3R
REDUZIR - REUTILIZAR - RECICLAR

Muito se tem falado sobre reciclagem mas, será esse o mais importante dos 3R's? A utilização do papel reciclado no Brasil é recente, mas já é uma tendência e está de acordo com uma nova postura ecológica. A reciclagem de materiais polui menos o ambiente e envolve menor uso de recursos naturais, mas raramente questiona o atual padrão de produção, não levando à diminuição do desperdício nem da produção desenfreada de lixo.

Apresentado na Agenda 21 (plano estratégico para o desenvolvimento sustentável) o princípio dos 3R's propõe a redução do uso de matérias-primas e energia, reutilização direta de produtos e a reciclagem de materiais. A hierarquia dos R's segue o princípio de que causa menor impacto evitar a geração do lixo do que reciclar os materiais após seu descarte.

A Natureza agradeceria aos homens, se a ordem de prioridade fosse a dos 3R's, começando com REDUZIR, que é a forma mais interessante para a preservação ambiental ou a preservação dos recursos naturais.

Para reduzir é preciso produzir menos resíduos. Os centros brasileiros produzem 100 mil toneladas de lixo diariamente, sendo que, cerca de 60% é matéria orgânica, isto é, alimento que está sendo jogado fora. Apenas 63% dos domicílios contam com coleta regular de lixo. A população não atendida algumas vezes queima seu lixo ou dispõe-no junto a habitações, logradouros públicos, terrenos baldios, encostas e cursos de água, contaminando o ambiente e comprometendo a saúde humana. Não é difícil perceber a necessidade de re-educar a sociedade para uma conscientização ambiental. O lixo depositado a céu aberto, nos chamados lixões, provoca a proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos, etc.), gera maus odores e, principalmente, contamina o solo e as águas superficiais e subterrâneas. Mesmo os aterros sanitários, por mais bem construídos que sejam, também causam impactos ambientais e à saúde, já que a penetração das águas das chuvas contamina os lençóis freáticos.

Num quadro como o que estamos vivendo atualmente, em que já estamos consumindo 20% a mais do que o planeta Terra é capaz de repor, a consciência de que qualquer gesto nosso influencie a tudo o que nos cerca, é vital.

Se cada um fizer o que quiser a curto prazo seremos todos perdedores a longo prazo.
Gro Harlem Brundtland
ex-primeira ministra da Noruega

O segundo R, significa reutilizar, e para isso será preciso imaginação e pouca tecnologia ou apenas uma mudança na forma de uso. Por exemplo, a volta ao uso dos cascos retornáveis, blocos para anotações/rascunho feitos com papel escrito ou impresso em apenas um dos lados, reutilizar envelopes ao máximo, e muito mais.

O terceiro R é o de reciclar, ou seja, aproveitar a matéria-prima de um resíduo para fabricar o mesmo ou outro tipo de produto. Como exemplos, os pneus para produzir tapetes de borracha, a matéria orgânica derivada de restos de alimentos, para produzir fertilizantes ou as latinhas de alumínio, para fabricar outras latinhas. A reciclagem diminui a quantidade de lixo enviada aos aterros sanitários; diminui a extração de recursos naturais; diminui o consumo de energia; a poluição; contribui para a limpeza da cidade; conscientiza os cidadãos a respeito do destino do lixo; gera mais empregos.

O processo de reciclagem tem um custo elevado na implementação dos programas de Coleta Seletiva, ou seja, o esforço da reciclagem exige sempre um consumo extra de energia. Dada a grande perda de trabalho e tecnologia incorporada na maioria dos produtos quando passamos da segunda para a terceira opção, importa aqui questionar-nos se os esforços necessários à implementação das duas primeiras hipóteses estão sendo encarados de forma igual à atualmente dedicada à reciclagem.

A melhor forma de resolver um problema é evitar o seu aparecimento.

Para que esse trabalho tenha bons resultados, a sua colaboração é essencial. Participe da construção de uma mudança de mentalidade e consequentemente de hábitos em relação ao lixo. Esta conscientização não se dará de um dia para o outro, mas é preciso começar! Lembre-se que um exemplo vale mais que mil palavras!