Professor do CSL fala sobre cerveja para canal de inovação

Publicada em 07/10/2021

O professor de Tecnologia de Bebidas do curso de Engenharia de Alimentos, Mateus Junqueira, foi o entrevistado do canal on-line Inovação em pauta, de Belo Horizonte (MG). Pesquisador apaixonado pela bebida preferida do povo brasileiro, ele falou da história do produto e das tendências do mercado cervejeiro.

A apresentação do docente da UFSJ faz parte da temporada Negócios do futuro: a partir de entrevistas com pesquisadores de diversas áreas, as pautas dessa série buscam desmistificar e difundir o conceito de inovação.

Definindo a si mesmo como alguém que “todo dia busca solucionar alguma coisa para a sociedade”, Mateus abriu sua fala defendendo que a profissão de “professor federal” está muito além do ensino. Como pesquisadores, “devemos tentar examinar soluções para problemas na tríade ensino, pesquisa e extensão, na qual a inovação se insere com muita propriedade”, destaca o professor, ao explicar como consegue envolver as pesquisas sobre cerveja com inovação tecnológica na Universidade e para a sociedade.

Sumérios
Em seguida, o pesquisador apresentou sucintamente um tema vasto e apaixonante: a história da cerveja e sua relação com os avanços tecnológicos da humanidade. Escolheu quatro momentos da história mundial para mostrar a cerveja como protagonista dos fatos. O primeiro deles ocorrido há nove mil anos, quando os nômades sumérios começaram a produzir grãos. “Grande parte em função da cerveja. Não da cerveja como conhecemos hoje, mas de uma bebida fermentada à base de grãos”, explicou.

Dos cálculos do plantio e da colheita de grãos, os sumérios inventaram a matemática. A escrita, segundo o pesquisador, também surgiu nesse momento, e hoje são encontrados 160 pictogramas cujos motivos remetem à bebida fermentada naquela época. Outro importante fato ocorreu no século XIX, quando o francês Louis Pasteur inventou a pasteurização, enquanto trabalhava como pesquisador em uma cervejaria. Por fim, o professor Mateus citou o desenvolvimento da refrigeração artificial, dada a necessidade de conservação de alimentos e cervejas.

Tendências
O pesquisador da UFSJ observa que o estigma de “coisa ruim” da bebida está desaparecendo, uma vez que têm sido provados os benefícios de um consumo moderado, como a hidratação, e o fato de ser fonte de vitaminas e regulador da pressão arterial.

Atualmente, a indústria vem tentando fortalecer a ideia da prevenção: “se beber não dirija” e a venda proibida a menores de 18 anos. Já as cervejas artesanais apoiam o conceito “beba mais e beba melhor”. Esse segmento de mercado vem buscando qualidade com muita propriedade. “Você compra uma cerveja artesanal de 300 ml e consegue encontrar uma combinação de aromas e sabores não encontrados nas cervejas industrializadas”, completa.

Questionado sobre mudanças e inovações no mercado, Mateus Junqueira destaca o aspecto da sustentabilidade, que pode ser percebido pela preocupação das empresas com a substituição gradual de embalagens de vidro e a emissão de gás carbônico.

No Brasil, o mercado tem se dedicado não apenas às inovações. “Vejo com grande importância, além das misturas de matérias-primas nacionais, o foco em qualidade, que tem colocado a cerveja artesanal brasileira em evidência no mundo”, afirmou.

O mercado cervejeiro passa por um forte processo de diversificação, principalmente para atender a determinados “nichos”. “Hoje temos cervejas para celíacos, sem álcool e faço parte de um grupo de pesquisadores da UFMG que está buscando sintetizar uma cerveja com potencial funcional.” O crescimento de veganos no mundo, para ele, indica mais uma tendência de mercado para o setor da cerveja.

A íntegra da entrevista está em https://youtu.be/zEtEmmjXQTM.