Cortes no orçamento e retomada do CTAN são desafios para a gestão

Publicada em 07/12/2021

O reitor Marcelo Andrade segue nesta terça, 7, para Brasília, onde se encontra com outros membros da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), para reunião com a equipe do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) e com a bancada mineira na Câmara. Reitores e reitoras vão discutir o corte no orçamento das universidades já previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2022. O anúncio foi feito ontem, na reunião do Conselho Universitário (Consu).

Segundo o pró-reitor de Planejamento, Renato Vieira, a perda em relação a 2021 é da ordem de 5,7% e está em torno de R$ 3 milhões e 60 mil, sendo a maior parte R$ 2 milhões retirados da assistência estudantil; R$ 1 milhão de custeio; e R$ 60 mil de investimentos.
Marcelo ressaltou que a expectativa das universidades era exatamente oposta. “Nós esperávamos uma recomposição de R$ 1 bilhão e 700 milhões, que estava sendo negociada entre a Andifes e o Congresso. Depois, caiu para R$ 1 bilhão e 200 milhões e, finalmente, R$ 1 bilhão. Agora, com esses valores, que já estão no projeto da Lei Orçamentária, não sei o que vai ser possível fazer. Nosso desafio se torna muito maior”, lamentou.

Prefeitura de SJDR quer retomar área onde funciona o CTAN
Na mesma reunião do Consu, o reitor anunciou que vai enviar correspondência à Câmara de São João del-Rei solicitando audiência pública com a participação da UFSJ, para discutir o projeto de Lei do Executivo que reverte ao município a posse do terreno onde está localizado o Campus Tancredo de Almeida Neves (CTAN), hoje cedido à UFSJ sob regime de comodato que vai até 2040.

Segundo Marcelo, o prefeito de São João del-Rei, Nivaldo Andrade, o convidou para uma reunião na terça-feira passada, 30 de novembro, para tentar, novamente, que a UFSJ cedesse parte do terreno do CTAN à Prefeitura. Como o reitor disse que o assunto já havia sido discutido no Conselho Superior, que se posicionou contra a cessão, Nivaldo, então, disse que reverteria a posse do imóvel ao município ao final do comodato, em 2040, e repassaria a área ao Instituto Municipal de Previdência, que está com problemas financeiros.

Marcelo assegurou ao prefeito que todas as providências serão tomadas no sentido de se garantir que o terreno continue abrigando a Universidade Federal de São João del-Rei, que vai lutar em todas as instâncias por essa garantia. Desde 2002, quando o terreno foi cedido à UFSJ, a União já investiu ali mais de R$ 200 bilhões. As perdas para o município e toda a região seriam algo sem precedentes. “Atualmente, o CTAN abriga 15 cursos de graduação e seis de pós-graduação, com milhares de alunos em período integral ou noturno, dezenas de professores, técnico administrativos e colaboradores terceirizados. Ou seja, os prejuízos não são apenas para a Educação, mas sociais e econômicos”, argumentou.

 

Luciene Tófoli
Assessoria de Relações Interinstitucionais