Pesquisa avalia comportamento adaptativo em crianças e adolescentes

Publicada em 17/03/2022

Você é responsável por uma criança ou adolescente que tenha entre 6 a 15 anos? Então participe voluntariamente de pesquisa que tem como objetivo construir um instrumento psicológico que avalia o Funcionamento Adaptativo desse grupo de estudo.

O questionário é direcionado às mães, pais e responsáveis de crianças, tanto com desenvolvimento típico, ou seja, sem diagnóstico de saúde mental, como também para aquelas com diagnósticos de saúde mental, como deficiência intelectual e/ou autismo. O tempo de preenchimento é de 15 minutos.

Todos que responderem ou tiverem interesse em participar, receberão uma cartilha explicando sobre Funcionamento Adaptativo e os comportamentos esperados de crianças e adolescentes por faixa etária.

A colaboração nessa pesquisa beneficiará o desenvolvimento científico e a prática de profissionais de saúde no nosso país, com a criação de instrumento específico para avaliação do Funcionamento Adaptativo.

Para se engajar, basta clicar no link https://vol.vetoreditora.com.br/efa_research/new. Se desejar acesso à cartilha, envie e-mail para pesquisa.efa@gmail.com.

A pesquisa
Tem origem no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e execução das pesquisadoras Mônia Aparecida da Silva, do Departamento de Psicologia da UFSJ (Dpsic), e Thais Selau, doutoranda em Psicologia na UFRGS. Conta também com a participação da bolsista Lídia Figueiredo dos Santos, graduanda do curso de Psicologia da UFSJ.

Esse trabalho teve início quando, ainda graduanda, Thais foi coorientada pela professora Mônia, que cursava o doutorado na UFRGS. A partir de então, elas começaram a construir a Escala para Avaliação do Funcionamento Adaptativo. Funcionamento Adaptativo é, tanto hoje na DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), como na CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), o critério que define a gravidade da deficiência intelectual. Esses são os manuais de classificação de saúde e saúde mental utilizados nesse campo de estudos.

A área de psicometria e avaliação psicológica, desenvolvida pela professora da UFSJ, em parceria com a UFRGS, é considerada relevante no estudo da Psicologia no Brasil. A pesquisa conta também com a parceria da Editora Vetor, e envolve estudantes no Mato Grosso do Sul e Ceará. O Instrumento Escala de Funcionamento Adaptativo (EFA) será publicado pela Vetor.

De acordo com a professora Mônia, no Brasil não existem instrumentos padronizados com boa qualidade psicométrica para avaliar o funcionamento adaptativo. Com a pesquisa, as crianças poderão se beneficiar no sentido de um diagnóstico mais preciso e de maior confiabilidade. Além disso, poderá ajudar a planejar as necessidades e vulnerabilidades das crianças, auxiliando a intervenção. “Quando definimos potencialidades e vulnerabilidades da criança, e fazemos um mapeamento das competências dela, temos mais clareza sobre em que intervir primeiro. Nesse sentido, a Escala pode ajudar tanto na avaliação, quanto na intervenção de casos de crianças com deficiência”, afirma a pesquisadora.

EFA
A Escala de Funcionamento Adaptativo (EFA) é um instrumento novo, desenvolvido no Brasil, para avaliar o funcionamento adaptativo de crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos de idade, por meio de relato parental, com o objetivo de assessorar o diagnóstico de deficiência intelectual. A escala é composta por 50 itens, divididos nos domínios conceitual, social e prático. Os itens do domínio conceitual contemplam competência em termos de conhecimentos acadêmicos e habilidades de resolução de problemas. O domínio social abarca a inteligência social, ou seja, a competência nas relações e percepções sociais; e o domínio prático abrange a capacidade de aprendizagem e autogestão em vários contextos da vida.

A EFA foi criada com o rigor sugerido pela literatura. As análises de validade e fidedignidade fornecem evidências da qualidade do processo. Todos os resultados apontam sólidas evidências de validade e fidedignidade da EFA na avaliação do funcionamento adaptativo. A pesquisa pretende investigar novas evidências de validade da Escala e desenvolver normas de interpretação da mesma. Sua intenção é contribuir para o acúmulo de evidências para o uso da EFA na avaliação do funcionamento adaptativo.

A Escala pretende, ainda, ajudar no diagnóstico de deficiência intelectual, sendo importante para aumentar a precisão diagnóstica na identificação de prejuízos típicos de crianças e adolescentes na citada faixa etária, favorecendo a avaliação e intervenção. O comportamento adaptativo envolve comportamentos necessários para a independência pessoal da criança.