CURSO DE REALIDADE URBANA BRASILEIRA E SÃO JOANENSE 

EDIÇÃO VIRTUAL - 2020

 

A pandemia do novo coronavírus escancarou as desigualdades socioespaciais no Brasil. Cinco meses de circulação do vírus pelo território brasileiro e já ultrapassamos a marca dos 100 mil mortos oficiais. Se o vírus não escolhe classe, raça ou gênero, ele mata mais quem habita as periferias espaciais, sociais e mentais. Mata mais negras e negros, pobres e moradores das áreas apartadas da riqueza.
Pensar a realidade urbana brasileira é imprescindível. Transformá-la é urgente.
   O CRUBS, organizado inicialmente como um curso presencial que se estenderia de março a dezembro de 2020, retoma agora em setembro o seu projeto de, através da educação popular, construir uma compreensão coletiva sobre o urbano no Brasil e em São João del Rei. 
Buscando superar as limitações que o distanciamento social nos impõe, o CRUBS foi reformulado. O desafio é manter a sua essência, crítica e popular, nesse momento que demanda uma reflexão e uma ação.  
   A proposta do CRUBS virtual se alicerça nas interações digitais, no compartilhamento das experiências, na construção de uma compreensão coletiva e no projeto de uma cidade inclusiva, justa, acolhedora, participativa e radicalmente democrática. Busca a politização do direito à cidade. 
   
 
     

 

 

AS EQUIPES DA EDIÇÃO 2020

                                                                   
             
   O CRUBS 2020 conta com 86 cursistas inscritos, além de outros interessados, considerando seu formato virtual público. Há uma ampla diversidade de perfil  entre estes, grande parte formada por educadores e estudantes, faixas etárias, variando entre 18 anos até maiores de 60 anos. Além disso, a maioria é do gênero feminino, branca e reside na cidade de São João del-Rei/MG.
    Além dos webinários quinzenais, os cursistas participam de outras atividades. Com o auxílio de monitores da organização do CRUBS, os cursistas foram organizados em equipes para que o processo de comunicação e trocas fosse facilitado. Também foram criados grupos no WhatsApp para proporcionar melhor contato e acesso às informações do curso. Os grupos, então, receberam o convite para pensar nomes que homenageassem pessoas de luta ou símbolos de resistência, criando, com isso, identidade entre eles. Como está indicado na imagem ao lado esquerdo, os homenageados das cindo equipes foram Dona Maria da Glória, rainha conga em São João, a escritora Carolina Maria de Jesus, Maria da Glória Martir ou Maria do Congado, a comunidade quilombola Curralinho dos Paulas e a rapper Mari P. Durante os webinários, as equipes podem enviar perguntas ou comentários aos assessores convidados, utilizando uma hashtag seguida do nome da equipe, o que permite identificar os grupos durante as discussões dos temas propostos para o dia.
                                                                                                        
       
       
       

 

MÓDULOS DA EDIÇÃO 2020 

Webinário 1 - 04/09/2020 


Educação Popular e Trabalho de Base: estratégias de participação e readequações metodológicas para fazer a cidade democrática.

 

Transformar a cidade demanda um trabalho coletivo e popular por meio da mobilização e da organização. A educação popular e o trabalho de base são métodos que orientam a construção de espaços coletivos de debate, reflexão e proposição de novas formas de sociabilidade urbana. 

 

 

 

Assessores convidados: 


- Anderson Pedrini, do Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiæ (CEPIS); 

- Bruna Sola, professora do curso de Pedagogia da UFSJ, coordenadora da cátedra Paulo Freire e presidente do Conselho Municipal de Educação; 

- Amanda Castro, graduanda em Letras na UFSJ, e integrante do Observatório Urbano, para fazer a mediação.
 

Disponível no youtube

 

 

 

Webinário 2 - 18/09/2020


Formação sociocultural do Brasil, relações de poder e busca pela interseccionalidade na cidade: reflexões em tempos de pandemia. 

 

Racismo estrutural, patriarcado e colonialismo são marcas dos processos sociais que constituem o Brasil e que se materializam nas cidades na forma das segregações socioespaciais.  A transversalidade nas abordagens é imperativa para a construção de um conhecimento que busque superar as opressões e as desigualdades. 

 

 

 

 
 

Assessores convidados: 


- Gabriela Leandro (Gaia), Professora Adjunta da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia;

- Diogo Pereira Matos, Pedagogo do Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais - Campus São João del-Rei;

- Bruna Santos, mestranda em Geografia pela UFSJ, e integrante do Observatório Urbano, para fazer a mediação.

 
 
 
 

Webinário 3 - 02/10/2020


Conectando a luta pela terra com a luta de classe: reflexões sobre a segregação socioespacial e repercussões na pandemia 

 

O Brasil é marcado por uma estrutura social que se materializa na concentração fundiária no campo e na cidade. A terra é estratégica para a reprodução econômica e para a reprodução social, por isso o conflito é histórico num país de origem colonial e escravocrata. Mesmo em situações excepcionais, como a de uma pandemia que impõe o distanciamento social como medida de proteção, não é garantido direito à moradia

 

 

 

Assessores convidados: 

 

- Arlete Moyses Rodrigues, Geógrafa, Professora Visitante na Universidade Federal da Paraíba;

- Thiago Araújo dos Santos, Geógrafo, Professor Adjunto da Universidade Federal do Mato  Grosso do Sul – Campus de Três Lagoas;

- Tatiane Marina Pinto de Godoy, Professora do Departamento de Geociências e integrante do Observatório Urbano de São João del Rei, para fazer a mediação.

 

Disponível no Youtube

 

 

 

Webinário 4 - 16/10/2020 


Novo marco legal do saneamento básico: gestão dos recursos hídricos no estado neoliberal          

 

 

Com a promessa de universalizar a distribuição de água e o tratamento de esgoto o governo federal aprovou a Lei n° 14.026/2020, definindo um novo marco regulatório do saneamento básico no Brasil. Baseado na privatização destes serviços tão  fundamentais à vida, o novo marco acaba colocando em risco  os direitos humanos, especialmente para os mais pobres. Debater sobre essa normativa e seus impactos para a sociedade é o objetivo deste webinario.
 
 
Com: 
- Dalila Alves Calisto, é atingida pela barragem Castanhão/CE e integra a Coordenação Nacional do MAB. É Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA),  Especialista em Energia (UFRJ) e  Mestranda no Curso de Geografia - Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe, pelo Programa IPPRI (UNESP). 
Atualmente possui atuação política nos Estados do Piauí e Maranhão, onde existe possibilidade de construção de quatro usinas hidreletricas, além de outros projetos do capital.
- Francisco Fabbro Neto é professor do IFSP campus Caraguatatuba. Possui pós doutorado em geografia na universidade de Barcelona, doutorado em ciências da engenharia ambiental na EESC-USP e graduado como arquiteto e urbanista pelo IAU-USP. Atualmente ministra a  disciplina de planejamento urbano para alunos de engenharia civil, pesquisa políticas públicas de desenvolvimento urbano e gestão dos recursos hídricos. Realiza trabalho de extensão universitaria no quilombo da Caçandoca em Ubatuba-SP.
- Ana Pimentel é médica sanitarista e professora do Departamento de Medicina da UFSJ. Coordena o Observatório da Saúde Coletiva.