Educação e Literatura: pesquisas da UFSJ ganham as editoras

Publicada em 16/12/2021

A professora do Departamento de Ciências da Educação, Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, é a organizadora de dois livros que abordam as fronteiras entre as duas temáticas.

O e-book A pesquisa etnográfica em alfabetização, leitura e escrita: a experiência do GPEALE foi editado com recursos da UFSJ e lançado pela Editora CRV, podendo ser acessado gratuitamente no site da editora.

A função da Literatura na escola: resistência, mediação e formação leitora é resultado de evento organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEDU). As ideias defendidas na obra foram discutidas com pesquisadores da pós, da graduação e com professores da educação básica de diferentes estados e regiões do país, durante o II Ciclo de debates do GPEALE (UFSJ, 2018). O material foi publicado pela Editora Parábola, referência na área dos estudos sobre linguagem, e que não cobra pela edição dos livros. O encontro do lançamento desse título pode ser visto neste link.

A pesquisa etnográfica em alfabetização, leitura e escrita: a experiência do GPEALE
O e-book é resultado de estudos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa em Alfabetização, Linguagem e Colonialidade (GPEALE) nos últimos cinco anos, nos programas de pós-graduação em Educação da UFSJ e da Federal de Pernambuco (UFPE). Reúne dez artigos que analisam práticas de alfabetização, leitura e escrita construídas principalmente na Educação Básica, mas também na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e na Universidade. Todas as pesquisas se baseiam numa perspectiva epistemológica que inclui o diálogo, prioritariamente, com os Novos Estudos do Letramento (NEL), a Pedagogia de Paulo Freire e as reflexões de Mikhail Bakhtin sobre a linguagem. As pesquisas relatadas partem do pressuposto de que a escola, a sala de aula e a Universidade são espaços produtores de cultura, situados historicamente. Os processos educativos produzidos nesses espaços são mediados pelos(as) professores(as) e marcados por relações de poder e ideologia.

De acordo com a organizadora, o que os autores esperam com esse trabalho é poder contribuir para ampliar o olhar sobre as práticas de alfabetização, letramento e educação literária, sobretudo em espaços escolares. “Consideramos esses espaços como lugares produtores de cultura e mostramos como o olhar etnográfico e dialógico permitem compreender a escola de uma maneira mais holística e aprofundada, de modo a problematizar a escrita e a leitura como fenômenos complexos, situados, imbuídos de tensões ideológicas e relações de poder”, afirma Maria do Socorro.

A função da Literatura na escola: resistência, mediação e formação leitora
Com foco nas questões que envolvem a Literatura na escola, o pressuposto trabalhado no livro é o de que ela, a Literatura, pode influir na formação de leitores mais conscientes sobre suas realidades, construindo estratégias de resistência aos processos sociais de exclusão e de acirramento da desigualdade social. Sendo a Literatura um direito inalienável, torna-se fundamental expandir a discussão sobre os processos de escolarização desse objeto cultural, suas formas de mediação, os desafios enfrentados pelos docentes para educar crianças e jovens por meio da linguagem literária.

O objetivo aqui é auxiliar na compreensão mais aprofundada da presença na Literatura na escola, dos processos de mediação aí implicados, indicando perspectivas pedagógicas mais adequadas ao trabalho literário na educação formal.

A professora Maria do Socorro destaca: “As parcerias são das melhores – a orelha do querido Clécio Bunzen, da UFPE; o prefácio maravilhoso de Regina Zilbermam; capítulos de Ana Elisa Ribeiro, Ester Rosa, Maria Amélia Dalvi, Patrícia Corsino e meu. Tudo isso para falar da resistência que podemos fazer com e pela Literatura. Muito feliz com esse livro!”