhadeira e o tempo necessário para transportar o material. O segundo, trata do mau aproveitamento das caixas de contenção de rejeitos, contribuindo para que as caixas ficassem espalhadas pela área de desmontagem.

As soluções encontradas para sanar o problema foram a redução da distância da caçamba e a aplicação de produção nivelada, na empresa. "Assim, menos placas e pedaços de madeira com pregos expostos seriam colocados, reduzindo o risco ao qual os trabalhadores estavam expostos", conta Diego. Um processo que aos olhos de um leigo pode parecer simples depende de um esforço minucioso de análise científica.

Aplicando os conhecimentos

Diego conta que o curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, promovido pelo Núcleo de Educação a Distância (Nead) da UFSJ, foi a sua primeira experiência com o ensino a distância. "O curso tem promovido não só a atuação do aluno como ouvinte, mas também a trocas de experiências por meio de fóruns e salas de conversa", diz.

Ao longo de sua carreira, ele foi membro das ONGs AIESEC e Engenheiros sem Fronteiras. Por meio da Universidade Federal de Alfenas, participou por três anos do grupo PET-Conexões de Saberes. Sua iniciação científica tratou da caracterização estrutural das cerâmicas TiC e Si-C, obtidas por moagem de alta energia e prensagem a quente. Seu artigo foi publicado no Materials Science Forum.