1 - Períodos de licença-maternidade passam a ser incluídos no Lattes

 
Mães pesquisadoras receberam a boa notícia nesta semana. A partir de 15 de abril será permitido o registro dos períodos de licença-maternidade no banco de dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A recente evolução tem o objetivo de atender a demandas de representantes da comunidade científica e de instituições parceiras do Conselho, sobretudo de pesquisadoras ligadas ao Movimento Parent in Science
 
A importância dessa inclusão está diretamente relacionada à desigualdade em relação à concorrência em torno da eficiência e da produtividade acadêmica registradas na Plataforma Lattes. A partir de agora, as mulheres têm a possibilidade de comprovar que o tempo de ausência profissional em determinado período se deve ao afastamento legítimo da licença-maternidade.
 
De acordo com a cientista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e coordenadora do Parent in Science, Fernanda Staniscuaski, os dados comprovam que, com a chegada dos filhos, há uma diminuição na produtividade das mulheres, especialmente no número de publicações, o que tem um efeito negativo no processo de avaliação dessas pesquisadoras, e acontece por falta de políticas de apoio que considerem a maternidade na carreira científica. “Mudanças imediatas são necessárias para que se garanta a inserção, a permanência e a progressão das mulheres na Ciência. Essa atual inclusão serve para justificar as lacunas que venham a existir no currículo dessas mulheres pesquisadoras. Ainda é um passo inicial, que vai provocar a discussão da parentalidade na Academia e fomentar as mudanças que sabemos ser fundamentais. Seguimos na luta para que não seja apenas mais uma linha no Lattes”, analisa.
 
A inclusão do campo licença-maternidade é resultado do trabalho conjunto de mulheres que atuam junto à Comissão de Gestão da Plataforma Lattes e ao Programa Mulher e Ciência do CNPq. No Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq (DGP), 50% do total de pesquisadores cadastrados são mulheres. Nos últimos 15 anos, esse percentual aumentou 7%.
 
Programa Mulher e Ciência
Desde 2005, o CNPq mantém o Programa Mulher e Ciência, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e outros órgãos. O objetivo é promover a participação de meninas e mulheres na Ciência, incentivando pesquisas sobre relações de gênero, mulheres e feminismos.
 
O Programa contribui ainda para que o Brasil alcance a meta ODS 5 - Igualdade de Gênero. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em setembro de 2015, composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030. Foi comprovado que a capacitação de mulheres e meninas tem um efeito multiplicador e ajuda a gerar crescimento e desenvolvimento econômico em geral.
 
Sobre ciência e maternidade
A professora e coordenadora do curso de Engenharia Florestal da UFSJ, Mayra Marques, sabe bem o que é conciliar a rotina de pesquisadora com a de mãe. Sua história acadêmica começou ainda na graduação, seguindo até o doutoramento. A dedicação à pesquisa era exclusiva e a produção científica, constante e crescente. Ao final das disciplinas do doutorado, foi aprovada no concurso para a UFSJ. Mas sua vida profissional mudaria de repente: “Lá estava eu, no meio do doutorado, iniciando a carreira docente e três meses depois uma boa surpresa, estava grávida! Precisei conciliar a escrita da tese com o final da gestação e o parto. A defesa do doutorado foi durante a licença-maternidade e minha filha na sala ao lado com quatro meses aguardando a mãe se tornar doutora”, relembra.
 
Hoje sua filha já está com nove anos, e esperam para maio o segundo filho. A rotina com uma criança inclui todos os cuidados com alimentação, higiene, estudos, disciplina, momentos em família e brincadeiras. A maternidade exige dedicação contínua e integral durante as diferentes etapas de desenvolvimento dos filhos: a disponibilidade para cuidados quando ficam doentes, a participação em atividades escolares, os imprevistos a qualquer momento do dia - quem nunca teve que sair mais cedo do trabalho por que a escola ligou pedindo pra buscar a criança que estava passando mal ou se machucou? “Tudo se tornou ainda mais intenso com o trabalho remoto, porque os filhos têm dificuldade de compreender que estamos em casa, mas não disponíveis o tempo todo, e as interrupções são constantes.”
 
É justamente nesse ponto que a rotina da maternidade se encontra com a carreira acadêmica, e o ritmo de pesquisa e produção científica diminui, para muito além do período de licença-maternidade, incluindo os primeiros anos de vida da criança, que demandam muito das mães até que desenvolvam certo nível de autonomia para algumas atividades básicas. “A inclusão da licença-maternidade no Lattes é uma grande conquista para as pesquisadoras que são ou pretendem ser mães, é uma forma de dizer à comunidade científica que a dedicação à maternidade impactará na produção, devido à nobre missão de criar e educar uma nova pessoa para a sociedade. O ritmo retomado aos poucos, sem que sejamos prejudicadas e nem fiquemos em desvantagem em relação aos colegas que não estão nas mesmas condições”, reflete Mayra.
 
Outro ponto da carreira docente que mereceria igual atenção seriam, de acordo com a pesquisadora da USFJ, os períodos em que se dedicam a funções administrativas, o que garante o pleno funcionamento da Universidade, mas também influi no decrescimento da produtividade científica.
 
 

2 - Fapemig: Demanda Universal recebe propostas até esta quinta (15/4)

 
Pesquisadores mineiros poderão se inscrever até esta quinta (15/4), para a conhecida Demanda Universal da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que contempla todas as áreas do conhecimento. A submissão dos projetos deve ser feita, como de costume, pela Plataforma Everest. Novidade nesta chamada: os projetos aprovados serão pagos em lotes mensais, a serem completados em até 12 meses depois da assinatura dos Termos de Outorga. A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFSJ publicou orientações para a comunidade acadêmica sobre como atender às exigências do edital.
 
PAPG
Outra boa notícia que vem da Fapemig é a reativação das cotas do Programa de Apoio à Pós-graduação (PAPG), suspensas desde 2019. São, ao todo, cerca de 180 bolsas, liberadas de imediato, graças ao aumento do repasse financeiro mensal do governo estadual à Fapemig, como determina a Constituição do Estado de Minas Gerais. Essas bolsas haviam sido suspensas e/ou bloqueadas em 2019, em um período de agravamento da crise econômica de Minas Gerais, quando foi necessário readequar alguns programas da Instituição. Dúvidas: https://fapemig.br/pt/envio-de-perguntas/.
 
 

3 - Oportunidades na Pós: agenda de abril

 
Dois programas de pós-graduação da UFSJ encerram nesta semana o período de inscrições para os exames de seleção. Destacamos a seguir as informações específicas de cada programa.
 
Psicologia
A seleção de candidatos às vagas do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) para os cursos de mestrado e doutorado, com entrada no segundo semestre, recebe inscrições até esta quinta (15/4), exclusivamente pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). O edital pode ser consultado aqui. São 23 vagas para mestrandos e nove para doutorandos, divididas em duas linhas de pesquisa: Fundamentos teóricos e filosóficos da Psicologia e Instituições, Saúde e Sociedade.
 
Desenvolvimento, Planejamento e Território
O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Planejamento e Território (PGDPlat) inscreve para seu programa de mestrado até sexta (16/4), oferecendo 15 vagas, com as orientações do edital descritas neste link. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por meio deste formulário. O período letivo se inicia em maio, as pesquisas divididas entre as linhas Desenvolvimento, sustentabilidade e território; e Economia internacional e território. A seleção se dará em três etapas - prova; arguição sobre conhecimentos específicos indicados na bibliografia e a intenção de pesquisa; análise curricular.
 
 

4 - Seminário Profmat: programação continua nesta sexta (16/4)

 
Concluindo seu ciclo de seminários virtuais do mês de abril, o Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional da UFSJ (Profmat) convida a comunidade acadêmica a assistir, nesta sexta-feira (16/4), a mais uma série de apresentações de trabalhos, que ocorrem pela manhã e à tarde, com transmissão pelo Google Meet, nos links marcados de acordo com o período da agenda. Segundo a organização do evento, os trabalhos fazem parte da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso.
 
O Profmat é um programa de pós-graduação stricto sensu, em nível nacional, que busca o aprimoramento da formação profissional de professores da Educação Básica. Confira a programação:
 
9h a 9h50
Metodologias ativas e suas aplicações no ensino remoto
Mestrando: Valdemir Martins Filho
Mediador: Francinildo Nobre Ferreira
 
13h50 a 14h50
Dinâmica viral do SARS-Cov-2
Mestranda: Virginia Moreira de Freitas
Mediador: Jorge Julca Ávila
 
15h a 15h50
O uso de tecnologias como ferramentas para as aulas de Matemática em tempos de pandemia
Mestranda: Rosilaine de Fátima Pereira Goulart
Mediadora: Andréia Malacarne
 
16h a 16h50
O ensino do n-quadrado de JMG para Alunos do Ensino Médio
Mestrando: Felipe Júnio Santos Alves
Mediador: Jorge Julca Ávila
 
17h a 17h50
Proposta de sequência de ensino de gráficos de linha para a Educação Básica
Mestrando: Vinícius Pena Marques
Mediadora: Luciane Passos Giarola
 
18h a 18h50
Uso do software Vensim no ensino como abordagem dinâmica na modelagem matemática
Mestrando: Reginaldo Augusto da Silva
Mediador: José Davalos Chuquipoma
 
 

5 - Filosofia reflete sobre a condição da mulher no mundo acadêmico

 
O Grupo de Pesquisa e Extensão Hipátia, do curso de Filosofia da UFSJ, realiza, nesta quinta (15/4), o evento nacional Ser-mulher no mundo acadêmico: entraves e potencialidades, com transmissão pelo canal do Grupo no Youtube. As inscrições serão recebidas até o início das atividades, a partir das 15h.
 
A iniciativa marca a abertura a novas participantes, e busca enfatizar o caráter interdisciplinar e interinstitucional de sua proposta. As temáticas abordadas pelas convidadas serão: Ser-mulher no mundo acadêmico; Mulheres na Filosofia e Maternidade e carreira acadêmica. Ontem, o II Seminário Interno do Grupo Hipátia: apresentação de pesquisas e perspectivas de estudo, restrita às participantes, promoveu debates teóricos acerca da inserção de estudantes mulheres na pesquisa acadêmica no campo da Filosofia.
 
O Hipátia
O Grupo de Pesquisa e Extensão Hipátia é projeto do PET Filosofia, em parceria com o Laboratório Ártemis, ambos pertencentes ao Departamento das Filosofias e Métodos da UFSJ (Dfime). Nascido no final de 2019, é coordenado pela professora Glória Maria Ferreira Ribeiro, acolhendo o debate atual sobre questões da desigualdade de gênero na Filosofia, realidade observada nas grades curriculares, nos cursos de pós-graduação e no cânone filosófico.
 
 

6 - Indetec promove debate sobre home office e saúde mental no dia 29 de abril

 
A Incubadora de Desenvolvimento Tecnológico e Setores Tradicionais do Campo das Vertentes (Indetec) realiza, no dia 29 de abril, o bate-papo "Home office e saúde mental". O evento ocorre a partir das 17h e as inscrições devem ser feitas neste site - o link de acesso será enviado no dia da transmissão.  
 
O convidado é o professor da Universidade Federal de São João del-Rei Alexandre Silva, enfermeiro e doutor na temática dos Cuidados Paliativos. "As consequências do isolamento não são mais hipóteses, e sim uma realidade. Como passar por essa turbulência tão grande, com o mínimo de danos à nossa mente?", questiona o líder de Comunicação e Marketing da Indetec, Tiago Ávila. 
 
Mais informações no perfil da Indetec no Instagram. 
 
 

7 - Prazo para inscrever pôsteres na reunião da SBPC vai até dia 20

 
Estão abertas até a próxima terça (20/4), as inscrições para a Sessão de Pôsteres da 73ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento, virtual, realizado este ano em parceria com a UFJF, no período de 18 a 24 de julho, terá como tema Todas as ciências são humanas e essenciais à sociedade.
 
Podem ser submetidos trabalhos em todas as áreas do conhecimento, por estudantes de graduação ou pós-graduação, docentes de Ensino Superior, pesquisadores e outros profissionais, estudantes e professores da Educação Básica ou Ensino Profissionalizante, até o limite de 300 apresentações.
 
A Reunião Anual
Fundada em 1948, a SBPC é uma entidade voltada à defesa do avanço científico e tecnológico e do desenvolvimento educacional e cultural do Brasil. Possui atualmente cerca de 160 sociedades científicas afiliadas, de todas as áreas do conhecimento. Realizada ininterruptamente desde 1949, a Reunião Anual da SBPC percorre os estados brasileiros mas, ano passado, devido ao agravamento da pandemia do novo coronavírus, aconteceu em formato on-line, decisão que será mantida em 2021.

Última atualização: 15/04/2021