Ricardo Galvão assume a presidência do CNPq

Publicada em 23/01/2023 - Fonte: ASCOM

O professor Ricardo Galvão foi nomeado pela ministra Luciana Santos, na última terça, 17, presidente do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Doutor em Física, mestre em Engenharia Elétrica e professor do Instituto de Física da USP, Ricardo Falcão foi diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O novo presidente do CNPq foi listado pela Nature como uma das pessoas mais importantes para a Ciência em 2019 e premiado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

Participaram da cerimônia também a atual presidente da Capes, Mercedes Bustamante, e o ex-presidente Evaldo Vilela. “A ciência sempre sobreviveu à autoridade política e promoveu avanços através da autoridade do conhecimento”, afirmou Ricardo Galvão em seu pronunciamento.

O acadêmico agradeceu aos servidores e a seu antecessor por sustentarem o CNPq durante ameaças e desmontes vividos entre 2018 e 2022, período em que seus recursos foram reduzidos em 30%. E exaltou a resiliência da comunidade científica brasileira, que retoma seu papel na história do país.

Em sua fala, Evaldo Vilela agradeceu aos profissionais que o auxiliaram nos quase três anos em que comandou o CNPq, contando com um terço dos servidores que tinha há duas décadas. “Assumi em 2020, quando se cogitava a anexação do CNPq à Capes, o que traria imensurável prejuízo para a ciência brasileira. Nosso trabalho não buscou o reconhecimento, mas a defesa dessa instituição fundamental para o futuro do país.”

Bolsas para a pós
Desde 2013, data do último reajuste, as bolsas de mestrado (R$ 1.500) e doutorado (R$ 2.200) já perderam quase 80% de seu valor real para a inflação, tornando praticamente inviável o sustento de alunos que trabalham em regime de dedicação exclusiva.

Em entrevista à Rádio CBN, Ricardo Galvão anunciou que o governo está estudando um reajuste de 40% no valor das bolsas de pós-graduação. A perspectiva é que novos valores sejam definidos ainda para as bolsas de pós-doutorado e os programas de Iniciação Científica sejam expandidos.

Contingenciamento do FNDCT
Para a ministra Luciana Santos (MCTI), as mais recentes nomeações do governo para a área científica e tecnológica abrem portas para uma ciência mais robusta. Em sua opinião, o CNPq é vanguarda desde sua criação, há mais de 70 anos, tendo prestado imensuráveis serviços à sociedade, incluindo programas de estímulo à participação feminina na pesquisa acadêmica e nas áreas de Exatas.

Outro destaque na fala da ministra, e um dos momentos mais aguardados pela comunidade científica nos últimos anos, foi o anúncio de acordo com o Congresso para deixar caducar a MP 1.136/22, que permitia o contingenciamento das verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O prazo de validade da MP expira em fevereiro, a partir de quando o governo se compromete com a execução integral dos recursos, conforme previsto na Lei Complementar 177.

Luciana Santos enfatizou ser decisão política do novo governo trabalhar para que a Ciência se constitua no pilar do desenvolvimento em múltiplas dimensões, do combate à fome e à insegurança alimentar até a transição energética, sem perder de vista a soberania nacional. “Hoje se faz justiça à ciência brasileira”, salientou.

Assista neste link à cerimônia completa.


Na foto, Ricardo Galvão é saudado pelo reitor Marcelo Andrade, que destacou a conduta ética que marcou toda sua carreira
 


Com informações da Academia Brasileira de Ciências (ABC)