1 - Especial Dia do Servidor: A Universidade como espaço de inclusão

 
Ao formar-se em Pedagogia, sequer passava pela cabeça de Andréa Martins trabalhar com educação inclusiva. O acaso ocorreu em 2002, ao prestar concurso para a área, o que mudou completamente sua vida. Começou a investir nessa formação e hoje se dedica à causa dos surdos para além dos espaços da UFSJ. “Sinto-me confiante na escolha que fiz, e orgulhosa em ser parte integrante da comunidade surda”, afirma.
 
Tradutora e intérprete de Libras na UFSJ, após aprovação em concurso no ano de 2016, Andréa compõe uma equipe que tem o trabalho fundamental de garantir a inclusão dos surdos no Ensino Superior. E essa ação é a mais diversa possível: vai da atuação em sala de aula à participação em vídeos e lives. Apesar da alta demanda, ainda mais em tempos de pandemia, o trabalho, para ela, também tem a missão de garantir que a Universidade seja acessível a todas e todos.
 
Qual sua formação, Andréa? Como começou a trabalhar com Libras?
Sou formada em Pedagogia, especialista em Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental e Libras (Língua Brasileira de Sinais). Comecei meu contato efetivamente com os surdos em 2002, a partir do momento em que fui aprovada num concurso na cidade de Lages (SC), onde eu residia, para trabalhar na Educação Especial. A partir daí, fui fazendo todos os cursos de formação na área de Libras e Educação de Surdos que o Estado me oferecia. Fui aprovada no exame de proficiência do MEC, o ProLibras, para atuar no Ensino Superior, bem na época da aprovação da Lei de Libras (Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002), um período intenso e maravilhoso!
 
Como a entrada na carreira mudou sua vida?
No momento em que pisei naquela escola de surdos, sabia que minha vida mudaria. Senti uma atração sem explicação por aqueles alunos! Eu sabia que o desafio seria grande, mas eu estava muito feliz em poder enfrentá-lo. Naquele momento, eu tinha alunos surdos com uma língua específica, uma língua que eu ainda não tinha pensado em aprender, e que seria o meio de comunicação com meus alunos. No período da minha formação pedagógica, a disciplina de Libras ainda não existia como obrigatória nos cursos de formação de professores. Hoje, me sinto confiante na escolha que fiz, e orgulhosa em ser parte integrante da comunidade surda.
 
Como ocorreu sua mudança para São João del-Rei?
Mudei-me para São João del-Rei em dezembro de 2005. Iniciei o ano de 2006 trabalhando na Apae, com alunos surdos. E, em 2007, fomos transferidos para a escola regular do Estado, onde trabalhei como intérprete de Libras até 2016, quando prestei concurso para a UFSJ.
 
Quais são suas principais funções na UFSJ?
Trabalhamos com uma equipe de sete intérpretes, lotados no Setor de Inclusão e Acessibilidade, ligado à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Sinac/Proae). Atendemos aos alunos de Artes Aplicadas, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Telecomunicações e Letras, e também a três professoras surdas. Nosso trabalho garante acessibilidade à comunidade surda inserida na UFSJ, trazendo visibilidade para a cultura surda, dentro e fora da Universidade.
 
Quais os impactos da pandemia e do trabalho remoto na sua rotina?
Foi uma mudança considerável: trabalhar em casa, adaptar um local para os trabalhos diários, estabelecer rotinas... Com o trabalho remoto, nossa demanda aumentou significativamente pois, além das aulas on-line, ocorrem reuniões em várias áreas - uma das professoras surdas é chefe de Departamento. Há congressos, seminários e muitas lives. Estamos nos esforçando ao máximo para não deixar ninguém sem acessibilidade!
 
Quais outros trabalhos realiza?
Faço parte, com muito orgulho, da Associação de Surdos de São João del-Rei (ASSJ), desde sua fundação. No momento, nossos encontros estão sendo remotos, e é muito gratificante fazer parte dessa comunidade.
 
O que a UFSJ representa na sua vida?
Representa uma alegria poder trabalhar num lugar onde as pessoas se respeitam e se esforçam para oferecer acessibilidade ao próximo. Bem sabemos que ainda faltam alguns “degraus” para atingirmos a acessibilidade plena mas, no que depender do nosso Setor, estamos abertos ao diálogo, nos empenhando ao máximo para atender a todos. Sou muito grata por trabalhar na UFSJ, com essa equipe tão unida!
 
 

2 - Especial Dia do Servidor: O serviço público como missão de vida

 
Ana Flávia de Abreu é daquelas pessoas que não aceitam se omitir. Assistente em Administração no Campus Sete Lagoas (CSL), ela participa de comissões da UFSJ, integra o Conselho Universitário (Consu), participa da luta sindical, ou seja: vive a Universidade nas suas mais diferentes faces.
 
O sentimento de responsabilidade em ser servidora pública nasce bem antes da UFSJ. No início da carreira, a nutricionista Ana Flávia atuava na área da merenda escolar, na rede municipal de Diamantina (MG). “Lá aprendi o que é administração pública, a importância das políticas públicas bem executadas para o atendimento à população”, comenta.
 
Hoje técnica administrativa, ela continua a encarar seu trabalho como uma missão: “Eu sempre quis fazer parte de movimentos que pudessem fazer alguma diferença na sociedade. E fazer parte de uma universidade federal, em um campus ainda em fase de consolidação, tem tudo a ver com isso, e alimenta aquilo em que eu acredito.”
 
Qual sua formação e quais experiências profissionais teve antes da UFSJ?
Eu sou formada em Nutrição pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), e tenho pós em Administração Pública. Seis meses antes de eu me formar, passei em primeiro lugar no concurso para nutricionista de merenda escolar da Prefeitura de Diamantina. Antecipei minha colação de grau e assumi o cargo, meu primeiro emprego formal, no qual permaneci por seis anos. Sempre digo que a experiência de trabalhar em uma Prefeitura de cidade pequena, com poucos recursos, situada em um dos bolsões de pobreza do país (o Vale do Jequitinhonha), foi algo único, uma espécie de segunda Universidade, tão grande o aprendizado. Lá, aprendi o que é administração pública e a importância das políticas públicas bem executadas para o atendimento à população. No entanto, apesar da minha paixão pelo meu trabalho, tive que buscar outros caminhos, visto que o serviço público, principalmente na esfera municipal, é muito mal valorizado e remunerado. Busquei outros concursos, optando por continuar na área da Educação, no cargo de Assistente em Administração na UFVJM, onde trabalhei por quase quatro anos, até que consegui ser redistribuída para a UFSJ-CSL, onde estou até hoje.
 
Por que decidiu vir para a UFSJ? Qual seu cargo e área de atuação?
Atualmente, trabalho na Coordenadoria do Curso Interdisciplinar em Biossistemas. O campus da UFSJ em Sete Lagoas vem contribuindo de forma considerável para o desenvolvimento local, oferecendo oportunidades de formação profissional para diversas pessoas na região, inclusive aquelas socialmente mais vulneráveis, visto que é a primeira e, até então, única Universidade gratuita da cidade. Isso despertou em mim o interesse em colaborar com esse processo de consolidação do Campus e de poder estar, de alguma forma, fazendo algo em prol da minha terra natal. Outro ponto: sempre tive o desejo de regressar para junto da minha família, principalmente após o falecimento de meu pai.
 
Quais as funções que desempenha e como avalia a importância do seu trabalho?
Eu executo todos os serviços de secretaria de curso, também auxilio na organização de reuniões e eventos, dou o suporte necessário ao coordenador e vice, e presto atendimento aos alunos e docentes. O trabalho na Coordenadoria é um dos corações de uma Universidade, pois é a ponte entre os discentes e o curso em que estão matriculados.
 
Além de servidora, você também é conselheira do Consu e participa de outras comissões internas. O que a motivou, Ana Flávia?
Este ano, fui eleita pelos meus pares como representante técnica no Conselho Universitário. Faço parte também do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 UFSJ, do Subcomitê de Enfrentamento à Covid-19 do Campus de Sete Lagoas, da Comissão do Decreto nº 10.139/2020, que irá rever todos as atos normativos da instituição, e do grupo de trabalho da Proen que está elaborando o fluxo de processos das secretarias de cursos. No Consu, após conversa com alguns colegas e considerando minha experiência no Conselho da UFVJM, achei que poderia contribuir de alguma forma com minha categoria ao representá-la no Conselho Superior. Com relação à pandemia, fui indicada para participar, tendo em vista meu envolvimento em diversas discussões quanto às questões do trabalho remoto. No grupo de trabalho da Proen, mais uma vez fui convidada, considerando que já trabalhei com elaboração de fluxo de processos.
 
Você também é ligada à luta sindical. Qual a importância dessa luta coletiva no atual contexto?
Sim, estou auxiliando a Diretoria do Sinds, pela grande demanda de trabalho nesse momento crítico pelo qual passa o serviço público, e quando vivemos também mudança de gestão na UFSJ. A nossa única saída é a luta coletiva junto aos sindicatos. A base precisa despertar para a gravidade da situação, unir forças para tentar frear a perda de direitos, conquistados com tanta luta. O enxugamento das carreiras na administração pública federal pretende aumentar o interstício para as progressões e a diminuição das remunerações, além do fantasma da perda da estabilidade, o que poderá influir ainda mais para o aumento da corrupção na máquina pública e, consequentemente, para o desmanche do serviço público. Precisamos conscientizar população e governantes sobre a importância dos serviços e políticas públicas, e o papel do servidor público nesse contexto.
 
Qual o significado da UFSJ na sua vida?
Eu sempre quis fazer parte de movimentos que pudessem fazer alguma diferença na sociedade. E fazer parte de uma universidade federal, em um campus ainda em fase de consolidação, tem tudo a ver com isso, e alimenta aquilo em que eu acredito. Como diria Paulo Freire: “A Educação não transforma o mundo, mas transforma as pessoas. As pessoas transformam o mundo.”
 
 

3 - Especial Dia do Servidor: "Ética, dedicação e profissionalismo contra o desmonte dos serviços públicos"

 
Miriane da Conceição Fiuza é bacharel em Arquivologia, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista em Gestão de Organizações Públicas pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e mestre em Gestão e Tecnologia Aplicadas à Educação pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
 
Iniciou suas atividades como servidora pública em 2006, no cargo de arquivista, na Univasf. Foi redistribuída para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em 2013. Em 2018, novamente redistribuída, veio para a UFSJ.
 
Desde o início do exercício do cargo na UFSJ, Miriane trabalha na Divisão de Desenvolvimento de Pessoas (Didep), da Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Progp), pois chegou para implementar aqui o Assentamento Funcional Digital (AFD). “Foi desejo meu, queria sair do Recôncavo, pois estava me sentindo ociosa. Busquei uma instituição que tivesse código de vaga válido e sem concurso público aberto. Entrei em contato com a UFSJ em 2016, e em 2018 saiu a redistribuição”, relembra.
 
Como você avalia a importância do seu setor e do seu trabalho na UFSJ?
Estar na Progp fortalece o meu entendimento do que é essencial na construção de projetos que melhorem as condições da prestação dos serviços públicos da Universidade, proporcionando aos servidores condições para exercerem o papel que lhes impõe o cargo, de maneira democrática, integrada ao coletivo. O AFD é um repositório digital dos documentos do servidor público federal, considerado fonte primária da informação, que substitui a tradicional pasta funcional física, ou seja, são documentos gerados ou produzidos em decorrência da vida funcional do servidor público. Logo, assegura seus direitos, além de garantir a disponibilidade, a autenticidade e a integridade no acesso às informações, mas de maneira restrita aos agentes públicos, legalmente autorizados, e aos servidores, aos quais as pastas funcionais se referem.
 
Tem algum caso interessante que você poderia nos contar?
São muitos os casos interessantes com os quais nos deparamos, porque estamos trabalhando com a trajetória funcional dos servidores, que em alguns momentos se confunde com a vida pessoal. Por exemplo: é comum encontrarmos, nas pastas funcionais mais antigas, bilhetes de cunho pessoal. Ao trabalhar com a pasta funcional de um servidor aposentado, encontrei um cartão postal, que lhe foi enviado por um outro colega de trabalho, durante uma viagem para qualificação profissional.
 
Em que momentos, nesses anos como servidora, você mais se sentiu realizada?
O princípio é sempre muito empolgante, então a Univasf me traz as melhores recordações, principalmente pela oportunidade que tive de contribuir efetivamente com a implantação da Unidade de Protocolo na instituição. Contudo, percebo que na UFSJ ainda há muito a ser feito na área arquivística e, tão logo os gestores se conscientizem da importância de uma gestão documental, imagino que viverei boas experiências.
 
Como a pandemia afetou na realidade do seu trabalho?
Todo o trabalho de digitalização e upload para o Sigepe/AFD das pastas funcionais referentes ao legado (documentos produzidos até junho de 2016), que, de acordo com a normativa governamental, deveria ser concluído em janeiro de 2021, está parado. Mas os documentos produzidos no momento da pandemia estamos conseguindo incluí-los no assentamento dos servidores.
 
Como você avalia a dinâmica do trabalho remoto?
Como tudo, tem aspectos positivos e negativos, mas para o AFD especificamente, por depender do acesso a documentos físicos, está muito ruim.
 
Do que sente mais saudades do trabalho presencial?
Justamente, do contato presencial com as pessoas. Sinto que a ausência desse contato prejudica muito o diálogo e a compreensão com relação a muitos processos de trabalho, principalmente em decorrência da mudança de gestão em meio à pandemia.
 
Que mensagem gostaria de deixar registrada para nossos colegas?
Sou servidora pública e me orgulho do que faço. Desejo que possamos resistir e superar os últimos acontecimentos, seguindo com ética, dedicação e profissionalismo, unidos contra o desmonte dos serviços públicos, certos de que a estabilidade não é privilégio e, sim, a garantia do bem público.
 
 

4 - Especial Dia do Servidor: "As universidades públicas contribuem para diminuir desigualdades"

 
Matheus Gomes de Almeida é daqueles que defende o servidor público com bons argumentos. Se o assunto é ensino público, ele lembra que “as universidades públicas têm contribuído para diminuir desigualdades no país e têm cumprido sua função social.” Quando estudante da UFMG, fez parte do Centro Acadêmico. Na UFSJ, as experiências vão do Conselho Universitário ao Sindicato. Matheus acredita que o servidor que se envolve em questões para além de suas atribuições “cresce como pessoa, adquire conhecimento e, consequentemente, tem condições de servir melhor ao público.”
 
Antes de se tornar servidor de uma instituição pública de Ensino Ssuperior, você esteve “do outro lado”, como aluno da UFMG. O que mudou em relação às suas expectativas sobre o serviço público depois que tomou posse?
Por ter sido usuário do serviço público, sempre soube da importância do Estado como promotor de políticas públicas para a população. O ensino público é oportunidade para pessoas de baixa renda chegarem à Universidade e mudarem sua realidade. Presenciei isso de perto como aluno de uma universidade pública. E olha que, quando estudei, a universidade pública era ainda menos acessível do que é hoje. Ao tomar posse como servidor da UFSJ, sabia da imensa responsabilidade de fazer o meu trabalho da melhor forma possível, justamente por entender que o serviço público é essencial para a população, sobretudo para aqueles que precisam desse serviço gratuito. Assim, minhas expectativas sempre foram de fazer o meu melhor como servidor, defender o serviço público, defender a universidade pública e contribuir para sua melhoria.
 
Fazer parte de uma instituição pública de ensino superior, em tempos marcados por sérios problemas que podem ser respondidos pela Educação, pela Ciência, tem um significado especial?
Sem dúvida! As universidades públicas têm contribuído para diminuir desigualdades no país e têm cumprido sua função social. Fico triste quando vejo ataques a elas, ao ensino público, quando as melhores respostas para a sociedade são oriundas das instituições públicas. A importância dos projetos de pesquisa e extensão das instituições públicas de ensino superior é indiscutível, pois correspondem a grande parte do que é produzido em termos de pesquisa nesse país. As instituições públicas são um instrumento importante de mudanças no Brasil, e isso incomoda os setores reacionários. Mas cabe à Universidade, ainda que sob ataque, continuar a contribuir para o desenvolvimento nacional, como tem feito.
 
Nestes seis anos de UFSJ você já atuou no Sindicato, Conselho Universitário e diversas comissões internas. Qual a importância desse tipo de experiência para o servidor?
Penso que o servidor precisa contribuir em todas as esferas possíveis da Universidade. O envolvimento com questões para além do que você trabalha é essencial, para melhorar não somente o setor em que está lotado, mas a instituição como um todo. Sempre fiz questão de participar, de discutir, de ajudar nas diversas instâncias de participação. E vejo que isso também trouxe frutos positivos pra mim, pois conheci mais pessoas, tive contato com visões diferentes, cresci como pessoa, conheci melhor a UFSJ. Isso contribui para melhorar minha atuação no setor em que trabalho, para desempenhar as atribuições do meu cargo de forma mais completa, tendo uma visão mais geral da instituição. O servidor cresce como pessoa, adquire conhecimento e, consequentemente, tem condições de servir melhor ao público.
 
Como foi, ou como está sendo, o processo de adaptação do trabalho (e também a adaptação pessoal) ao contexto da pandemia?
A pandemia trouxe desafios para todos, e para mim não foi diferente. Ter que adaptar rotinas de trabalho presenciais ao home office exigiu paciência. Separar o ambiente de trabalho da vida pessoal também exige disciplina e persistência. O mais difícil, sem dúvidas, é não ter contato com pessoas. Sinto muita falta das relações de trabalho, do contato com os colegas de trabalho, do contato com o público.
 
A UFSJ é sua primeira experiência como servidor público, mas você já passou em outros concursos. Como o interessado em se tornar servidor deve se preparar?
Quem quer ser servidor público deve saber lidar com a campanha feita contra o serviço público e contra o servidor. Muitos meios de comunicação, muitos governantes dizem que servidor público ganha muito e produz pouco. Essa não é a realidade que conheço e convivo, na realidade em que estou inserido o serviço é enorme, a demanda é altíssima, os recursos humanos e materiais são limitados e os servidores buscam cumprir suas atribuições da melhor forma. É preciso deixar claro que boa parte dos servidores públicos, em todas as esferas, não têm supersalários, como é propagado por aí.
 
 

5 - Especial Dia do Servidor: Inclusão social como meta de formação

 
O professor Antônio Luiz Ribeiro Sabariz, do Departamento de Engenharia Mecânica e Produção (Demep), nos deixou preocupados com essa entrevista pois, a despeito da costumeira prontidão para com nossos contatos, demorou quatro dias a nos dar retorno, tendo uma justificativa que explica o fato de ser personagem de recente composição de seus alunos, entre seguidas homenagens que recebe. “Peço-lhes desculpas, mas me desconectei temporariamente do telefone, com o propósito de focar no atendimento aos estudantes no Portal Didático devido ao período emergencial, e foi semana de provas e correção.” Na UFSJ desde 1989, se orgulha de seus anos de docência, do trabalho junto aos dinâmicos Grupos PET das Engenharias, do título de Cidadão Honorário de São João del-Rei (“Eu o trago no coração”), dizendo-se “feliz e honrado” com o convite para dividir sua trajetória com nossos leitores, na semana de homenagem a nós, servidores públicos da Educação.
 
Qual a sua formação, professor?
A minha formação acadêmica é em Engenharia dos Materiais. Fiz minha graduação na UFRJ, mestrado na Iowa State University, nos Estados Unidos, e doutorado em Oxford, na Inglaterra. Por fim, conciliando a coordenação de um projeto Brafitec da Capes entre a UFSJ e a Université de Toulouse (França), fiz meu pós-doutorado, trabalho extremamente gratificante, pois resultou num programa de dupla diplomação da Engenharia Mecânica entre as duas instituições.
 
Como foi sua história profissional antes da UFSJ?
Assim que me graduei, fui trabalhar nos Estados Unidos. Fiquei dois anos na Swedish Match, e três anos no Departamento de Energia dos Estados Unidos, em Iowa, combinando trabalho e mestrado.
 
Quando você ingressou na UFSJ?
Quando retornei dos Estados Unidos, em julho de 1989.
 
Qual é o departamento em que você trabalha hoje na UFSJ?
Trabalho no Demep há 31 anos. Interagi muito com todos os departamentos quando fui Diretor Científico, à época da Funrei.
 
Qual é sua rotina de trabalho?
Fui coordenador do curso de Engenharia Mecânica por oito anos. Atualmente, além de lecionar na graduação, sou tutor do Grupo PET (Programa de Educação Tutorial do MEC), no qual desenvolvemos vários projetos de pesquisa, ensino e extensão com a comunidade interna e externa da UFSJ.
 
Como você avalia a importância de seu trabalho na UFSJ?
É gratificante participar das conquistas de nossos estudantes, do sonho de alcançar a formação no Ensino Superior, sonho que muitas vezes também é o da família. Não raro, é o primeiro diploma universitário, motivo de muito de orgulho e fruto de muita dedicação. Presenciamos momentos assim na colação de grau, e nos sentimos parte daquelas famílias.
 
Tem algum caso interessante, curioso ou pitoresco que poderia nos contar?
Quando a Funrei se tornou UFSJ, passamos um período em que, quando falávamos o novo nome, quem ouvia nos confundia com a UFRJ. Com o belo trabalho de toda a comunidade, quando hoje falamos UFSJ, todos a reconhecem como uma instituição de excelência, no país e no exterior.
 
Como a pandemia afetou a realidade da docência?
Tivemos que fazer uma transformação digital, não só no trabalho, mas também na vida social. A UFSJ fez todo o esforço para não excluir ninguém, criou um fundo financeiro para a compra de computadores e acesso à internet para o corpo discente em situação de vulnerabilidade social. A UFSJ sempre primou pela inclusão social.
 
Que avaliação faz da dinâmica do trabalho remoto?
Estamos trabalhando em regime emergencial, mas estamos fazendo em conjunto, aprendendo juntos, com todo o suporte da parte de Informática e Pedagogia da UFSJ. Quando retornar ao ensino presencial, a UFSJ vai voltar com mais qualidade ainda, pois o ensino-aprendizagem é um processo evolutivo e dinâmico.
 
Do que sente mais saudades do trabalho presencial?
Sinto saudades das pessoas, do contato humano, nada supera a socialização presencial. O computador e a internet permitem a interação mediada por uma tela, mas não permite trocarmos um abraço forte.
 
Que mensagem gostaria de deixar registrada para nossos colegas?
Servir o Estado brasileiro, servir à cidadã e ao cidadão, transcende qualquer ideologia política. Temos uma missão nobre, que deve ser exercida com comprometimento e ética. Cito um pequeno trecho de um dos meus livros prediletos, Os Miseráveis, obra-prima de Victor Hugo: “A primeira igualdade é a justiça.” Temos, então, que servir com justiça.
 
 

6 - Curso sobre "Educação de Surdos em Tempo de Pandemia" recebe inscrições até esta quarta (4/11)

 
O curso “Educação de Surdos em Tempo de Pandemia” prorrogou o prazo para inscrições até esta quinta-feira (4/11), por meio deste formulário. Com 300 vagas ofertadas, a iniciativa tem como objetivo promover a formação continuada de professores que lecionam para surdos no Ensino Fundamental.
 
Segundo a professora Rosely Lucas de Oliveira, que representa a UFSJ no projeto, também podem participar outros profissionais que atuam na área da educação - como coordenadores, supervisores e diretores. Não é necessário o conhecimento prévio e fluência em Língua Brasileira de Sinais (Libras), pois haverá a presença de Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais (TILS) para mediar todo conteúdo ministrado.
 
Além da Universidade de São João del-Rei (UFSJ), são parceiras na produção e oferecimento do curso o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) e as univerisdade federais do Triângulo Mineiro (UFTM), de São Carlos (UFSCar) e do Rio Grande do Norte (UFRN). 
 
Mais informações na página do Departamento de Letras, Artes e Cultura (Delac)

Última atualização: 03/11/2020