1 - Manutenção de rede na terça (30/6) pode gerar instabilidades no acesso à internet na UFSJ
A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) realizará manutenção no serviço de conectividade na próxima terça-feira (30/6), das 0h às 6h, o que pode gerar problemas no acesso à internet em instituições de Minas Gerais, entre elas a UFSJ.
2 - Colóquio virtual de Geografia recebe inscrições até dia 30
Encerram-se na próxima terça, 30, as inscrições e submissões de trabalhos para o IV Colóquio de Pesquisadores em Geografia Física e Ensino de Geografia, que acontecerá de 16 a 19 de setembro. O evento é destinado a docentes e discentes dos cursos de graduação e pós-graduação em Geografia; professores da Educação Básica e do Ensino Superior que tenham pesquisas na linha de ensino de Geografia; e demais interessados no tema. Para se inscrever, é necessário acessar
este link. Para submissão de trabalhos, os participantes devem enviar e-mail para
4cpgfegsubmissao@gmail.com, informando como assunto o número do grupo de trabalho (GT) e o título da apresentação.
O IV Colóquio é organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Geografia, Educação e Risco (Gepeger), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeog), e tem como tema Contribuições da Geografia Física para o Ensino: desafios na formação docente, nas práticas e na abordagem do risco ambiental na geografia escolar. Realizado integralmente de forma remota, em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Educação geográfica
Carla Juscelia, professora do Degeo e coordenadora do evento, reforça o IV Colóquio visa também a contribuir com uma educação geográfica que possibilite a compreensão das interações entre as sociedades e a dinâmica da natureza em diferentes escalas. ‘‘A leitura da realidade do mundo decorre da análise e interpretação da dinâmica da sociedade e da natureza, expressa na forma e na organização do espaço, nas paisagens e nos diversos territórios. A educação geográfica permite conhecer e entender, de maneira crítica e social, as espacialidades dos diversos fenômenos que compõem o espaço geográfico”, afirma.
A intenção é propor uma discussão sobre o papel desempenhado pelo Ensino Superior na formação e na atuação docente, além de reforçar a importância e a necessidade de se fomentar as discussões sobre a Geografia Física, Ensino de Geografia e Geografia Escolar, em âmbito nacional e internacional, buscando contribuir com a análise do espaço geográfico em diferentes contextos socioespaciais.
A programação completa do Colóquio está em fase final de elaboração, adequando-se ao formato on-line. Rafael César, representante do PPGeog, antecipa que o evento trará mesas-redondas com professores renomados da área, apresentação das pesquisas inscritas e um trabalho de campo virtual. ‘‘Nossa ideia é fazer um trajeto por São João del-Rei, para destacar o contexto geográfico debatido no evento e disponibilizar todas as informações, imagens e vídeos aos inscritos, já que infelizmente eles não poderão presenciar a cidade”, explica.
3 - Professora da UFSJ assina prefácio de novo livro sobre Clara Nunes
A professora do Departamento de Ciências Sociais (Decis) da UFSJ, Sílvia Brügger, escreveu o prefácio do novo livro sobre um dos grandes ícones da música e da cultura popular brasileira, a cantora Clara Nunes (1942-1983). Clara Nunes: nas memórias de sua irmã dindinha Mariquita, co-autoria de Josemir Nogueira Teixeira, terá lançamento virtual neste sábado, 27, às 15h30, no
Instagram, seguido de bate-papo entre o autor e o historiador Rafael Teodoro.
Além de ser uma nova fonte de conhecimento e pesquisa sobre uma das artistas mais emblemáticas do samba, o livro é, segundo Sílvia Brügger, um “registro de memórias”. A obra é baseada numa série de entrevistas feitas pelo autor com a irmã mais velha de Clara Nunes, Maria Gonçalves da Silva, a Mariquita, falecida há três anos. “Não é uma pesquisa histórica ou mais uma biografia, mas o relato de uma pessoa que viveu muito próxima, que foi praticamente a mãe dela, pois Clara ficou órfã muito cedo”, explica a professora da UFSJ. A partir de entrevistas feitas em Caetanópolis (MG), Josemir construiu seu texto, aproximando as temáticas que surgiram nas longas conversas gravadas com Dona Mariquita.
Pesquisa e extensão
Toda a arrecadação com a venda do livro será revertida em favor do Instituto Clara Nunes, entidade que administra o Memorial da cantora em Caetanópolis, onde está exposto o acervo pessoal da artista mineira. A construção e implantação desse centro de memória foi decorrência das pesquisas e do projeto de extensão coordenado pela professora Sílva Brügger. Muito interessada pela vida e obra de Clara Nunes, como fonte de pesquisa histórica, Sílvia começou a ter contato com os familiares da cantora em 2003, sobretudo com a irmã mais velha, que guardava, com muitas dificuldades, o acervo de Clara, principalmente roupas, documentos e objetos.
Dois anos mais tarde, “depois de idas e vindas a Caetanópolis”, Sílvia iniciou um projeto de extensão, que buscava catalogar o acervo, visando à implantação de um espaço de pesquisa e memória. O projeto tomou corpo e cumpriu seu objetivo maior: a implantação de um centro de memória que reúne rico acervo para pesquisadores e admiradores. “Atualmente, o Memorial passa por dificuldades de manutenção, não temos ajuda do poder público local, e o livro vem numa hora feliz, pois poderá gerar recursos para o espaço ser mantido de forma mais satisfatória”, avalia.
Mineira Guerreira
Não se pode falar do samba no Brasil sem tratar de Clara Nunes. Nascida no Cedro, distrito de Paraopeba, hoje Caetanópolis, Clara era filha de um violeiro e se mudou muito nova para a capital mineira, onde trabalhou como operária numa fábrica de tecidos. Nas horas vagas, cantava na noite e participava como “caloura” de programas de rádio, até que venceu um concurso estadual da Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, o que marcou o início de seu sucesso. Mudou-se para o Rio de Janeiro e, depois de muitas dificuldades, foi galgando seu espaço até se tornar uma das mais importantes cantoras do país.
Fez parcerias musicais e conviveu com importantes nomes do samba e da MPB, como Cartola, Paulinho da Viola, Vinícius de Moraes e Chico Buarque. Após uma carreira vitoriosa, faleceu prematuramente, mas se transformou num ícone musical. Seu repertório é sempre gravado por artistas atuais e, no ano passado, sua escola de samba do coração, a Portela, pela qual desfilava, apresentou como enredo sua vida e obra.
Em 2008, Clara Nunes e o Brasil mestiço foi tema do Inverno Cultural da UFSJ. Por meio de uma série de eventos, as reflexões suscitadas por sua arte foram tratadas pelo festival. “Aquele Inverno Cultural foi um marco para a família dela, para todos nós. E uma aprendizagem para o nosso projeto de extensão. Naquele momento, todos perceberam a dimensão e a importância do acervo Clara Nunes para a cultura brasileira”, relembra Sílvia.
Como comprar
Leia o prefácio do livro
Numa das muitas tardes que passamos com Dona Mariquita em Caetanópolis, realizando trabalho de conservação do acervo Clara Nunes, ela nos chamou – a mim e a Josemir Nogueira Teixeira – para conversar, numa sala do Centro Espírita Paulo de Tarso. O ano era 2006. Dia e mês se perderam nas teias da memória. Mas seu desejo se tornou um compromisso: ela queria registrar em livro suas recordações do que vivera com sua irmã Clara Nunes. Ela nos dizia: “Se tanta gente pode escrever sobre Clara, por que eu não posso?” Da pergunta nasceu a parceria que hoje se materializa em livro.
Na ocasião, já desenvolvíamos, há alguns anos, um trabalho de extensão, sob minha coordenação, junto à Universidade Federal de São João del-Rei, para conservação do riquíssimo acervo da cantora Clara Nunes. A construção de um memorial que pudesse alojá-lo e expô-lo de forma adequada era ainda um projeto pelo qual se trabalhava em equipe.
A conversa com Dona Mariquita era com certeza fruto da confiança que ela desenvolveu por nós ao longo dos anos de convivência. Por outro lado, concretizava o sentido da extensão universitária, aquela calcada na parceria entre academia e sociedade, um exercício de autoridade compartilhada, de encontro de saberes.
Dentre os membros de nosso grupo, Josemir Nogueira Teixeira era, sem dúvida, a pessoa mais indicada para passar para a forma escrita as narrativas orais de Dona Mariquita. Poeta e filósofo, procurou respeitar o vigor e o afeto de cada palavra dita. Montou roteiros para as entrevistas, mas a sensibilidade foi seu principal instrumento para estimular as lembranças e respeitar os silêncios. Depois de muitas fitas gravadas e transcritas, dedicou-se à difícil tarefa de organizar as narrativas em blocos temáticos.
O livro, porém, não é resultado apenas da parceria de Josemir e Dona Mariquita. Como tudo que fizemos até hoje no trabalho com o acervo Clara Nunes e na construção do Memorial, ele é fruto do trabalho coletivo. Marlon Silva ajudou nas entrevistas e transcrições, além de realizar minuciosa pesquisa para a seleção das fotos que acompanham o texto. Tayane Oliveira e Elaine Cristina Ferreira transcreveram entrevistas. Daniel Saraiva participou de coleta de depoimentos. Alan Carlos sempre providenciou o que fosse necessário para minimizar os efeitos da distância entre São João del-Rei e Caetanópolis. Assim, Josemir Nogueira Teixeira, co-autor do livro, o é pelas suas qualidades de escritor e filósofo, e por ser parte de um grupo, quase todo de historiadores, no qual se destaca como o que melhor consegue colocar em palavras nossos sentimentos e ideias.
De Dona Mariquita – Maria Gonçalves da Silva – o que dizer? Irmã mais velha de Clara, que a criou desde os quatro anos de idade. A Dindinha, como Clara aprendeu a chamá-la e amá-la. A ideia que me ocorre para descrever não a pessoa de Dona Mariquita, mas o seu papel em relação aos legados da irmã famosa, é a de uma guardiã de memórias. Memórias materializadas em objetos que hoje formam o acervo do Memorial Clara Nunes, mas que por muitos anos foram cuidados, sobretudo, em razão do sentimento que a unia à sua irmã caçula. Hoje, esses objetos que ela cuidou, com a ajuda de amigas, como Maria Dorvalina Teixeira da Costa (Dôia) e Sylvia Maria Salles da Silveira, permitem a quem visita o Memorial ou pesquisa em seu acervo, refletir sobre questões importantes da história e da cultura brasileira.
Se o Memorial ampliou para o público a dimensão dos objetos guardados em função do significado afetivo-familiar, esse livro cumpre o mesmo papel em relação às memórias nele narradas. Casos de família, experiências vividas em comum, confidências entre irmãs. Tudo contado com muito afeto nas palavras de sua autora. Como dizia Dona Mariquita, sobre Clara Nunes muito se escreveu. Eu mesmo, Silvia Brügger, publiquei diversos artigos, no campo da História, sobre a cantora, sua obra e a relação com a cultura brasileira. Mas esse livro não é mais uma publicação sobre Clara. Esse livro é um testemunho de sua irmã. É o que ela quis dizer da vivência e do afeto que nutriam. Aqui não se romanceia sobre o vivido nem se colocam palavras em bocas que não as proferiram. Também não se intenta qualquer tipo de análise. Simplesmente narra-se o que os anos e os sentimentos cravaram na experiência comum das duas irmãs. Uma se tornou famosa, entoou pelo mundo sua voz e seu canto, mas continuou a ser para a outra, a Clara Francisca, com quem experimentou alegrias e dores.
A memória não é menos verdadeira do que a história, nem vice-versa. Cada uma a seu modo lida com o passado e o retoma no presente. Este livro é, portanto, um registro de memórias, uma narrativa na primeira pessoa, contada por sua autora. Contada do seu jeito, com seus valores e com a sua verdade.
No texto, não há atribuições, supressões de lacunas ou de hesitações. O que o leitor irá encontrar nas próximas páginas são as palavras, os sentidos e sentimentos de sua autora. Um livro como ela quis que fosse escrito e que ela aprovou antes de desencarnar.
Silvia Maria Jardim Brügger
Historiadora, professora da Universidade Federal de São João del-Rei
4 - Ex-aluno do Jornalismo ganha prêmio de melhor tese em 2020
Marcelo Alves dos Santos Junior, egresso do curso de Jornalismo da UFSJ, é o autor da
tese vencedora do Prêmio Compós de Teses e Dissertações Eduardo Peñuela 2020. Intitulado Desarranjo da visibilidade, desordem informacional e polarização no Brasil entre 2013 e 2018, o trabalho de doutorado em Comunicação foi orientado pelo professor Afonso de Albuquerque e defendido ano passado na Universidade Federal Fluminense (UFF).
Trajetória acadêmica
Durante sua graduação na UFSJ, Marcelo passou um semestre nos Estados Unidos em intercâmbio. Seu primeiro e mais importante contato com a pesquisa acadêmica, e que despertou o interesse pela temática da Comunicação Política, foi mediado pelo professor Luiz Ademir de Oliveira, com quem escreveu vários artigos em 2012 e 2013.
Então formado, já com a certeza de que gostaria de seguir pesquisando, Marcelo ingressou, em 2014, no mestrado em Comunicação da Federal Fluminense. Orientado pelo professor Afonso de Albuquerque, mapearam projetos em comunicação política digital, numa onda de extrema direita que já se revelava no mundo. “O mestrado foi muito importante na minha trajetória para expandir meu horizonte analítico e minhas possibilidades de leituras teóricas. A dissertação foi
publicada em livro e me preparou para o salto da tese em 2016”, comenta o pesquisador.
Atualmente, leciona na Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro, e no Instituto Brasileiro de Análise de Dados (IBPAD), em cursos a distância. É coordenador de Comunicação Social da UFF, e trabalha em projetos variados de monitoramento de mídias sociais e a sistematização de grandes volumes de dados que por elas circulam.
Marcelo tem hoje a certeza de querer trilhar a carreira acadêmica e continuar desenvolvendo projetos com a sociedade civil e com ONGs nessa área de polarização, comunicação digital, plataformização e microdirecionamento de anúncios nas mídias sociais e ambientes digitais.
Doutoramento 2016-2019
A tese de Marcelo faz uma análise comparativa e longitudinal da crise política e democrática no Brasil, entre os anos de 2013 e 2018, no ambiente digital, especificamente no Facebook, principal plataforma de acesso às notícias e de consumo de informação política nas mídias digitais. Foram analisadas 2.500 fanpages, num recorte heterogêneo na imprensa tradicional de massa.
A proposta foi construir material analítico que desse conta de responder, tanto teórica quanto empiricamente, aos problemas que afetam a democracia brasileira, num momento em que o declínio da democracia e das instituições políticas de comunicação se constituía em fenômeno mundial, marcado pelo uso sistemático das mídias digitais em detrimento dos meios tradicionais.
A tese buscou demonstrar que o argumento segundo o qual as mídias sociais, as fake news e a desinformação foram responsáveis pela deterioração da cultura política e do ambiente democrático se assenta em chave analítica bastante redutora. Assim como imputar responsabilidades apenas à imprensa tradicional, à Justiça e ao desvirtuamento das funções das instituições políticas é também considerar somente parte do fenômeno.
Marcelo detalha: “Propus uma combinação que tenta mesclar as duas abordagens no contexto brasileiro de sistema midiático híbrido, para evidenciar que existe uma atuação das próprias instituições políticas e midiáticas tradicionais para minar as bases da democracia, por meio da espetacularização de escândalos como mensalão e operação Lava Jato, que alimentam a crescente desconfiança da população nos seus próprios processos e destroem, de dentro para fora, a saúde do sistema democrático.”
Como consequência, ocorre o que autor chamou de “plataformização da comunicação política”: toda essa facilidade da distribuição do conteúdo de ódio nas mídias sociais, proporcionado pela própria lógica algorítmica de economia da tensão, o que facilita e amplifica a ascensão de atores das frentes ideológicas de extrema direita que passam a pautar a agenda pública. Sob esse pano de fundo, a polarização das redes, o desarranjo da visibilidade e a desordem informacional surgem como os três pontos específicos propostos por Marcelo para entender a complexidade de seu objeto de análise.
Desse “desarranjo da visibilidade” advém que atores bastante radicalizados de extrema direita, sobre os quais pouco se sabe (quem realmente são?), conseguem em determinados momentos uma visibilidade de cinco a dez vezes maior do que a imprensa jornalística. “Ou seja, o Jornal Nacional fica num patamar completamente secundário e marginal se comparado a uma plataforma digital como o Facebook”, destaca Marcelo. A desordem informacional que irriga a polarização, e faz brotar fake news, teorias da conspiração e fatos inverídicos que contaminam o arcabouço político, promovendo o colapso da confiança nas instituições democráticas.
Premiação
O prêmio da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Prêmio Compós) objetiva incentivar a produção científica de qualidade no âmbito dos programas de pós-graduação em Comunicação e gerar visibilidade a essa produção. A premiação das melhores teses e dissertações acontece anualmente, considerando os trabalhos defendidos no ano anterior ao da premiação. Os critérios de avaliação obedecem aos seguintes quesitos: relevância e atualidade do tema; logicidade da estrutura do trabalho; pertinência e solidez do suporte teórico; rigor metodológico; qualidade redacional e adequação às normas cultas da Língua Portuguesa e originalidade da proposta (para as teses).
5 - Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Química de Minas Gerais convida para defesa de dissertação
O Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Química de Minas Gerais convida a comunidade acadêmica para a defesa da dissertação “Desenvolvimento de catálise de transferência de fase para fluoração nucleofílica utilizando éteres-de-coroa, álcoois volumosos e dióis baseado em simulações computacionais”, do mestrando Samuel Luiz Silva.
Banca: professores doutores Marcelo Siqueira Valle, Tiago Antônio da Silva Brandão (UFMG) e Rafael Mafra de Paula Dias (UFSJ).
Última atualização: 25/06/2020