1 - Conep decide data de início do próximo semestre

 
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSJ (Conep) decidiu que o primeiro semestre letivo de 2021 começa em 17 de maio. A reunião aconteceu nesta quarta-feira (17/3). Durante cinco horas e meia, os conselheiros puderam avaliar a proposta do relator do processo, professor Rafael Russo Chagas, de alteração na Resolução Conep 007/2020, que regulamentou o ensino remoto emergencial para os cursos de graduação da UFSJ durante o período de pandemia da Covid-19.
 
Vários pontos importantes foram definidos, como o número de semanas do semestre e o direito dos alunos se inscreverem ou não nas unidades curriculares que forem oferecidas. Como o assunto não foi esgotado, o reitor Marcelo Pereira de Andrade convocou nova reunião do Conep para a próxima quarta (24/3). Marcelo assegurou, por outro lado, que todas as questões referentes ao retorno presencial gradual serão definidas pelo Conselho Universitário após proposta que será desenvolvida pela Comissão constituída para esse fim.
 
O que ficou definido até agora
Artigo 1º – Regulamentar o início do primeiro semestre de 2021, que terá início no dia 17 de maio de 2021.
Parágrafo único: A inscrição em unidades curriculares a partir do período 2021/1 será facultada aos discentes regularmente matriculados na UFSJ enquanto durar o período de pandemia causada pela Covid-19.
 
Artigo 2º – Tornar equivalentes os períodos de Ensino Remoto Emergencial (ERE) 1 e 2, ofertados segundo a resolução Conep 007/2020, aos semestres acadêmicos de 2020/1 e 2020/2.
§ 1º A carga horária lecionada nos dias letivos do calendário para 2020/1 não será computada na carga horária destes semestres.
§ 2º Excepcionalmente, o ano letivo de 2020, que ocorreu de forma remota, e o ano letivo de 2021, caso ocorra de forma remota ou híbrida, não contarão para o início de processo de desvinculação ou prazo de integralização do curso do discente.
 
Artigo 3 – Garantir aos discentes matriculados em 2020/1, antes da suspensão do calendário, e que não obtiveram equivalência na unidade curricular (UC) durante os períodos emergenciais, vaga nesta UC quando solicitado pelo mesmo durante o ensino remoto ou quando o retorno da unidade curricular de forma presencial.
 
Artigo 4 – Estabelecer que a oferta de unidades curriculares poderá ocorrer em três formatos: remoto, híbrido e presencial.
§ 1º No formato remoto, as atividades são realizadas com a mediação dos recursos das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), realizadas de forma síncrona, isto é, realizadas pelos discentes conjuntamente com o professor em horários em tempo real previamente estabelecidos, e/ou assíncrona, ou seja, realizadas pelos discentes em horários definidos por eles.
§ 2º O formato híbrido é aquele no qual em uma unidade curricular são combinadas atividades no formato presencial e no formato remoto.
§ 3º No formato presencial, as atividades poderão ser desenvolvidas na forma híbrida e na forma integralmente presencial.
§4º Atividades presenciais, seja no formato híbrido ou integralmente presencial, só poderão ser adotadas em condições de segurança para a comunidade acadêmica e cumprindo as resoluções do Conselho Universitário que tratem sobre o assunto.
§ 5º Fica facultado ao Colegiado de Curso manter a oferta de Componentes Curriculares na forma híbrida, mesmo com a autorização de ensino integralmente presencial a fim de melhor organização da grade horária do curso, enquanto durar a situação de distanciamento causada pela pandemia.
 
Artigo 5 – Os períodos 2021/1 e 2021/2 serão constituídos por 14 semanas.
 
Artigo 6 – A UFSJ deve manter a promoção de políticas que tenham como objetivo a inclusão de discentes em condições de vulnerabilidade social, permitindo que estes tenham acesso às Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação (TDCIs) e à internet, garantindo, assim, a expansão desses recursos aos discentes em condições de vulnerabilidade socioeconômica inscritos em UCs ofertadas durante o período emergencial.
§ 1º A UFSJ fornecerá recursos aos discentes em situação de vulnerabilidade social para que tenham acesso a equipamentos e/ou internet, sem prejuízo às políticas assistenciais já implantadas.
§ 2º Será garantida a manutenção de programas de assistência estudantil a estudantes que estejam matriculados em, pelo menos, uma unidade curricular.
 
Artigo 7 – Realizar de forma contínua levantamentos de necessidades de capacitações, equipamentos e/ou materiais de apoio para servidores e discentes.
§ 1º A oferta de capacitações, equipamentos e/ou materiais de apoio para servidores e discentes estará condicionada à disponibilidade orçamentária.
§ 2º Cabe à Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proen) e ao Núcleo de Educação a Distância (Nead) a promoção de cursos para a utilização das TDCIs, assim como formação pedagógica para trabalho em Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem e novas linguagens de ensino.
 
Luciene Tófoli
Assessora de Relações Interinstitucionais
 
 

2 - Realocação de recursos garante obras e reformas

 
Com a realocação de recursos de custeio não utilizados durante o período de fechamento dos campi, a UFSJ garantiu para este ano a realização de obras e reformas em seus campi. A operação, que foi aprovada pela Secretaria de Orçamento e Planejamento do Ministério da Educação (MEC), é resultado do empenho da Reitoria e da Pró-Reitoria de Planejamento.
 
Recursos de custeio são aqueles destinados a despesas como água, luz, telefone, compras de materiais de consumo, bem como a pagamentos de diárias e passagens. A partir da realocação, houve um esforço conjunto dos servidores das pró-reitorias de Planejamento e Administração para que projetos e licitações ocorressem em tempo hábil.
 
As obras serão realizadas nos campi Tancredo de Almeida Neves (Ctan) e Santo Antônio (CSA), e se traduzem em melhorias para a comunidade. Um dos contratos resultantes dessas licitações tem o valor de R$ 639,6 mil e inclui diversas obras no Ctan, como a reforma da Casa dos Convênios, utilizada pela Epamig; a construção de muro de arrimo próximo ao prédio do Departamento de Computação; adequações no telhado do Biotério; e a construção de depósitos de lixo próximos ao Restaurante Universitário e ao Ginásio. Neste contrato, está incluída também a reforma do telhado e guarda-corpo do prédio do Departamento de Ciências Térmicas e dos Fluidos, no Campus Santo Antônio.
 
Por outro contrato, a UFSJ vai implantar uma usina fotovoltaica no Campus Sete Lagoas. A energia solar fotovoltaica é aquela obtida através da conversão direta da luz em eletricidade, por meio do efeito fotovoltaico. O custo da implementação é de R$ 101,6 mil.
 
Em andamento
Igualmente em andamento no Ctan, a viabilização da obra de reforma da piscina. O contrato, no valor de R$ 1.109 mil reais, está sendo executado pela empresa Assertiva Comércio e Serviços Ltda. A obra prevê, entre outros, a substituição de todos os revestimentos internos e externos, de todas as placas solares existentes e a instalação de um sistema de aquecimento, que manterá a temperatura entre 25 e 29 graus centígrados, permitindo assim a realização de atividades à noite e nos meses frios.
 
 

3 - Saiba como a reforma administrativa pode afetar o serviço público; Live na TV UFSJ discute o tema nesta quinta (18/3)

 
A reforma administrativa é tema da live que acontece nesta quinta (18/3), na TV UFSJ, a partir das 19h30. Quem vai falar sobre o assunto é o assessor jurídico do Senado, professor, advogado e integrante da Associação de Juristas pela Democracia (ABJD), Marcos Rogério de Souza. Mestre e Bacharel em Direito pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), é também especialista em Direito Constitucional pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IBD). Foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad.
 
A PEC nº 32/20 promete ser um dos assuntos mais polêmicos deste ano. Apresentada pelo Governo Federal em setembro do ano passado, prevê uma série de mudanças nas relações entre servidores públicos e Estado. As formas de ingresso no serviço público serão os concursos e as seleções simplificadas, estas para vagas por tempo determinado.
 
A proposta cria cinco modalidades de vínculos, sendo três de continuidade e dois temporários. No primeiro grupo, estão: permanente - carreiras de Estado; o de prazo indeterminado - grupo que terá garantias, mas não estabilidade; e o de experiência - substitui o estágio probatório, que poderá ter duração de acordo com a atividade. Já o temporário engloba: por prazo determinado, com contratos por projetos; e outro para lideranças e assessoramento.
 
A PEC impacta outro tema sensível, a estabilidade, criada para que o servidor possa resistir a pressões políticas ou de superiores. Se aprovada na íntegra, apenas servidores das categorias consideradas “carreiras de Estado” poderão ter estabilidade. A definição de quem fará parte desse grupo ocorrerá somente depois, em projeto de lei complementar.
 
Essas e outras regras previstas no texto, no entanto, não afetam militares, juízes, desembargadores, ministros de tribunais superiores, deputados e senadores. Atualmente, o projeto está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados e poderá ser alterado, durante a tramitação, pelos parlamentares. Por se tratar de uma PEC, é necessária a aprovação por 3/5 dos parlamentares, em dois turnos, em cada Casa do Congresso Nacional.
 
 

4 - Andifes debate o corte orçamentário previsto para as federais

 
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu nesta quinta (18/3) coletiva de imprensa por videoconferência para tratar sobre a previsão do corte de 18% no orçamento das universidades federais. A transmissão está disponível no canal da Associação no YouTube. 
 
É sabido que o orçamento das universidades públicas tem sofrido reduções nominais nos últimos anos. Em 2020, houve queda de 8,64% na variação anual em relação a 2019, passando de R$ 6,06 bilhões para R$ 5,54 bilhões.
 
No projeto da lei orçamentária (PLOA 2021) enviado Congresso Nacional, as universidades estão à mercê de nova redução, na casa de 18,2%, o que equivale a R$ 1,056 bilhão em relação aos valores do Projeto de Lei Orçamentária Anual do ano passado.
 
No relatório setorial de Educação da Comissão Mista de Orçamento, houve novos cortes, levando a uma redução de mais R$ 121.817.870,00, os quais, somado ao corte de R$ 1,056 bilhão, totaliza perda de recursos da ordem de R$ 1,178 bilhão, o que impacta diretamente a assistência estudantil, a manutenção e funcionamento das atividades essenciais de 69 universidades federais e das seis recém-criadas, com mais de 320 campi em todos os estados brasileiros.
 
Nesse contexto, a situação dos recursos destinados à Assistência Estudantil se torna dramática, com a redução de R$ 20.509.063,00 além do corte de R$ 185 milhões que consta no projeto que aguarda votação pelo Congresso. Os aportes não serão suficientes, inviabilizando o funcionamento das universidades federais neste ano, num cenário de escalada do agravamento da pandemia de Covid-19.
 
 

5 - Confira oportunidades na Extensão

 
(R)Urbanidades
Este programa, coordenado pela professora Adriana Nascimento, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSJ, entra na etapa de entrevistas nesta quinta (18/3), a partir das 14h, dos candidatos inscritos às duas vagas para bolsistas, abertas para estudantes dos cursos de Comunicação, Arquitetura, Artes Aplicadas e áreas afins. (R)Urbanidades afro, latino e pan-americanas oferece bolsa de R$ 400,00 por 20 horas de trabalho semanal, durante dois anos, prevista a possibilidade de participantes voluntários. O programa tem, entre seus parceiros, pesquisadores, grupos de pesquisa e colaboradores ligados a projetos desenvolvidos por instituições do país e do exterior, que fazem parte do Grupo de Pesquisa A.T.A. da UFSJ.
 
Poesia de Janela
O projeto recebe, até o dia 24, inscrições para uma vaga de bolsista voluntário, nas condições de trabalho do Pibex. O Poesia quer despertar e incentivar o interesse pela poesia feminina, principalmente aquela produzida por poetas mineiras contemporâneas, que seriam levadas para janelas virtuais, a fim de apresentar sua produção, processos criativos e modos de divulgação. Enviar um texto de no máximo uma página dizendo porque deseja participar do projeto e qual curso e período, para o e-mail julianamillen@ufsj.edu.br.
 
Mapeamento colaborativo
O projeto Mapeamento colaborativo brasileiro de espaços alternativos e iniciativas pelo direito à cidade abriu vaga para seleção de um bolsista, que deverá cumprir, nesta primeira etapa, carga horária de 20 horas semanais, no período de abril de 2021 a março de 2022, conforme edital Pibex 2020. Interinstitucional, o projeto é realizado em parceria com docentes e pesquisadores da UFSJ, UFMG e UFPA, nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, Geografia e Ciências Econômicas.
 
 

6 - Especial Dia da Mulher | Dica de série: Ela quer tudo - como falar de amor e sexo em um mundo de possibilidades

 
Por Clara Fernandes
 
“O que querem as mulheres?” Tão clichê quanto essa pergunta é a minha escolha de iniciar a resenha de um série chamada Ela quer tudo com a famigerada questão.
 
Para respondê-la, diversos outros clichês foram criados na indústria do cinema e da televisão. Uma leva de filmes e séries narrando a jornada de mulheres incompletas e insatisfeitas que, por um acaso do destino, encontram a plenitude em, adivinhe só!, um relacionamento romântico.
 
A série supera todos os lugares comuns. A protagonista é uma mulher negra, não monogâmica, assumidamente pansexual e brutalmente honesta com seus sentimentos. Estrelada por DeWanda Wise, se baseia no filme de mesmo nome, lançado em 1986, marcando a estreia de Spike Lee na indústria.
 
A primeira temporada acompanha a rotina e os dilemas da artista plástica Nola Darling, enquanto ela divide seu tempo entre seus amigos, seu trabalho e seus três amantes: o executivo Jamie Overstreet (Lyriq Bent), o mais sério e tradicional do trio; o divertido Mars Blackmon (Anthony Ramos), entregador, músico e grande conhecedor das ruas do Brooklyn; e o modelo Greer Childs (Cleo Anthony): lindo, sedutor e narcisista.
 
Ao longo dos episódios, uma importante personagem se junta a essa dinâmica: a florista Opal Gilstrap (Ilfenesh Hadera). Mas o relacionamento mais visceral de Nola é, sem dúvida, o que ela tem com a arte. Seus quadros aparecem em diversas cenas e a trama mostra o desenvolvimento e amadurecimento da protagonista através de sua busca por se encontrar como artista.
 
Olhando diretamente para a câmera, Nola convida quem está assistindo a acompanhar sua jornada nada linear. Entre experiências sexuais, decepções amorosas, dificuldades financeiras, conquistas profissionais e dilemas éticos, ela também entra em contato com questões sociais importantes, como assédio, gentrificação e a situação das comunidades negra e latina no Brooklyn, cenário principal da trama.
 
A produção infelizmente foi cancelada pela Netflix, mas seu produtor já garantiu que vai levá-la para outras emissoras. E que o faça, porque o mundo precisa de narrativas como essa. Ela quer tudo não deixa de ser uma série sobre relacionamentos: consigo mesma, com a comunidade, com a arte e com os afetos. É um retrato que faz juz da maneira mais bela possível à realidade das mulheres de hoje, que não se resumem a um enredo ou trama somente. Elas querem tudo. E terão.
 
Clara Fernandes é formada em Jornalismo pela UFSJ. Trabalha com mídias digitais, conteúdo e gestão de projetos. Mas gosta mesmo é de falar: sobre feminismo, cotidiano, saúde, cultura pop e o que mais der na telha.
 
 

7 - Egresso estreia com romance de resistência homoafetiva

 
Ex-aluno da UFSJ e mestrando em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Isaac Ribeiro lança seu primeiro romance, O peso do vento, no qual narra a relação amorosa vivida entre dois adolescentes nascidos numa típica cidade do interior. Em entrevista, o novo autor fala porque escolheu esse tema, discorre sobre a carência da Literatura em tratar de temas afeitos ao universo homoafetivo e sobre seu processo de criação.
 
Em linhas gerais, de que trata esse primeiro livro?
Isaac Ribeiro: É uma obra literária de resistência, que traz em seu enredo as implicações de um romance gay em uma sociedade heteronormativa. O peso do vento vem potencializar, de maneira sutil, a vida de meninos e meninas, para que tenham coragem de aceitar suas identidades, lutar por sua felicidade e exigir do Estado aquilo que é seu por direito, garantido na nossa Constituição. O romance tem duas fases bem demarcadas. Na primeira, temos Lucas e Pedro ainda pré-adolescentes, descobrindo as potencialidades de sua existência como futuros homens no mundo. Nessa fase, a história carrega a simplicidade de um mundo rural, e se desenvolve em um espaço bucólico. Na segunda fase, encontramos dois jovens mais maduros e donos de si. A relação com os animais e o respeito pela natureza perpassa a história de Lucas e Pedro, que nesse momento são carregadas de sexualidade, erotismo e paixão intensa.
 
Por que você escolheu uma relação homoafetiva para seu primeiro livro?
Isaac Ribeiro: Primeiro, porque sou bissexual e sinto que há na literatura brasileira uma carência em trabalhar essa temática. Temos bons romances gays no Brasil, mas uma parcela muito insignificante dentro da literatura nacional. Grande parte dos nossos escritores direcionam suas histórias a romances para o público hétero, talvez pelo fato de nossa formação cultural e social ter sido direcionada a uma sociedade heteronormativa. Entretanto, acho que estamos num momento de reavaliar nossos valores éticos, sociais, religiosos e culturais. Acredito que precisamos repensar nossa postura como cidadãos de um mundo plural e igualitário.
 
Sobre seu processo criativo: como veio a inspiração em O peso do vento?
Isaac Ribeiro: Durante esse processo de escrita, assisti a muitos documentários e filmes, li muitos livros com essa temática, ouvi várias pessoas, mas acredito que a fonte mais inspiradora foi God’s Own Country, um filme gay ambientado em uma fazenda de ovelhas no norte da Inglaterra. A história e a veracidade do roteiro me impactaram, e a possibilidade de escrever um romance no qual a história se passaria em uma comunidade rural me trouxe inquietações. Tantas, e tão fortes, que dias depois já estava dando vida e movimento a Lucas e Pedro. Durante quase dois anos, foi a potência prazerosa que me estimulou caminhar. As personagens me ensinaram a ser mais resiliente e a acreditar que o fim é sempre o início de algo novo. Escrever é um processo no qual o escritor se implica nas personagens, tatuando nelas sua escrevivência. Nesse processo, perdi minha mãe, e isso intensificou ainda mais meu conceito de felicidade e amor pelo próximo. Minha mãe foi uma mulher de uma sabedoria incrível, sempre muito generosa. Tenho certeza de que apoiaria o amor homoafetivo entre Lucas e Pedro, como ficou claro na fase em que tive a felicidade de compartilhar com ela a construção desse livro.
 
Qual a mensagem que você quis passar nas entrelinhas desse livro?
Isaac Ribeiro: Viva! E faça isso com muita intensidade. O tempo é único e a vida é curta demais para vivermos sobre convenções que não ajudamos a construir.
 
Percebe-se que seus personagens enfrentam preconceitos numa sociedade conservadora do interior. Como você vê o preconceito em nossos dias, e como você o retrata no livro?
Isaac Ribeiro: Acredito que a sociedade brasileira tem mudado bastante nos últimos tempos, embora o Brasil seja um dos países do mundo que mais mata a população LGBTQI+. Ainda falta muito para nos sentirmos inseridos no Estado brasileiro, devido ao imenso preconceito, inclusive religioso, acerca desse tema. Entre os avanços, essa nova geração carrega consigo mais liberdade em discutir a pluralidade do mundo. Assim, o leitor percebe que nossa sociedade ainda continua hipócrita e cruel com os que vivem à margem, sendo levado a uma profunda reflexão sobre as diversidades, sexual e racial, que, espero, o estimule a repensar suas práticas de enfrentamento em relação às minorias.
 
Quais são seus autores preferidos ou que mais o influenciaram?
Isaac Ribeiro: Que pergunta difícil! Eu já me apaixonei por tantos autores... Eleger um autor e uma obra literária é quase impossível. Porém, acho que um dos autores que mais me marcou foi Graciliano Ramos. Fiquei muito impactado com Vidas Secas, é uma linguagem singular dentro da nossa literatura, um clássico que não consigo parar de ler. E a cada nova releitura aprendo mais com Graciliano.
 
Você pretende fazer uma trilogia. Dizem que a boa história não se esgota nunca...
Issac Ribeiro: Quando escrevi O peso do vento, pensei num romance LGBTQI+ apenas. Entretanto, amigos próximos sugeriram um seguimento da história, o que me assustou um pouco. Comecei a maturar a ideia, e hoje estou trabalhando o segundo volume do romance. Se haverá um terceiro volume, não posso dizer ainda.
 
 

8 - Tropas de aço está no mercado

 
Lançado há cinco anos, como desdobramento da dissertação de mestrado defendida pelo servidor Bruno Nascimento Campos no Programa de Pós-Graduação em História da UFSJ (PGHIS), o livro Tropas de aço: abastecimento, comércio e estradas de ferro no sul de Minas (1875-1902) está disponível para venda
 
Bruno se graduou em 2005, na primeira turma do curso de História. Na pós, foi orientado pelo professor Marcos Ferreira de Andrade, do Departamento de Ciências Sociais (Decis). Versão integral do livro em .pdf pode ser solicitada por professores e pesquisadores ao autor, pelo e-mail bncampos@ufsj.edu.br
 
Sinopse
Escreve o professor Afonso de Alencastro Graça Filho (Decis): “Marca de uma segunda etapa da revolução industrial, os caminhos de ferro também encontraram destino nas exportações de bens de capital para a periferia do capitalismo, em especial, na segunda metade do século XIX. O monstro de ferro rompendo os limites da velocidade e dos transportes era símbolo de uma época vitoriosa de progresso técnico e do mundo das finanças. O Império brasileiro ansiava pela modernização da sociedade, embora preservasse o escravismo. Ao explorar o nascimento da rede ferroviária do Sul de Minas, Bruno Campos nos traz novas evidências documentais que ampliam o leque de interpretações sobre as finalidades desses investimentos em solo mineiro. O sal para a pecuária mineira, o gado, o toucinho, o fumo, queijos e outras mercadorias são transportados em maior quantidade e valor que o café até finais do século XIX. A mesma vinculação com o mercado interno para a economia de abastecimento é percebida na criação da Oeste de Minas, abarcando uma região que nunca se tornou grande produtora de café. Esses fatos, por si só, valoram e justificam plenamente que venha a lume a contribuição desta obra cuidadosa encetada por Bruno Campos.”
 

Última atualização: 18/03/2021