1 - Especial Dia do Professor: "Temos que conceber o ensino remoto como um período passageiro"
Nos últimos tempos, as sociedades do mundo todo vêm incorporando progressivamente as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) em suas vidas cotidianas, inclusive nas áreas de ensino. Esse fenômeno, que diverge do sentido de ensino remoto, tem promovido consequências positivas e negativas. Especificamente sobre o ensino remoto, é preciso esclarecer que há diferenças importantes entre esse modelo emergencial de ensino e o uso de TIC’s no ensino ou ainda Educação a Distância (EaD). É o que explica a coordenadora pedagógica do Nead da UFSJ, professora Tatiana Pinheiro de Assis Pontes (Deced).
Segundo ela, o ensino remoto, de forma resumida, visa a preservar características primordiais do ensino presencial como, por exemplo, a interação direta e frequente entre professores e estudantes, sendo que, para isso, os docentes produzem materiais e aulas de forma pontual e conforme a realidade do momento. O uso das TIC’s é primordial nesse processo, assim como na modalidade EaD que, por sua vez, tem um formato pré-definido e padronizado. Nesse cenário, Tatiana percebe o ensino remoto como “necessário para o momento, mas jamais como um substituto ao ensino presencial.”
Doutora em Educação pela Unesp, Tatiana defende que a qualidade no ensino remoto é determinada pelos efeitos que produz na vida dos estudantes, pela função social exercida pelo ensino, quando a formação se configura emancipadora. No caso do ensino remoto, a qualidade pode ser avaliada pelos resultados promovidos na vida acadêmica dos estudantes. “É difícil dizer com toda certeza o que determina o sucesso ou o fracasso desse modelo de ensino, visto que são diversas variáveis a serem consideradas. No entanto, alguns recursos e princípios são indispensáveis para que possamos almejar minimamente bons resultados”, afirma.
Para exemplificar, Tatiana traz como exemplos: o acesso às tecnologias digitais, os conhecimentos e autonomia referentes ao uso das TIC’s, tanto por parte dos professores como pelos docentes; a familiarização e disposição para lidar com esse ambiente de ensino; a manutenção de espaços para diálogo, reflexões e discussões críticas (métodos basilares da Educação); disponibilização de materiais pedagógicos condizentes com as propostas dos planos de ensino curriculares e, finalmente, bibliotecas digitais equivalentes às bibliotecas físicas.
Formato de ensino
Inspirada nas ideias do educador Paulo Freire, Tatiana prevê que o papel do professor continua e sempre continuará sendo o mesmo em qualquer formato de ensino: o de viabilizador de espaços de aprendizagem por meio de relações dialógicas entre estudantes e os objetos de conhecimento. “O professor, uma figura altamente política, tem o desafio de proporcionar ações que oportunizem o desenvolvimento da consciência crítica de cada estudante, independente de ser um ensino remoto ou presencial”, defende. No caso do ensino remoto, ela acredita que um dos grandes desafios é o de manter viva a consciência sobre a essência das finalidades da Educação: a formação plena, o exercício da cidadania, a qualificação para o trabalho e, no ensino superior, além do citado, o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da criação e difusão da cultura.
Nesse cenário, a educadora entende que o ensino remoto está exigindo dos alunos senso de autonomia e de gestão para a organização do tempo, do espaço e de busca por informações que no ensino presencial, muitas vezes, eram ou não administrados pelos professores ou por monitores de disciplinas.
UFSJ
A professora Tatiana destaca que, no processo de estabelecimento do ensino remoto na UFSJ, a instituição se empenhou em ouvir os estudantes, docentes e funcionários. A regulamentação do ensino remoto na instituição, pela Portaria 007/2020, que conferiu autonomia aos departamentos para se organizarem de acordo com suas realidades no processo de retomada do semestre interrompido, também merece destaque. “O que posso observar é que a UFSJ tem se posicionado de forma aberta e acolhedora diante de sua comunidade. Quanto à eficácia do ensino nesse formato remoto, penso que devemos fazer uma avaliação profunda e crítica ao fim desse período para que tenhamos mais clareza quanto aos efeitos provenientes desse momento. Mas posso dizer, com certeza, que o ensino remoto não representa o lugar fundamental ocupado pelo ensino presencial, por isso, não podemos pensar na substituição total do espaço físico da Universidade pelo espaço virtual. Temos que conceber o ensino remoto como um período passageiro”, adverte.
Nesse momento atípico, Tatiana deseja que professores e estudantes continuem acreditando “na força que tem a nossa voz e a nossa posição de acadêmicos de uma instituição pública.” Assim, mesmo que remotamente, “fortaleçamos a nossa comunicação, o contato e o uso dos ambientes virtuais ou outros, para estudarmos juntos, debatermos e traçarmos metas e ações em prol da valorização da universidade pública no Brasil”, recomenda.
Dia dos Professores
Outro desejo é que a esperança de uma sociedade mais justa seja um objetivo vivo e coletivo e não uma espera desanimada, como ensina Paulo Freire. “Que nunca percamos a consciência que a nossa postura é altamente política e formadora em qualquer que seja o formato ou modalidade de ensino, e que por isso mesmo há tantos ataques por parte de opositores à justiça social, muitas vezes simbólicos, contra essa força que emana de nosso papel social. Se conseguirmos contribuir para a conscientização de um aluno, podemos dizer se cumprimos o nosso papel com maestria”, destaca.
2 - Especial Cientistas da Computação: De empreendedorismo a algoritmos - os profissionais no combate à Covid-19
Pode surpreender, para quem está de fora, a diversidade dos projetos relacionados ao curso de Ciência da Computação da UFSJ. Trabalhos de empreendedorismo digital, de recursos educacionais na plataforma Moodle ganham ainda mais força em tempos de pandemia. Outros projetos atuam no enfrentamento direto à Covid-19, por meio de algoritmos, sites ou pesquisas acerca do uso da internet. São essas ações que a série Cientistas da Computação da UFSJ apresenta, hoje. O curso também está envolvido em projetos que serão tema em futuros posts, como “internet das coisas”, “cidades inteligentes” e tantas áreas ainda desconhecidas de alguns, mas fundamentais para todos.
Os projetos de extensão Semeando Empreendedorismo e Saberes Digitais, coordenados pelo professor Dárlinton Carvalho, promoveram o curso Empreendedorismo Digital, com o objetivo de capacitar os participantes em modelagem de negócios digitais, tecnologias para desenvolvimento de negócios digitais e desenvolvimento do seu próprio negócio na internet. Entre os participantes que concluíram o curso estão alunos do Ensino Médio, estudantes universitários e até profissionais já formados que estavam sem trabalhar por conta da pandemia. “A construção coletiva dos empreendimentos permitiu a criação de novos negócios na região e habilitou os participantes a atuarem no mercado on-line”, explica Dárlinton.
O professor coordena, também, ações na área de Ciência da Web no enfrentamento à Covid-19, que envolvem, por exemplo, desenvolvimento de site que auxilia gestores na definição do número de leitos municipais demandados pela doença e pesquisa sobre comportamento social relacionado à busca de informações na internet sobre o novo coronavírus.
Se a vida do empreendedor vive momento desafiador, a dos docentes também. Da Computação vem uma proposta para auxiliar professores que usam a plataforma Moodle. A professora Sofia Paiva coordena o “ADA, uma ferramenta para assessorar os docentes na criação de recursos educacionais no Moodle”, desenvolvido a partir do trabalho de TCC da aluna Isabella Freitas.
A pandemia trouxe desafios para os mais variados campos profissionais e da Ciência, em especial para aqueles que lidam diretamente com a Saúde. Pesquisa desenvolvida pelos professores do Departamento de Ciência da Computação da UFSJ, Fernanda Sumika, Edimilson Batista Santos e Daniel Guidoni; do Departamento de Tecnologia, Cristiano Maciel Silva; e pela pesquisadora da Fiocruz Minas, Natália Satchiko, analisou dados de pacientes com Covid-19 para detectar os principais fatores para a gravidade da infecção. Com o uso de algoritmos de Aprendizado de Máquina, foram desenvolvidos modelos de predição para identificar pacientes com maiores riscos, podendo direcionar, assim, na tomada de decisão dos médicos.
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SAIBA MAIS
O curso
Empreendedorismo digital
Expectativa de demanda de leitos
Pesquisa sobre gravidade de pacientes
3 - Dibib lança edital para aquisição de material bibliográfico
A Divisão de Biblioteca (Dibib) está com
edital aberto para recebimento de propostas de aquisição de material bibliográfico para cursos de Graduação, Pós-Graduação e Setores da UFSJ. As informações devem ser enviados por meio
deste formulário.
Confira o
edital e
anexo I. Atenção: os dados da tabela para ser anexada ao formulário são: autor, título, edição, ano, editora, ISBN, unidade curricular, quantidade de alunos, quantidade de exemplares, básica/complementar, professor e departamento.
Calendário
Lançamento do Edital: 20 de outubro de 2020
Data final para o envio das propostas: 4 de novembro de 2020
Divulgação do resultado: 9 de novembro de 2020
Prazo para Interposição de recurso: 11 de novembro de 2020
Divulgação do resultado final: 12 de novembro de 2020
4 - Pós em Desenvolvimento, Planejamento e Território recebe inscrições para mestrado
O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Planejamento e Território (PGDPlat) está com inscrições abertas, até 30 de novembro, para seleção de novos estudantes de mestrado. As informações e os documentos devem ser enviadas por meio
deste link. De acordo com o
edital, são 15 vagas ofertadas.
A seleção ocorrerá em três etapas: prova, entrevista e análise curricular. As linhas de pesquisa do curso são Economia Internacional e Território; e Desenvolvimento, Sustentabilidade e Território. O resultado final está previsto para 21 de dezembro.
5 - Seminário discute corpo e psicanálise em pacientes trans
O Centro Acadêmico de Psicologia Ana Regina Felipe Ziller (UFSJ), em parceria com o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) e com o Projeto Falatrans, da UFJF, promovem, nos dias 20 e 21 de outubro, a partir das 16h, o
seminário clínico Ter um corpo coloca impasses? Relatos de uma experiência psicanalítica na escuta de pacientes trans.
De acordo com a estudante do nono período de Psicologia da UFJF e bolsista do Falatrans, Lavínia Amaral, esse evento foi pensado a partir da oportunidade de intercâmbio entre as federais de São João e de Juiz de Fora, principalmente no que tange ao trabalho desenvolvido no projeto. “O convite foi feito a nós justamente por reconhecerem a importância de temas como a sexualidade, a transexualidade e o que tais questões refletem na vida dos sujeitos. É um assunto que se mostra cada vez mais urgente na contemporaneidade e que nem sempre encontra espaço”, completa Lavínia.
O evento é destinado a todos interessados, independente de cursarem graduação em Psicologia ou área afim. As apresentações e discussões de trabalhos no primeiro dia do evento, com a participação dos voluntários e psicólogos parceiros do Projeto Falatrans, pode ser
assistida aqui.
6 - Palestra da Enap discute Diversidade e Elaboração de Políticas Públicas nesta quinta (22/10)
A Enap realiza em outubro uma sequência de encontros on-line em comemoração ao Mês do Servidor Público, em parceria com o Instituto República. Renomados especialistas nacionais e internacionais falarão sobre inovação, diversidade e motivação.
Nesta quinta (22/10), das 18h às 19h30, haverá mais um encontro do ciclo, com a Professora Gislene Aparecida dos Santos, da Universidade de São Paulo (USP), com o tema “Diversidade e Elaboração de Políticas Públicas”.
Gislene Aparecida dos Santos é livre docente pela Universidade de São Paulo. Possui mestrado em Filosofia (USP), especialização em Epistemologia da Psicologia e da Psicanálise (Unicamp), Doutorado em Psicologia (USP), pós-doutorado pelo Kings College London (área de Estudos Portugueses e Brasileiros) e York University (Estudos sobre Brasil-Canadá).
Leciona na USP, no curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), no Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos da Faculdade de Direito. É pesquisadora do GEPPIS- Grupo de Estudos e Pesquisas das Políticas Públicas para a Inclusão Social e do Diversitas - Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos-USP.
Em suas publicações, orientações acadêmicas, projetos de pesquisa e extensão, focaliza discussões sobre ética e direitos humanos, estudos críticos do direito, estudos pós-coloniais e decoloniais, políticas públicas, inclusão social, vulnerabilidade social, diversidades, discriminação e racismo. Atualmente é coordenadora do nPeriferias, Grupo de Pesquisa das Periferias do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.
A palestra contará com a moderação de Eloy Oliveira, Diretor-Executivo do República.org.
O evento será na plataforma Zoom, com transmissão pelo canal da Enap no YouTube. O link e a senha de acesso à sala Zoom serão encaminhados ao e-mail informado na inscrição.
Somente os participantes inscritos que confirmarem presença na plataforma Zoom terão direito a certificado. Informe seu nome completo no momento da inscrição ou atualize seu cadastro no portal, para que seja possível emitir o certificado corretamente.
Última atualização: 21/10/2020
