Andifes entrega propostas das federais de ensino a Lula

Publicada em 12/05/2022 - Fonte: ASCOM

O reitor da UFSJ, Marcelo Andrade, participou ontem, quarta-feira, 11 de maio, em Juiz de Fora, da entrega oficial das Propostas das Universidades Federais Brasileiras aos candidatos e às candidatas à Presidência da República em 2022. O documento, elaborado pela Andifes – Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – chegou ao pré-candidato do PT às eleições presidenciais deste ano por meio do reitor Marcus David, presidente da entidade, e por mais 25 reitores e reitoras presentes à solenidade. O candidato Luís Inácio Lula da Silva foi o primeiro a retornar o ofício da Andifes enviado aos presidenciáveis com o pedido de audiência para entrega do documento.

Os dirigentes destacam os grandes desafios enfrentados na conjuntura atual: pandemia, conflitos armados, negacionismo científico, crise econômica, e chamam a atenção para o lugar e a importância das universidades públicas nesse contexto, haja vista que são essas as instituições que concentram a ciência e a tecnologia no país. “As universidades federais, compostas por docentes, discentes e servidores/as técnico-administrativos, querem desempenhar sua missão que, todos sabemos, é crucial para as novas gerações em formação, mas também para o futuro do país, contribuindo para o fortalecimento da soberania, do desenvolvimento econômico, da preservação sustentável do Meio Ambiente e de uma formação que seja profissional, intelectual e cidadã. Mas, para isso, precisam ter condições de superar os atuais impasses, que são das universidades, mas são também do país. E para isso buscam contribuir com o debate, propondo ideias, soluções e caminhos num momento rico em que os rumos do país devem ser necessariamente discutidos para que possamos marcar um encontro com um futuro melhor”, ressalta o documento.

Na entrega das propostas, o presidente da Andifes, reitor Marcus David (UFJF), fez questão de registrar que houve uma queda acentuada no orçamento das federais. “Quando nós analisamos o orçamento discricionário, aquele que é utilizado para a manutenção e investimentos das nossas instituições, o orçamento que está sendo praticado agora em 2022 é inferior à metade do que foi executado em 2015”, informou David.

A reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, chamou a atenção para o fato de que o documento enfatiza pontos fundamentais para o futuro da juventude no Brasil. A partir da análise de dados relativos à ampliação de vagas e do número de acessos ao ensino superior, a partir dos anos de 2000, a reitora salientou que não é possível falar de futuro sem falar do presente. Segundo ela, menos de 1/4 da população jovem do país está nas universidades, por isso é urgente que se retome o Reuni – Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais –, implantado pelo governo Lula em 2007. “Conhecimento gera emprego e renda e faz com que o Brasil seja aquilo que nós todos queremos e acreditamos: uma nação verdadeiramente independente.”

Pontos cruciais
Após o evento, o reitor da UFSJ, Marcelo Andrade, fez um balanço sobre a realidade da UFSJ, que certamente é a mesma em outras federais. Segundo ele, o impacto dos sucessivos cortes no orçamento das instituições de ensino prejudicam diretamente, dentre outros aspectos, a implementação de políticas de permanência na Universidade. Marcelo diz que muitas vezes o aluno é aprovado, consegue a vaga, mas não tem condições de se manter. “Esse documento lança luzes em pontos cruciais para as instituições federais de ensino. A nossa defesa é em respeito incondicional à autonomia universitária, à recomposição do orçamento, à atenção para a consolidação dos novos campi, às universidades federais recém-instituídas e ao estabelecimento de critérios para a criação de novas universidades, além da manutenção da Lei de Ações Afirmativas (a lei das cotas) e a disponibilização de recursos para efetiva inclusão de estudantes por ela beneficiados. O incentivo e fomento à oferta de pós-graduação nas instituições públicas federais também deve ser considerado. Nós estamos cientes de que o futuro da nossa nação passa pelas universidades federais, capazes, como demonstramos na pandemia, de estar ao lado da sociedade”, acentuou Marcelo.

Ao receber as propostas, Lula firmou seu compromisso com a educação superior. “Eu vou voltar com mais vontade, vou voltar com mais experiência e vou voltar com mais disposição e fazer mais do que eu fiz nesse país. A Universidade tem que se abrir para a sociedade. As pesquisas têm que ser transformadas em produtos industrializados para que as pessoas possam produzir. Não é possível se ter uma tese acadêmica extraordinária trancada numa gaveta e a gente não tentar transformar aquilo para o bem da humanidade, para o bem do país”, disse Lula.

A expectativa é de que as propostas sejam apresentadas em audiências a todos os candidatos.


Luciene Tófoli
Assessoria de Relações Institucionais e Corporativas