PPGBiotec recebe sua primeira patente com participação de egressos

Publicada em 30/07/2021

O Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UFSJ (PPGBiotec) teve sua primeira patente com participação de egressos concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A conquista se soma a outras nove patentes já outorgadas à Universidade. Intitulado Equipamento para diálise de proteínas e macromoléculas para fins biotecnológicos, o projeto foi idealizado e organizado pelo professor Alexsandro Sobreira Galdino. Depositada em 2016, a proposta se enquadra na categoria Patente de Invenção. Na época, a pesquisa recebeu contribuições de dois alunos do PPGBiotec: o pós-doutorando Vinícius Valim Pereira, e o mestrando Wellington Jr. de Freitas Ferreira.

Após ser outorgada, o INPI concede ao titular a propriedade da invenção em todo o território nacional, incluindo o poder de explorar a tecnologia economicamente, de forma exclusiva, durante 20 anos.

O professor Alexsandro Galdino comemora a concessão e destaca os benefícios que podem ser trazidos pela conquista. “A carta patente foi concedida e, a partir desse momento, é iniciada a busca por uma empresa parceira que queira desenvolver o equipamento com o objetivo de licenciar a tecnologia. Ao desenvolver o equipamento, parte do dinheiro oriundo desse licenciamento poderá retornar à UFSJ na forma de royalties. Nesse sentido, é possível atestar a importância da concessão que, além da inovação e das vantagens trazidas para os profissionais e para a sociedade, aponta um caminho alternativo e virtuoso de fonte de recursos para a instituição.” Ainda segundo o professor Galdino, outro fator importante é a formação de recursos humanos, “em nível de pós-graduação, em matéria de patentes, pois se trata da primeira patente concedida ao PPGBiotec com a participação de egressos do próprio programa de pós-graduação.”

O invento
A patente foi concedida à proposta de desenvolver um equipamento capaz de inovar o sistema de separação de sais presentes em amostras biológicas usadas em estudos e/ou desenvolvimento de produtos biotecnológicos. Para conservação, essas amostras permanecem imersas em soluções salinas e, no momento de serem utilizadas em alguma pesquisa, é necessário retirar o sal absorvido pelas moléculas para que retornem à sua composição original.

Atualmente, esse processo é realizado de forma manual, sendo exigidos ambientes de baixas temperaturas, o que demanda a utilização de câmaras frias ou sucessivos armazenamentos em geladeiras. Outra dificuldade está no fato de, ao final do procedimento, não ser possível atestar a concentração exata de sal da amostra, o que acaba sendo definido de maneira empírica.

O equipamento proposto automatiza esse método, detectando a concentração de sal da amostra, ao injetar soluções solventes em número de vezes suficientes para que as moléculas atinjam sua constituição original, adequada para uso.

O professor Alexsandro Galdino conta que a ideia do projeto surgiu ao observar alunos nesse processamento. “Ao analisar as dificuldades e as diversas fases exigidas para efetuar a diálise de proteínas e macromoléculas, percebi a necessidade de desenvolver algo que solucionasse o problema. A tecnologia proposta irá garantir mais agilidade e precisão ao processo, sendo promissor para utilização na indústria.”

Mais patentes
A inovação é uma marca da UFSJ, que possui dez patentes concedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Outros 142 pedidos estão em análise e também podem conquistar suas cartas patente, como a proposta do professor Alexsandro Galdino. A primeira patente da instituição foi concedida em 2016, ao projeto Processo de obtenção da fibra da casca de arroz modificada, fibra da casca de arroz modificada, uso da fibra da casca de arroz modificada.

O INPI é o órgão responsável pela concessão de patentes no país. Ao conceder uma patente, o Instituto atesta ao inventor a exclusividade de explorar aquele conhecimento de maneira comercial, protegendo a propriedade intelectual.

As patentes se dividem em duas categorias. A primeira são as Patentes de Invenção, nas quais estão incluídas as novas tecnologias, sejam associadas a produto ou a processo, que atendam aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Já as Patentes de Modelo de Utilidade são para novas formas em objetos de uso prático, como utensílios e ferramentas, que apresentem melhorias no seu uso ou na sua fabricação.

Na foto, Alexsandro Galdino, Vinícius Valim e Wellington Jr., o Laboratório de Biotecnologia de Microrganismos (Labiom) em perspectiva.