Evento da Arquitetura promove discussão sobre cidade inclusiva

Publicada em 23/09/2022

A UFSJ recebeu o evento Espaço em debate 2: Incursões transversais: do movimento LGBTQIA+ à ideia de cidade inclusiva, que trouxe ao Campus Santo Antônio o professor e coordenador do curso de Direito da Federal de São Paulo (Unifesp), Renan Quinalha. Antes da abertura dos debates, o professor autografou seu livro Movimento LGBTQIA+: uma breve história do século XIX aos nossos dias.

O encontro foi promovido pelo grupo de pesquisa Pedagogias do Espaço, coordenado pelos professores do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Artes Aplicadas (Dauap), Rafael Brandão e Flávia Nacif, que também participaram da mesa de debate, ao lado do arquiteto Pedro Rubens, egresso da UFSJ e fundador da plataforma Arquitetura de Preto. A discussão foi pautada pelas linhas de pesquisa que embasam o trabalho do grupo: a adaptação e a ativação espacial, um convite à comunidade acadêmica para a reflexão acerca de uma cidade inclusiva.

A palestra de Renan Quinalha trouxe como mote o ar da cidade liberta – a partir da história dos centros urbanos, é possível traçar conexões entre a história do movimento LGBTQIA+ e as organizações políticas na luta por direitos em relação ao espaço urbano, pensando como essas pessoas podem ser integradas e não excluídas desses espaços.

É essencial, pontua Renan, pensar em como construir cidades inclusivas que respeitem a cidadania, indiferentemente de etnia, orientação sexual, identidade de gênero, ou de qualquer recorte de identidades. “A produção acadêmica pode colaborar nesse desafio, levando esses conhecimentos para além dos muros das universidades, de forma a combater preconceitos e intolerância, como bem faz o pensamento científico”, completa o professor.

Representatividade

“Que corpo pode ocupar qual espaço? Sabemos que nem todos podem. Por isso falamos de gênero e transversalidade: por ser interseccional, os conceitos unem também classe, raça e sexualidade”, comenta a professora Flávia Nacif. Para o professor Rafael Brandão, as pesquisas e a atuação de Renan Quinalha reforçam a transdisciplinaridade, trazendo esse arcabouço para a questão urbana, tão importante para a análise das apropriações que sofrem os espaços públicos das cidades.

Não é de hoje que a representatividade da população negra precisa encontrar caminhos, alerta Pedro Rubens. “Precisamos abrir espaços para os nossos e continuar abrindo passagens para outros virem com a gente.” Foi pensando na ocupação de espaços, a partir de inquietações pessoais, que Pedro criou o projeto Arquitetura de Preto. “Quando fiz mobilidade acadêmica em Belo Horizonte, me deparei com arquitetos em sua maioria brancos. A proposta surge como um apelo, não só pelo resgate da arquitetura dos negros, mas também como forma de reivindicar nossos lugares.”

Texto: Elivelton Cosme (Estagiário Ascom)

Edição: Cibele de Moraes; Orientadora: Luciene Tófoli