Centro Cultural recebe três exposições que refletem temáticas da atualidade
Publicada em 10/10/2022
O Centro Cultural UFSJ recebe, até 15 de novembro, três exposições: Labirinto: Narrativas Antrópicas, da professora Luciana Beatriz Chagas (Artes Aplicadas); Aqua, do professor André Flávio Rodrigues (Ciências Biológicas), e Paisagens do Ferro, com obras do professor Bruno Amarante (Artes Aplicadas).
Narrativas Antrópicas apresenta esculturas cerâmicas e aquarelas sobre papel. O labirinto é utilizado como metáfora do percurso longo e confuso a que a nossa civilização contemporânea pós-industrial chegou. “Falamos de como o capitalismo fez com que entrássemos numa espécie de labirinto, do qual não conseguimos sair, estamos dando volta e não conseguindo sair, enfim, nos perdendo, enquanto isso o relógio das mudanças climáticas e dos problemas ambientais está correndo”, pontua Luciana Chagas.
Suas narrativas também refletem sobre a pandemia, a extinção geral, queimadas na Amazônia, ecocídios recentes, como o desastre de Mariana. A lama colhida no distrito de Paracatu de Baixo compõe a peça As veias abertas.
Em Aqua, a leitura traça a diversidade microscópica da água doce, permitindo a observação microscópica de microorganismos que habitam ambientes dulcícolas da região. A exposição é um desdobramento do projeto de extensão Gota D’Água, que visa sensibilizar a população sobre a necessidade de se preservar esses seres, extremamente importantes para o equilíbrio do ecossistema. Estão previstas visitas guiadas às segundas e quartas, das 14h às 16h. Luciana Chagas pintou as aquarelas das imagens captadas em microscópio.
O professor Bruno Amarante, com Paisagens do Ferro, tem a intenção de realizar uma leitura crítica, política e simbólica do modelo minerário do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. Como a atividade mineradora causa a transfiguração da paisagem dessa parte do território que se vê transformada em crateras expostas a céu aberto, coroadas de barragens de rejeitos? Marcas presentes tanto no ambiente físico quanto sentimental, como demonstra a poesia de Carlos Drummond de Andrade.
Fruto de sua pesquisa de doutorado, Paisagens busca refletir acerca da política e simbologia do modelo minerário mineiro. “Ao observar a formação dessas paisagens, pude ver como elas vão se transformando, e se tornam testemunhos históricos desse momento, numa espécie de patrimônio meio distorcido”, destaca Bruno Amarante. As esculturas expostas são cobertas com o esmalte cerâmico dos rejeitos das barragens da mineração.
Texto: Elivelton Cosme (Estagiário Ascom)
Edição: Cibele de Moraes; Orientadora: Luciene Tófoli