Reitor da UFSJ participa de debate sobre ações afirmativas na universidade pública

Publicada em 16/11/2021

O reitor da UFSJ, Marcelo Andrade, participou do debate promovido pelo projeto de extensão Cotas não é esmola: a importância da implantação das cotas raciais na Universidade Federal de Sergipe, sob a coordenação da professora do Departamento de Comunicação daquela Federal, Luciana Oliveira Vieira (UFS) e mediação da professora Maria Valéria Pinto (Universidade Católica de Moçambique).

O evento, transmitido ao vivo no começo deste mês, pela TV UFS, pode ser acessado neste link.

O grupo de professores e reitores que formaram a mesa de debates demonstraram estar engajados na missão de fortalecer a pauta da inserção e ocupação de espaço das minorias raciais dentro das universidades públicas. Estiveram presentes: os professores Edileuza Penha de Souza (UNB) e Paulo Neves, (UFS); os reitores Valter Santana (UFS), Joana Angélica da Luz (UFSB), Marcele Pereira (UNIR), Luanda de Moraes (UEZO), Joaquina Nobre (IFN-MG), Luzia Mota (IFBA) e Roberlaine Jorge (Unipampa).

Marcelo afirmou que a violência física e simbólica minam a autoestima da população negra, como se não fosse a Universidade um lugar de pertencimento, daí a importância de se discutir o tema. “Cota é justiça social, é pagamento de dívida histórica de mais de 500 anos daquilo que fizeram com o povo negro, o que repercute na ascensão social de cada negro e negra que não tiveram chance à Educação em nosso país. Ainda temos uma grande dívida com esse passado.”

Na UFSJ, a política de ações afirmativas foi aprovada em 2009, num momento muito importante para a instituição e a história nacional. A Comissão de Heteroidentificação, informa o reitor, é uma participação coletiva, sendo muito valorizada pela Universidade e pelos alunos. “Queremos reforçar as políticas institucionais de ações afirmativas. O debate ainda é longo, pois envolve a pós-graduação e o número de servidores negros. Em 2022 precisamos ampliar direitos: nosso país passa por um momento tão difícil, falta empatia, falta de diálogo. Precisamos fortalecer as ações de políticas afirmativas no nosso país”, destaca.

O projeto
Com o intuito de impulsionar a conscientização na UFS sobre as cotas raciais e falar sobre o avanço das políticas afirmativas, o projeto Cota não é esmola vem promovendo ciclos de debates transmitidos e disponíveis no canal da TV UFS no YouTube.

Segundo a coordenadora do evento, professora Luciana Oliveira, a ideia é discutir com estudantes negros e não negros, e com toda a população, o impacto positivo da implementação das cotas na Academia e a sua importância para o avanço de uma sociedade ainda profundamente marcada pelo preconceito racial.

Cotas pretende alertar a comunidade acadêmica quanto à complexidade do tema, que se desdobra em várias questões, para além da entrada dos alunos negros no Ensino Superior, abrangendo também a permanência.